Burnout passa a integrar lista de doenças da OMS

A OMS classifica o burnout como um stress crónico no local de trabalho. Desde janeiro deste ano que passa a fazer parte da lista de doenças consagradas pela organização.

O burnout, designação atribuída ao esgotamento profissional, físico e mental, foi classificado a partir do início deste mês como síndrome ocupacional, e passou a fazer parte da lista de doenças consideradas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A alteração, que já estava programada há cerca de dois anos, pode implicar adaptações das empresas a esta nova realidade já que o estado de esgotamento dos colaboradores causado pelo exercício da atividade profissional – e que leva, por exemplo, à exaustão e ao aumento da apatia com o trabalho – tem um impacto significativo na performance empresarial.

A alteração agora assumida pela OMS confere aos profissionais com burnout os mesmos direitos que aqueles que sofrem com outras doenças ocupacionais. Em caso de afastamento, os trabalhadores poderão ter direito a compensação remuneratória. A empresa pode inclusive ser responsabilizada caso sejam identificados alguns fatores como exigências de entrega de trabalho fora de prazos razoáveis ou a determinação de metas comprovadamente impossíveis de alcançar.

De acordo com os especialistas, os ambientes de trabalho tóxicos são decisivos para levar os profissionais a desenvolver esta síndrome, ambientes onde, na maioria das vezes, domina uma competitividade elevada, que drena a energia dos colaboradores e que acabam por levar ao esgotamento.

E perante este cenário, muitos especialistas consideram que ainda são poucas as empresas a, de facto, levarem a sério as questões relacionadas com a saúde mental, com muitas delas a adotarem aquilo que designam de uma resposta cosmética, em vez de intervirem seriamente para cuidar do seu capital humano.

Num estudo da The School of Life, quando questionados sobre os principais impactos da pandemia na saúde mental, a ansiedade, com 64%, e o desânimo, com 51,79%, são os aspetos mais referenciados pelos trabalhadores. Do lado da liderança, a ansiedade, com 63%, e o stress, com 47,64%, dominam.

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