Capital de risco gera mais PIB e salários mais altos em Portugal, diz estudo

Em 100 milhões de euros investidos em capital de risco há um aumento do PIB em 1,01% e das exportações em 1,33 pontos percentuais em 10 anos, conclui o estudo da Investors Portugal em parceria com a Nova SBE, que analisa quase duas décadas de dados.
O estudo “Capital de risco e o SIFIDE em Portugal – Avaliação do Impacto Económico”, apresentado pela Investors Portugal em parceria com a Nova School of Business & Economics, conclui que o capital de risco tem impacto significativo e duradouro na economia portuguesa, uma vez que potencia crescimento, inovação e competitividade.
Segundo a análise, as empresas apoiadas por fundos de capital de risco crescem mais rápido, contratam mais trabalhadores, pagam melhores salários e tornam-se mais produtivas. A nível macroeconómico, este financiamento traduz-se em ganhos de PIB, maior capacidade exportadora e reforço da inovação nacional.
O documento, que analisa quase duas décadas de dados — de 2006 a 2024 —, evidencia ainda que os incentivos fiscais são determinantes para a mobilização de capital privado. O SIFIDE tem sido essencial para canalizar investimento para fundos de capital de risco, permitindo às empresas investidas ganhar escala, aumentar a produtividade e melhorar as condições oferecidas aos trabalhadores. Nas empresas financiadas via fundos SIFIDE, o emprego cresce entre 50% a 60%, o investimento tangível aumenta 60% e o investimento em ativos intangíveis mais do que duplica. Ao mesmo tempo, o volume de negócios e os lucros crescem mais do dobro.
O relatório sublinha ainda que estender benefícios semelhantes a todos os fundos de capital de risco e garantir previsibilidade dos mecanismos de incentivo é crucial para consolidar e ampliar o impacto no ecossistema empreendedor português.
“O nosso estudo mostra de forma clara que o capital de risco tem um impacto estrutural na economia portuguesa: as empresas investidas contratam mais, pagam melhores salários, tornam-se mais produtivas e vendem mais, incluindo para o exterior. Através do SIFIDE, conseguimos atrair investidores para financiar inovação e I&D, o que gera retornos fiscais que superam largamente o custo do incentivo. Se quisermos colocar Portugal ao nível dos grandes polos de inovação europeus, é essencial reforçar, expandir e estabilizar estes mecanismos de forma duradoura”, afirma João Duarte, autor do estudo e professor associado com agregação da Nova SBE.

Fonte: “Capital de Risco e o SIFIDE em Portugal – Avaliação do Impacto Económico”, da Nova SBE, para a Investors Portugal.
Outro dos pontos centrais do estudo é a relação custo-benefício dos incentivos fiscais. Os autores concluem que o custo inicial para o Estado português é temporário, mas os efeitos sobre empresas e economia são permanentes. O impacto positivo em emprego, impostos e crescimento económico supera largamente a despesa fiscal. No primeiro ano, as despesas adicionais de IVA, IRS contribuições sociais e IRC superam o custo do incentivo.
Com esta apresentação, a Investors Portugal reforça o apelo para que os decisores políticos consolidem e ampliem os instrumentos fiscais que suportam o capital de risco, de forma a garantir que Portugal se posiciona ao nível dos grandes polos de inovação da Europa.