Como transformar o seu maior receio numa vantagem profissional

As crenças negativas podem comprometer o sucesso, por isso nada melhor que aprender a lidar com elas e transformá-las numa vantagem.
Transformar fragilidades pessoais – como timidez, medo de falar em público ou ansiedade – ou crenças negativas limitadoras em vantagens e ferramentas que permitam a quem as possui “sobreviver” e conseguir ser bem sucedido no mundo dos negócios, é uma estratégia que muitos fundadores tentam pôr em prática. É o caso de Randy Paynter, CEO da Care2, que explicou ao Entrepreneur como ultrapassou algumas destas crenças que estavam incutidas desde os tempos de infância e que o faziam ter pensamentos como: “se eu disser alguma coisa idiota, os outros vão pensar que eu sou um idiota sem valor”.
Este profissional lembra o facto das crenças negativas limitarem o comportamento e terem tendência a fortalecer-se à medida que o tempo avança, refreando o potencial do individuo. Cita o autor Steven Sisgold que descreve que estas crenças iniciais e fundamentais tornam-se no nosso “modelo de criação da realidade” para a vida. Ganham assim o poder de orientar ou limitar as ações humanas, de desenhar o percurso que iremos seguir ou até comprometer as nossas paixões. Perante todos estes inconvenientes, as boas notícias, de acordo com Randy Paynter, é que assim que começamos a reconhecer as próprias crenças limitadoras, podemos transformá-las em algo que pode gerar resultados positivos.
A milha de 4 minutos
Um dos exemplos citados pelo CEO da Care2 acerca da forma como a destruição de uma crença limitadora empoderou centenas de pessoas é a história da milha de 4 minutos. Até ao dia 6 de maio de 1954, era normal pensar-se que nenhum ser humano conseguiria correr uma milha em 4 minutos ou menos. Foi então que Roger Bannister, um atleta de meia distância e neurologista britânico, destruiu esta verdade quando correu uma milha em 3 minutos e 59,4 segundos. A partir daí e em menos de um ano, foram 37 os atletas que o fizeram. Até hoje, milhares de pessoas o fazem.
Graças a Bannister, os atletas de topo de todo o mundo tomaram consciência que também eles poderiam correr uma milha em menos de 4 minutos e, simplesmente, fizeram-no. Este é um exemplo real de como mudar uma simples crença limitadora pode levar as pessoas a grandes conquistas.
Com este exemplo, Randy Paynter quer chama a atenção para o facto deste tipo de crenças poder bloquear o progresso de uma carreira profissional. Pode impedi-lo de atingir um prazo, uma meta profissional ou até um objetivo pessoal. Daí a importância de cada um saber reconhecer as crenças que os limitam e influenciam.
Self-made milionários
De acordo com um estudo realizado em 2003, 40% dos milionários sofre de dislexia e alguns inovadores mundialmente conhecidos também são referenciados como disléxicos. A questão que Paynter coloca é como porque é que um número aparentemente desproporcional de pessoas que nasceram como uma pequena desvantagem, acabou por se tornar tão bem sucedido? Porque encontraram uma forma de transformar as suas crenças limitadoras em poderosas vantagens. Mas como nem todos possuem o possuem o instinto de transformar as crenças limitadoras em vantagem, analisar o exemplo de alguns empreendedores de renome pode ser um começo. Cita o caso do disléxico Richard Branson que descreve a sua dislexia “não como uma desvantagem, mas forma diferente de pensar”. Este empreendedor nem sequer enquadra a sua suposta incapacidade como uma limitação, mas como vantagem única.