Angel’s Den: o evento londrino de “speed dating” para business angels e start-ups

Um dos eventos mais cobiçados para start-ups acontece em Londres, todos os meses, e chama-se Angel’s Den. Junta business angels – principalmente interessados em fintech – e fundadores que têm apenas sete minutos para apresentar o seu projeto e ganhar um financiamento de um milhão de libras (1,18 milhões de euros).

A concorrência é feroz e os fundadores têm que estar preparados e confiantes. Têm menos de dez minutos para expor o seu projeto de negócio e captar a atenção dos 50 business angels que se encontram no evento. No evento Angel’s Den – cujo nome é inspirado no conhecido programa de televisão – os financiadores querem encontrar o próximo Mark Zuckerberg das fintech. O Angel’s Den acontece todos os meses no centro de Londres, uma espécie de “speed date” entre start-ups e business angels.

Os investidores pagam para entrar nesta rede que faz uma seleção prévia dos candidatos a start-ups após semanas de avaliação prévia. A organização do encontro seleciona as que irão apresentar a sua proposta em 7 minutos. Cada um dos “concorrentes” espera convencer a audiência a escolhê-los para receber o investimento de 1 milhão de libras (1,18 milhões de euros).

Um dos projetos que saiu deste encontro foi o Bean, uma aplicação de finanças pessoais adquirida no ano passado pela gigante online CompareTheMarket.com.

Nas sessões do Angel’s Den é possível ter uma visão clara sobre os negócios de fintech, um setor onde a captação de recursos é difícil. Para os fundadores é essencial encontrar apoio para desenvolver a sua empresa e para os investidores é importante encontrar a sua próxima aposta lucrativa.

No Reino Unido, as start-ups fintech foram o setor que mais investimento atraiu nos últimos tempos, contudo 61% dos fundos foram dirigidos a apenas 22 empresas, segundo dados avançados pelo Dealroom, citados pela Sifted.com. Números que revelam o quanto este mercado é difícil para os recém-chegados.

Embora existam fundos dedicados a start-ups em fase inicial, sites de crowdfunding e aceleradores, a captação de capital inicial geralmente tende para os business angels. Por exemplo o British Business Bank não atua neste setor e a sua subsidiária Angel Co-Fund apoiou apenas 18 rondas de financiamento seed.

Como a maioria das empresas em fase seed ou pós-seed não responde aos níveis de receita mensal ou anual requerida pelos fundos de capital de risco tradicionais, os business angels tornam-se nos principais focos para captação de apoio.

A maioria dos investidores que integram o Angel’s Den têm um alto património líquido e fazem parte do UK Business Angels Association (UKBAA). Este tipo de rede oferece aos empreendedores um ponto de agregação de potenciais investimentos. Têm uma vasta experiência em diversos setores, o que é de vital importância para as empresas jovens.

Além do Angel’s Den, existem outras iniciativas semelhantes a decorrer no Reino Unido, como o Angel Academe que consiste numa rede maioritariamente composta por mulheres que procuram fundadoras. Estas business angels tentam colmatar o desequilíbrio no financiamento entre os sexos, assim como combater algum sexismo ou preconceito de género que possa existir nos fundos tradicionais.

Outras iniciativas são a Catalyst at Large e a Enterprise Alumni que ensinam e incentivam mais mulheres a tornarem-se business angels.

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