“Chronoworking”: trabalho 100% flexível e na hora em que o funcionário quiser

Com o “chronoworking”, os profissionais podem estabelecer os seus horários de trabalho de acordo com o que funciona melhor para cada um.
Mais da metade dos profissionais considera mudar de emprego devido ao stress no trabalho, avançam vários estudos, referindo que aqueles procuram novas oportunidades que lhes deem maior flexibilidade em relação a onde e quando trabalhar.
Tendo em conta este cenário, surgiu uma nova tendência no mercado de trabalho. Chama-se “chronoworking” e apresenta-se como um modelo de trabalho com horários completamente flexíveis, onde o profissional tem a liberdade de escolher o melhor momento para realizar as suas tarefas.
O “chronoworking” permite que os profissionais adaptem os seus horários de trabalho de acordo com os seus ritmos circadianos, em vez de seguirem a jornada de trabalho tradicional, das nove às seis, por exemplo.
“Este conceito prioriza o reconhecimento e o respeito pelos ciclos naturais de energia alta e baixa do seu corpo, permitindo um horário mais flexível que se adapte aos períodos de pico de desempenho”, afirma a consultora de bem-estar corporativo Tawn Williams à Forbes. “Ao alinhar as tarefas de trabalho com os seus horários ideais, as pessoas podem ter uma relação mais harmoniosa entre bem-estar mental, físico e emocional, além de apresentar maior produtividade e satisfação geral no trabalho”, acrescenta.
Tradicionalmente, a maioria dos profissionais segue horários de trabalho semelhantes – embora os ciclos circadianos e relógios biológicos variem de pessoa para pessoa. Do ponto de vista da neurociência e da biologia, o “chronoworking” pode fazer sentido.
Segundo Williams, “esta flexibilidade surge da necessidade menos frequente de reuniões de equipa, criando um modelo que permite que faça seu próprio cronograma. Nas grandes empresas, os elementos dessa abordagem foram incorporados com a adoção de modelos de trabalho em casa e híbridos, embora essas adaptações sejam menos explícitas”.
Williams refere que só é realmente produtiva depois das 10h, pelo que prefere agendar reuniões depois do pequeno almoço e de ver emails. A sua produtividade atinge o pico na hora do almoço e começa a diminuir por volta das 18h00. “Este padrão destaca uma vantagem significativa do chronoworking: [a nova tendência] permite que as pessoas alinhem os seus horários de trabalho com os seus ritmos naturais, promovendo um senso de responsabilidade em relação às suas funções e resultados”.
No entanto, esta tendência apresenta desafios, especialmente em ambientes de trabalho em que a maioria dos membros da equipa partilham horários de trabalho semelhantes. “Garantir a comunicação eficaz e a inclusão em equipas maiores requer ajustes”, aconselha a consultora, salientando que “as equipas devem colaborar para ajustar horários, o que pode envolver um certo grau de flexibilidade, transparência e planeamento”.
Como implementar a nova tendência
A implementação gradual de horários de trabalho flexíveis pode ser eficaz, começando com pequenos ajustes e monitorizando de perto indicadores de desempenho. “Ao identificar melhorias de eficiência durante prazos específicos, os empregadores podem introduzir gradativamente opções mais flexíveis”, salienta Williams.
Esta estratégia ajuda as empresas a tomar ações planeadas e a incentivar os funcionários a descobrir em que horários são mais produtivos para criarem as suas agendas.