Como serão os consumidores do futuro? A Euromonitor encontrou 10 tendências.
Otimizar o tempo, novos espaços de trabalho ou desejo por conveniência. Estas são três das 10 tendências de consumo que a Euromonitor Internacional identificou no seu mais recente estudo sobre o tema.
À semelhança de anos anteriores, a Euromonitor International analisou aquelas que considera serem as mudanças mais impactantes nas tendências de consumo para o próximo ano, depois de um 2020 dominado pela crise pandémica e pelas consequências daí resultante nos mais variados aspetos da vida consumidores.
De acordo com a Euromonitor Internacional, a resiliência e a adaptabilidade são os fatores mais determinantes nas principais tendências globais de consumo para 2021, tendências essas que acabam por fornecer um amplo conjunto de insights sobre as transformações nos valores e no comportamento dos consumidores e como deverão estimular a disrupção nos negócios mundialmente.
Esta análise identificou 10 tendências que, de alguma forma, foram influenciadas ou aceleradas pela pandemia, mudando de forma incontornável o comportamento dos consumidores.
10 Tendências:
1) Reconstruir melhor
Os consumidores entendem que as empresas não se deveriam focar apenas na receita, pois elas são mais do que organizações com fins lucrativos. Na sequência da Covid-19, aumentou a expetativa de que as empresas devem proteger a saúde e os interesses da sociedade e do planeta, a fim de reconstruir melhor. Dessa forma, consideram que as empresas devem colaborar para a criação de um mundo mais sustentável, promovendo a mudança de uma economia baseada em volume para uma baseada em valor, contribuindo para a solução da desigualdade social e dos danos ambientais.
#69% dos profissionais esperam que os consumidores se importem mais com a sustentabilidade.
#50% dos profissionais acreditam que trabalhar numa empresa focada no propósito.
2) Desejo de conveniência
Segundo o Euromonitor, os consumidores têm o desejo por conveniência do mundo pré-pandemia, na medida em que sentem falta das comodidades que, de alguma forma, passavam despercebidas até então.
Há uma grande pressão para que as empresas adaptem rapidamente as suas operações, desenvolvendo uma experiência do cliente mais resiliente enquanto preserva os níveis de conveniência. As empresas devem manter a agilidade e a continuidade da jornada de compra em todos os canais.
#68% dos consumidores com mais de 60 anos preferem falar com representantes humanos.
3) Oásis ao ar livre
Os locais abertos são refúgios para os consumidores confinados. Ou seja, perante os riscos sanitários, reuniões em espaços fechados, restrições de mobilidade e a disseminação do trabalho remoto, os consumidores procuram cada vez mais um “Oásis ao ar livre” para fins recreativos. Neste contexto, alguns pensam inclusivamente morar em zonas rurais.
Também as empresas adotaram medidas sanitárias estritas e começaram a realizar eventos ao ar livre para que os consumidores se sintam mais seguros e à vontade fora de casa. As empresas devem adaptar a sua estratégia de desenvolvimento de produtos para abranger a tranquilidade da vida rural em ambientes urbanos e, assim, atender melhor aos insatisfeitos com as cidades.
# 64% dos profissionais acreditam que o home office será uma mudança permanente.
#52% dos consumidores deslocavam-se até o local de trabalho cinco dias por semana, ou mais, no início de 2020.
4) Realidade Figital: quando os mundos físico e digital se encontram
Com as ferramentas digitais, os consumidores ficarão conectados em casa e voltarão com segurança para o mundo exterior quando as economias reabrirem. A Realidade Figital é um modelo híbrido formado pelos mundos físico e virtual, em que os consumidores podem viver, trabalhar, fazer compras e divertir-se fisicamente e online.
As empresas podem integrar processos virtuais nos espaços físicos para oferecer o conforto de uma visita aos consumidores que preferem ficar em casa. A oferta de experiências virtuais em casa ainda é crucial para impulsionar as vendas online e a recolha de dados.
