9 dicas para recrutar e integrar jovens profissionais em equipas remotas

O que lhes falta em experiência, compensam com entusiasmo e vontade de crescer profissionalmente. Saiba como garantir que o processo de recrutamento e integração dos jovens no modelo trabalho remoto é um sucesso.
Trabalho remoto, à distância, teletrabalho, home office… Termos praticamente sinónimos que não mais vão sair da linguagem corrente das empresas e dos colaboradores. De acordo com o estudo “State of Remote Work”, da Buffer, 99% das pessoas gostaria de trabalhar remotamente em alguma altura da sua vida.
Mas, se para alguns aderir a esta modalidade de trabalho é um processo fácil e até orgânico, para outros pressupõe uma grande adaptação, o que exige uma atenção redobrada por parte das empresas.
A Adecco Portugal partilha sugestões sobre o que devem as empresas procurar nos candidatos jovens e como tornar a sua contratação e integração mais fiável no modelo de trabalho remoto.
O que procurar na hora do recrutamento…
1. Iniciativa
Para além da experiência e das competências profissionais, a capacidade de tomar iniciativa é a melhor qualidade que um novo colaborador pode demonstrar, segundo a Adecco. Os profissionais que mostram iniciativa não se limitam a riscar tarefas da sua lista diária. Em vez disso, investem energia na equipa, pensam em novas ideias e fazem a “milha extra”.
“Neste sentido, o recrutador deve estar atento a sinais de potencial em novas contratações. Muitas vezes, são pessoas que dedicam tempo a pesquisar a empresa de antemão e a mostrar conhecimentos sobre o seu funcionamento. Mesmo algumas estatísticas básicas ou informações do website da empresa são um bom sinal. Além disso, deve ser prestada muita atenção aos candidatos que fazem perguntas informadas sobre a forma como a equipa é gerida”, explica a consultora.
2. Gestão de tempo
Um colaborador júnior remoto recebe frequentemente tarefas a granel, sendo que a hierarquização de tarefas e a gestão de tempo para a sua realização vão ser cruciais. Além disso, os ambientes de trabalho à distância não têm supervisão direta ou constante, pelo que deve ser contratado um profissional que possa completar as tarefas atempadamente em regime de autogestão. Para testar esta capacidade, basta perguntar ao candidato como gere as suas prioridades numa base diária.
3. Automotivação
O trabalho à distância oferece aos trabalhadores muitas vantagens, incluindo a capacidade de definir os seus próprios horários, o que é uma ‘espada de dois gumes’: quando se trabalha a partir de casa, é muito fácil perder tempo.
Por conseguinte, no processo de contratação e integração de um colaborador remoto, é necessário ter em mente que não se trata de um aluguer de escritório regular. É necessária uma pessoa que tenha capacidade de se motivar e trabalhar de forma independente sem feedback constante.
O recrutador deve ter a certeza de perguntar sobre os seus hábitos de trabalho no início da entrevista. Os candidatos que sejam autodidatas, que tenham aprendido num ambiente remoto ou online, ou que tenham tido alguma experiência anterior de colaboração online irão destacar-se.
4. Competências de comunicação
Todos os colaboradores remotos devem ter capacidades de comunicação fluentes. Qualquer atraso ou má gestão nesta área pode afetar todo o fluxo de trabalho. A equipa nunca estará presente na mesma sala. Portanto, uma troca confusa entre dois funcionários pode afetar toda a direção do projeto sem chamar a atenção da pessoa responsável.
Ao contratar profissionais juniores à distância, certifique-se de que eles se integrarão bem com a equipa. O recrutador deve observar como os candidatos respondem, se as suas respostas são claras e concisas, com particular ênfase nas capacidades de escrita, uma vez que são críticas para as comunicações à distância.
5. Intencionalmente remoto
A qualidade final a procurar são as pessoas que, por opção, escolheram o estilo de vida de trabalho à distância. Muitas vezes, os candidatos enviam CV a várias empresas sem muita atenção aos detalhes. Alguns podem até ter entrado no processo de recrutamento sem pensarem conscientemente no aspeto do trabalho à distância.
Se estiver a gerir uma equipa remota, é provável que o teletrabalho seja um aspeto chave da cultura da empresa, pelo que o recrutador deve assegurar-se de que todos os colaboradores que contrata estão empenhados nesta nova forma de trabalhar. Os candidatos devem apreciar as vantagens proporcionadas, tais como horários de trabalho flexíveis, e estar preparados para trabalhar.
… e dicar para a integração eficaz dos colaboradores remotos
1. Seguir os protocolos de comunicação e colaboração
Quando se começa a trabalhar remotamente, é essencial atualizar as políticas de trabalho da empresa para se tornar “remota primeiro”, especificando, entre outras coisas, o espaço de trabalho da organização, as políticas de colaboração e comunicação. Qualquer novo funcionário deve receber um manual correspondente, descrevendo os protocolos em vigor para uma comunicação e colaboração remota eficaz.
2. Check-in periódico
No início, é importante monitorizar periodicamente os colaboradores mais recentes. Além disso, nunca faz mal pedir a um colega para rever o trabalho do novo colaborador. Claro que este não é um prorrogativo para todas as tarefas que lhes são atribuídas, uma vez que isso iria consumir tempo e recursos da empresa.
3. Feedback construtivo
Ter um ciclo de feedback construtivo é a única maneira de formar adequadamente os novos colaboradores. As equipas remotas raramente têm uma cadeia de comando rigorosa. Assim, cada vez que submetem um trabalho, certificam-se de que a pessoa que recebe o trabalho recolhe notas e críticas.
Estas notas podem ser enviadas por e-mail no final do dia, partilhadas através de uma gravação no ecrã do que se está a ver e dar um exemplo específico de como precisa de ser melhorado ou alterado. Posteriormente, pode ser organizada uma reunião quinzenal em linha para responder a preocupações recorrentes.
4. Reduzir a interferência gradualmente
O novo colaborador levará algumas semanas a entrar no fluxo de trabalho, mas o ideal é reduzir gradualmente a interferência direta, para que se torne autossuficiente. O supervisor, ao recuar, pode notar pequenos erros ou atrasos no trabalho. É importante dar espaço ao profissional para ganhar terreno e adaptar-se às mudanças.