Privacidade de dados e exaustão estão entre os riscos relacionados com os colaboradores, diz estudo.

Cibersegurança, talento, privacidade dos dados e exaustão estão entre os principais riscos que as empresas associam aos seus colaboradores. A conclusão é de um estudo recente da Mercer Marsh Benefits.

Um estudo global realizado pela Mercer Marsh Benefits (MMB) revelou que as alterações das condições de trabalho durante a pandemia expuseram algumas lacunas na capacidade das empresas reagirem aos riscos associados aos seus colaboradores.

Realizado junto de mais de 1.300 profissionais de recursos humanos e risk maganers, o estudo, concluído em abril, mostra que a cibersegurança, a atração, retenção e engagement de talento, a privacidade dos dados e a exaustão dos colaboradores estão entre os principais riscos relacionados com as pessoas que trabalham nas empresas.

O estudo refere que os principais obstáculos à resolução destas questões foram o facto de as empresas não terem recursos para compreender e lidar com os novos desafios resultantes da pandemia, a que se juntaram a falta de envolvimento dos altos quadros de liderança e os constrangimentos orçamentais.

A Mercer Marsh Benefits categorizou ainda 25 riscos em cinco dimensões, a saber: saúde e segurança; governação e finanças; aceleração da digitalização; práticas de talento; ambiental e social. A cada um destes atribuiu uma pontuação – uma combinação de probabilidades e classificações de impacto – para avaliar a ameaça global que representa para uma organização.

Além desta categorização também identificou diferenças no ranking de risco por setor de atividade. Assim, a exaustão da força de trabalho foi classificada como um dos principais riscos para as instituições financeiras. Por sua vez, a obsolescência de competências foi o risco mais valorizado pelo setor automóvel e industrial, enquanto os riscos ambientais foram apontados como um fator-chave para o setor do retalho, e o aumento do custo de benefícios foi mais preocupante no setor da construção.

À exceção dos Estados Unidos, todas as regiões do mundo classificaram a cibersegurança como o maior ou o segundo maior risco relacionado com as pessoas. No entanto, surgiram algumas diferenças regionais significativas. Por exemplo, tanto os EUA como o Reino Unido classificaram a deterioração da saúde mental como um problema de alto risco, enquanto os inquiridos na Ásia afirmaram que atrair e reter talento era a sua principal preocupação. Já na América Latina, as empresas identificaram o aumento do custo da previsão de benefícios como o principal risco.

A propósito desta análise global, Paulo Fradinho, Mercer Marsh Benefits (MMB) Leader em Portugal, frisou que “a pandemia colocou firmemente as pessoas e o risco na agenda das salas de reuniões e os líderes devem encontrar formas de quebrar silos dentro das suas organizações, para que os recursos humanos e os risk managers trabalhem em conjunto, e assim mitigar eficazmente estes riscos. É evidente que os planos de saúde, proteção de riscos e bem-estar fornecidos pelas empresas passaram de ser ‘uma coisa boa para se ter’, para passar a ser um elemento central da proposta de valor aos colaboradores”.

Refira-se que o estudo retoma a questão da deterioração da saúde mental na sequência de um aumento generalizado de pessoas que sofrem de ansiedade, stress, depressão e dependências, como resultado da pandemia.

O responsável da Mercer Marsh Benefits salienta que “para que os riscos relacionados com as pessoas sejam mitigados com sucesso, as organizações devem garantir que existe apoio ao mais alto nível, com líderes empenhados, investimentos em recursos qualificados e orçamentos adequados para mudar culturas, práticas e programas de apoio aos colaboradores para gerir proactivamente esses mesmos riscos”.

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