Blossom Capital: o fundo que todos os empreendedores devem conhecer

O Blossom Capital é um dos fundos de capital de risco mais ativos da Europa, que angariou cerca de 144,7 milhões de euros em apenas dois anos. Além do financiamento, este fundo tem uma forma direta de contactar e acompanhar as start-ups que apoia.

Muitos fundadores têm “receio” dos seus investidores, mas esse não é o sentimento das start-ups apoiadas pelo Blossom Capital, um fundo de capital de risco com sede em Londres criado em 2018, e que anunciou, recentemente, mais um fundo de 185 milhões de dólares (cerca de 144,7 milhões de euros).
Esta empresa de capital de risco tem a particularidade de querer estar estar lado a lado com os fundadores, de arregaçar as mangas e pôr mãos à obra. Este espírito dinâmico deve-se à personalidade da sua fundadora Ophelia Brown que desenvolve uma ligação rápida e direta com os potenciais alvos de investimento, uma estratégia all-in que parece estar a funcionar pois, um ano após de fechar seu primeiro fundo de 85 milhões de dólares (77,8 milhões de euros), acaba de criar outro.

Além de Ophelia Brown, o fundo também é dirigido por Imran Ghory, um programador que trabalhou na Index Ventures, por Louise Samet, especialista em vendas que passou pela fintech Klarna e também uma business angel, e ainda por Mike Hudack, que foi diretor de tecnologia da Deliveroo.

Brown partilhou os “segredos” do seu sucesso com a Sifted.com e daí resultaram algumas dicas que podem servir de inspiração para outros VC.

Investir com convicção
O Blossom Capital investe fortemente em Série A e tem como estratégia ser o primeiro investidor institucional a apoiar uma start-up. O que significa que coloca o seu investimento num grupo restrito de empresas, apoiando apenas quatro a cinco start-ups, acabando por gerir muitos recursos para essas start-ups. Esta abordagem foi designada de “investimento de alta convicção”.

Além do investimento financeiro, o fundo trabalha ativamente com os fundadores, uma vez que acredita que só terá sucesso se a equipa tiver sucesso, o que implica trabalhar lado a lado. Em suma, os parceiros do fundo estão sempre disponíveis para responder às perguntas dos fundadores, para fazer apresentações, ajudar a resolver problemas e dar conselhos.

Parcerias fora da Europa
Outras das características deste VC  face a outros fundos europeus reside no facto de apostar em relações com  fundos dos EUA.  E não faltam exemplos de sucesso dessa estratégia como como é o caso da start-up de tecnologia de viagens Duffel, na qual o Blossom Capital investiu na fase seed, e que desde então já recebeu investimentos da Index, da Crankstart e da Benchmark. Ou ainda da start-up de cibersegurança Tines que teve um financiamento adicional da Accel e da Index, pouco tempo depois do Blossom liderar o financiamento Série A.

Essa forte ligação com os EUA também se reflete nos investidores presentes no segundo fundo que o Blossom Capital está a criar, já que dos seis novos patrocinadores, cinco são dos EUA.

Apoio direto, mas sem lugar na administração
Ao contrário de muitos investidores de Série A,  por regra, o Blossom não quer estar presente no conselho de administração. Em vez disso, desenvolve um dashboard com as empresas do seu portefólio, para que a sua equipa tenha acesso imediato a métricas e dados dessas start-ups. O tipo de informação difere em função da atividade das start-ups, mas pode abranger dados sobre o número de novos clientes, de compras, potenciais colaboradores, entre outros.

Ao receber frequentemente essas informações, a equipa do VC dispensa a presença no conselho de administração e agiliza mais eficazmente as sessões de estratégia mensais. O fluxo de informação é regular e por isso estão sempre atualizados sobre todas as oportunidades e desafios que os fundadores enfrentam.

Critérios de investimento
Quando pretende financiar uma start-up, o Blossom Capital procura algumas características particulares nos potenciais investimentos. Fundadores visionários e muito motivados com a sua missão; que atuem num mercado potencial para desenvolver uma empresa com valor superior a 10 mil milhões de dólares (9,2 mil milhões de euros); potencial para ultrapassar as fronteiras do país de origem são alguns dos parâmetros seguidos por este fundo.

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