5) Otimizar o tempo
A nova flexibilidade potencializa as agendas e hoje e os consumidores podem e precisam ser mais criativos com a distribuição do tempo para dar conta de tudo. As empresas devem propor soluções que respondam ao desejo do consumidor em otimizar o seu tempo, oferecendo uma maior flexibilidade, especialmente no que respeita à relação com produtos e serviços acessíveis a partir da casa do cliente ou nas proximidades.
#51% dos consumidores citaram “tempo para atividades pessoais” entre as suas principais prioridades.
#46% dos consumidores valorizam as experiências virtuais online.
6) Inquietos e rebeldes
Os consumidores estão fartos e desconfiam dos líderes. Os preconceitos e a desinformação estão a causar uma crise de confiança e os consumidores estão a colocar as suas necessidades e desejos em primeiro lugar. Para aproveitar a tendência dos “Inquietos e Rebeldes”, as empresas podem realizar ações de marketing mais precisas nas redes sociais e no mundo dos gaming, dando voz aos consumidores e pressionando as plataformas a combaterem a desinformação.
#29% dos consumidores participam ativamente em movimentos políticos e sociais.
#34% dos consumidores jogam videogames online no mínimo uma vez por semana.
7) Obsessão por segurança
As novas prioridades são a segurança e a higiene, ou seja, o movimento pelo bem-estar. O medo do contágio e a circulação de informações sobre questões de saúde aumentam a procura de produtos de higiene e estimulam os consumidores a procurar soluções que não requerem contato físico. As empresas devem implementar inovações e medidas estritas de segurança voltadas para a mitigação das preocupações dos consumidores.
#20% dos consumidores usam métodos de pagamento via celular diariamente.
#44% dos consumidores receberiam tranquilamente uma entrega realizada por um drone ou por um robô.
8) Abalados e reflexivos superando as adversidades
A pandemia global reformulou o quotidiano, testando a resiliência psicológica das pessoas, limitando as suas experiências e provocando choques económicos. Os consumidores agora têm uma nova compreensão sobre si mesmos e o seu lugar no mundo na procura por uma vida mais plena, equilibrada e melhor. As empresas devem fornecer produtos e serviços que auxiliem na promoção da resiliência e do bem-estar psicológico e ajudem os consumidores “Abalados e Reflexivos” a lidar com circunstâncias adversas e a conquistar autoconfiança.
#73% dos consumidores referem que a depressão e a saúde mental exercem um impacto moderado ou grave em suas vidas.
# +70% dos profissionais acreditam que foco nos estilos de vida terá um peso muito forte no pós-pandemia.
9) A ordem é pechinchar pensando com uma mentalidade de recessão
Os consumidores estão cautelosos e moderados. Os gastos com coisas supérfluas estão a diminuir devido às incertezas no cenário económico. A “Ordem é pechinchar” e dar prioridade a produtos e serviços de valor agregado e alinhados com as medidas sanitárias vigentes. As empresas devem fazer propostas de valor para o dinheiro, oferecendo opções acessíveis sem redução da qualidade. Os pacotes premium devem ser acompanhados de uma história que desperte empatia e tenha uma forte ligação com a saúde, o autocuidado e o bem-estar psicológico.
#49% dos consumidores pretendiam, no início de 2020, economizar mais dinheiro.
10) Novos espaços de trabalho recriando o ambiente do escritório à distância
A expressão “fora do escritório” ganhou um novo significado em 2020. A tendência dos novos espaços de trabalho teve um grande impacto na vida dos consumidores, influenciando o vestuário, os gastos com a tecnologia e os hábitos alimentares, por exemplo. Os consumidores procuram novas alternativas e as empresas devem apoiar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, responder às necessidades de produtividade e de comunicação. Ao compreender os benefícios e desafios do trabalho remoto, as empresas podem incentivar as melhores práticas no home office.
#52% dos consumidores estabelecem um limite estrito entre vida profissional (ou escolar) e pessoal.
As 10 principais tendências globais de consumo apontadas anualmente pela Euromonitor International resultam da cobertura realizada em cerca de 100 países, e de análises de mercado a pesquisas quantitativas sobre consumo global.