Startup Heatmap 2019 coloca Lisboa no eixo de desenvolvimento das start-ups

Estudo sobre o desenvolvimento do ecossistema de start-ups e a mobilidade dos fundadores europeus coloca Lisboa na rota das “autoestradas” de start-ups.

O mais recente relatório “Startup Heatmap Europe”, um estudo sobre o desenvolvimento do ecossistema de start-ups e da mobilidade entre os fundadores europeus, envolveu mais de 100 cidades europeias que acolhem start-ups, dezenas de dados sobre a dinâmica do ecossistema, como encontros e aceleradores, além de uma pesquisa com mais de 1.500 fundadores. Este ano, foi introduzido o conceito de “autoestradas” de start-ups…. E Lisboa está numa dessas rotas.

O estudo, citado pela Irish Technews, refere uma “autoestrada” como uma forte ligação avaliada pelo reconhecimento de um local pelos fundadores de outro local. E uma dessas ligações está no eixo Dublin, Londres e Lisboa. A capital portuguesa  tem uma clara complementaridade a Londres e Dublin em termos de relação custo/benefício. E embora Dublin tenha sido um bom ponto de terceirização de atividades dispendiosas no passado, o aumento acentuado do custo de vida na capital irlandesa mudou drasticamente o cenário desde 2015. Ora, a capital portuguesa conquistou esse reconhecimento como especialista em tecnologia e um local acessível para a comunidade tecnológica de Londres.

Lisboa tem, assim, subido constantemente no ranking enquanto Dublin saiu do top 10, ficando no 11.º lugar este ano. Comparativamente a Lisboa e Londres, a capital irlandesa mantém uma vantagem competitiva em termos de regulamentação favorável aos negócios, algo que foi evidenciado por 93% dos fundadores contemplados na análise. Também parece estar melhor posicionada com a indústria e oferece melhores oportunidades de financiamento . No entanto, quase em todo os mercados verticais, Lisboa alcança mais fundadores que Dublin, à exceção do setor de tecnologia e hardware.

Neste processo de adaptação a novas condições de mercado, a capital irlandesa perdeu uma vantagem comparativa na relação com Londres, mas avança para uma proposta de valor diferente em torno da facilidade de fazer negócios e cooperação no setor.

Com o Brexit, Londres perde para os países nórdicos e bálticos (-19%). Por outro lado, os fundadores dos países da Europa Central e de Leste, mantêm o interesse na capital britânica (+ 5%), mas desfavorecem Berlim (-19%). Segundo o estudo, esta situação abre caminho para os centros de segundo nível. Barcelona é o intercâmbio central entre os centros do sul, ligando-se a Madrid e Milão, com atividades mais ligadas à indústria. Os hubs alemães estão em ascensão no setor de alta tecnologia: saúde e biotech, bem como as start-ups de big data, favorecem Munique e Zurique, enquanto Viena e Zurique estão na linha da frente das fintech.
Helsínquia e Tallinn estão a posicionar-se como centros de negócios extremamente amigáveis para start-ups, embora com dificuldades para se ligarem aos seus vizinhos mais próximos como Estocolmo, Copenhaga e Oslo. Estas cidades estão muito orientadas para Londres e Berlim, o que causa uma perda de oportunidade para construir um ecossistema competitivo de oportunidades nos países nórdicos. O mesmo é válido nos hubs da Europa central e de leste, incluindo Viena, que negligenciam o intercâmbio mútuo e concentram-se na construção de relações com Londres, Berlim e Amesterdão.

O estudo revela ainda que o Top 3 de aceleradores na Europa em 2019 são a Techstars London (13%), a Seedcamp (11%) e a Station F (10%), na opinião dos fundadores inquiridos. Já quanto aos principais eventos na Europa, os fundadores nomeiam a Web Summit (31%), Slush (26%) e London Tech Week (19%).

Algumas das principais conclusões deste ano são uma maior mobilidade com mais 30% de fundadores estrangeiros desde 2016. Outro factor a evidenciar é a internacionalização mais rápida, já que 55% das start-ups europeias se estabelecem em locais internacionais no primeiro ano. Os fundadores confiam cada vez mais em redes transnacionais e que envolvem cada vez mais cidades como Londres, Berlim, Barcelona, Paris e Lisboa.

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