Análise: Situação económica condiciona abertura de negócios próprios
47% dos portugueses consideram que a situação económica é a maior barreira para a abertura de negócios próprios; 89% afirma que voltaria a iniciar um negócio próprio; e 40% prefere comprar em negócios próprios por achar que têm melhor qualidade.
Estas são apenas três das muitas conclusões a que chegou o estudo desenvolvido recentemente pelo Grupo Metro, o “International Own Business Study”. A análise foi desenvolvida em 10 países – Portugal, Alemanha, França, Holanda, Itália, República Checa, Roménia, Turquia, Rússia e China – e envolveu mais de 10 mil pessoas. Avaliar a forma como o público em geral encara os proprietários de negócios independentes e os empresários, as dificuldades que enfrentam, a sua experiência e o que pode ser feito para ajudá-los a expandir os seus negócios, são algumas das vertentes que o estudo pretendeu abordar.
A nível global esta análise constatou que são mais as pessoas (31%) com propensão para favorecer e escolher negócios próprios em detrimento de empresas não independentes. O principal motivo para esta opção parece ser a importância para a comunidade que as pessoas atribuem a estes negócios (52%). A qualidade dos produtos (45%) e dos serviços que oferecem (29%) são apontados com fatores decisivos. 48% dos inquiridos afirmou que gostaria de ter o seu próprio negócio. E apesar de muitos terem manifestado interesse em ter um negócio próprio, apenas 13% pensa vir na realidade a materializar essa ambição. O “METRO International Own Business Study” define essa discrepância como “Entrepreneurial Gap” e fornece informações sobre as barreiras que as pessoas enfrentam quando pensam iniciar uma atividade própria. As dificuldades em encontrar apoio financeiro (46%), assim como o ambiente económico instável (41%) estão no topo da lista das mais referenciadas.
Numa abordagem mais local, concretamente no mercado português, a pesquisa constatou que 40% dos inquiridos prefere fazer as suas compras em negócios próprios porque oferecem melhor qualidade. 47% afirmam existir barreiras que dificultam a abertura de negócios próprios, entre as quais a situação económica, e 38% afirma que a atual situação económica é um constrangimento. A situação política é referida apenas por 18% dos inquiridos.
Ser o dono do negócio (53%), ter um negócio pelo qual se é apaixonado (38%), flexibilidade para fazer outras atividades fora do trabalho (38%) e o gosto pela responsabilidade de gerir um negócio (33%), foram apontados como os principais benefícios para ter um negócio próprio.
“Estes resultados fornecem novas abordagens relativamente ao valor que a sociedade coloca nos negócios independentes e ajuda-nos a entender o que move e preocupa os empresários de negócios próprios”, referiu publicamente a diretora geral da Makro Portugal, filial nacional do grupo alemão Metro, Tanya Kopps salientou um aspeto que se destacou no estudo: “há muitas pessoas que gostariam de iniciar o seu próprio negócio, mas acabam por não fazê-lo. Este estudo explica as razões para tal acontecer. Desbloquear o potencial empreendedor será apenas possível se o cenário certo for criado e o apoio necessário for proporcionado”.








