Como captar a atenção de um fundo de investimento internacional

O capital de risco estrangeiro procura start-ups com uma visão global, que tenham um modelo de negócio escalável em qualquer mercado e experiência anterior em rondas de investimentos. Saiba o que deve fazer para que os investidores se voltem para o seu projeto.
Entre os investidores, existe uma tendência que se popularizou e que se denomina regra da bicicleta. Na prática, a frase implica que, na hora de apostar num negócio, os investidores não optam por uma empresa à qual não podem chegar, pedalando. Para as empresas, isso significa que, para atrair fundos, precisam de tentar seduzir os fundos nacionais e os business angels do país. Um modelo que responde apenas à necessidade de falar uma língua comum e operar sob a mesma jurisdição. No entanto, parece que esta prática foi finalmente descartada.
As start-ups nascem cada vez mais com uma vocação internacional e quando realizam uma ronda de investimento não olham para a nacionalidade de quem põe dinheiro no seu projeto. Os empreendedores analisam o perfil dos investidores e as condições que apresentam ao entrar na sua empresa. “Há uma perceção global dos mercados, os fundos concentram-se mais no potencial da empresa do que no sobrenome da nacionalidade de quem está por trás”, explica Cristian Cañadas, advogado na empresa espanhola Aktion Legal, citado pelo Expansión.
Quando realizar uma ronda de investimento
Com a internacionalização do capital de risco, não há tempo ideal para realizar uma ronda no exterior durante a vida de uma start-up. “Existem fundos internacionais especializados em diferentes indústrias e em cada uma das fases de crescimento da start-up. Por exemplo, alguns só apostam no capital semente. O importante é identificar qual o tipo de investidor mais adequado para a empresa”, diz Luis Gonsálbez, sócio fundador da Metricson.
No entanto, os empreendedores têm cada vez mais necessidade de procurar ajuda externa durante as primeiras fases da vida comercial da sua empresa. Isto inclui a fase pré-seed e seed, entre as quais a fórmula dos “três efes” – amigos, família e tolos – e a aposta dos business angels seria suficiente.
“Quando a start-up chega a uma série B, é quando mais dinheiro é necessário para crescer e tem que sair e procurar fundos”, explica Sérgio Redondo, sócio-gerente da SR Legal.
Convencer o investidor
Embora dependa do tipo de negócio e da indústria em que atua, “o capital internacional entra em rondas que vão dos três aos cinco milhões de euros”, explica Cañadas.
Se fizer captação de recursos na Série B é necessário que tenha um negócio em funcionamento com boas métricas de crescimento e lucro nas regiões mais maduras nas quais o produto opera. “O empreendedor deve demonstrar que precisa do dinheiro para continuar a desenvolver o produto, mas também para crescer e expandir, com base numa proposta robusta em outros países”, diz Redondo, referindo que os investidores internacionais procuram empresas com tração em outros mercados, para demonstrar que são empresas escaláveis.
Portanto, é importante localizar um fundo que invista em empresas do mesmo setor, apesar de ser complicado alcançá-las. “Uma opção é chamar o CEO de um start-up que já recebeu investimento para conseguir o contacto da pessoa certa, embora os fundos mais profissionais tenham canais de acesso estabelecidos e apliquem os mesmos filtros para todos os projetos”, conclui o especialista.
Questões a ter em conta
Tipo de investidor
Em geral, os fundos internacionais que apostam em start-ups estrangeiras são ‘empresas’: instrumentos criados por grandes empresas para diversificar riscos ou adquirir ações em empresas estratégicas. Também aparecem os ‘private equity’: ‘venture capital’ que adquirem ações de uma empresa para, no futuro, obter rentabilidade.
No que se fixam
Regra geral, todos os fundos têm um mecanismo de decisão muito semelhante: procuram uma excelente equipa, um grande mercado, uma promissora prova de conceito e muita ambição. Mas, se compararmos os fundos europeus com os americanos, os últimos são mais agressivos e financiam o crescimento acima da rentabilidade.
Condições
Os investidores costumam pedir para fazer parte do acordo dos sócios, para ter direito a alguns assentos no conselho de administração e certos direitos de veto.