Um terço das principais cidades de start-ups do mundo estão na Europa

A Europa é forte quando se trata de deep tech. Mas precisa de resolver o problema das desigualdades de género no ecossistema empreendedor. Estas foram algumas das conclusões do mais recente relatório da Startup Genome.

A Sartup Genome organiza um relatório anual, onde classifica os principais ecossistemas de start-ups no mundo. Eis alguns dos destaques deste ano:

1) As cidades europeias estão em alta no que toca a start-ups
Embora Silicon Valey ainda surja no topo do ranking dos ecossistemas de start-ups e o restante top seja composto por Nova Iorque, Londres, Pequim, Boston e Xangai, existem outros locais que estão a posicionar-se como atrativos para as start-ups. O relatório da Sartup Genome de 2019 inclui Paris no top 10. A região de Lausanne-Berna-Genebra também se junta à lista, assim como Dublin, Barcelona e Munique.

As cidades europeias representam agora um terço da lista das principais cidades de start-ups, com um crescimento constante desde 2012.

2) Deep tech é o setor com o crescimento mais rápido em tecnologia
Quase metade de todas as novas start-ups estão no subsector do deep tech. O maior crescimento em “seeds” e financiamento de série A tem sido em tecnologia avançada de fabrico, robótica, blockchain, agtech e IA. Adtech, edtech, jogos e digital media estão no caminho inverso.

Este cenário abre um conjunto de novas possibilidades a novos e menos conhecidos hubs de start-ups. Silicon Valley pode ter aberto o caminho quando se tratou de chips de silício e da Internet. Mas a próxima fase da inovação não será baseada nestas tecnologias. Citando Peter Thiel: “O próximo Mark Zuckerberg não vai abrir uma empresa de redes sociais. Talvez crie uma empresa de robótica em Munique”.

Deep tech é o termo usado, em geral, para definir jovens empresas, cujos negócios estão amparados em descobertas científicas ou inovações tecnológicas que procuram mudar o mundo. A expressão foi criada por Swati Chaturvedi, CEO da empresa de investimentos Propel(x), para diferenciar as start-ups baseadas em tecnologias existentes (Uber, por exemplo) das que procuram um grande progresso através de tecnologias inovadoras. São negócios baseados fortemente em matemática, física, biologia ou engenharia.

3) A Europa não é amigável para mulheres fundadoras
Apenas 8% dos fundadores de start-ups em Paris são mulheres. Nova Iorque e Xangai têm uma participação de 24% no que diz respeito a mulheres empreendedoras, mas as cidades europeias não têm a mesma performance. Até em cidades mais igualitárias como Estocolmo, apenas 16% dos empreendedores são mulheres. Números que precisam de ser alterados.

4) O crescimento prematuro é um dos maiores motivos de falência das start-ups
Contratar rapidamente, escrever demasiados códigos, ou gastar mais de 15.000 dólares (13,2 mil euros) por mês na aquisição de clientes, quando a base de utilizadores é inferior a 100 mil, são sinais de alerta negativos que podem pôr em causa a viabilidade da start-up.

 

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