Estudo traça perfil de líder para criar uma start-up de sucesso

Antoine Colboc, partner digital and innovation da Boyden, reuniu-se com 58 fundadores de start-ups de sucesso. Objetivo? Analisar as caraterísticas de um líder que parecem ser as mais importantes para levar uma empresa ao sucesso.

BlaBlaCar, Criteo, Digitick, La Fourchette, Leetchi ou ainda Sarenza. Todas estas start-ups têm uma particularidade: terem-se distinguido através de uma entrada na Bolsa (IPO) ou por uma alienação ou uma angariação de fundos de mais de 10 milhões de euros.

Embora saibamos que o sucesso de uma empresa depende, em grande parte, dos seus colaboradores, também se baseia nas qualidades do seu líder na gestão das suas equipas. Foi neste último ponto que Antoine Colboc, partner digital and innovation da empresa Boyden, especialista em Executive Search, se focou ao realizar um estudo a partir de 58 entrevistas a fundadores de start-ups na área do digital, que tiveram sucesso nos últimos dez anos. O objetivo era encontrar um “perfil” tipo, escreve a Maddyness, a revista das start-ups francesas.

90% de homens

Primeira constatação um pouco alarmante: em cada 10 jovens líderes de sucesso, encontramos apenas uma mulher. Apesar das muitas iniciativas que têm sido lançadas, como Girls In Tech e Paris Pionnières, para encorajar as mulheres a empreender, parece ser ainda longo o caminho a percorrer para estabelecer a paridade num meio ainda excessivamente masculino.

Todos, sem surpresa, frequentaram estudos superiores, principalmente em escolas de engenharia (40%) e gestão (35%), mas há também produtos da universidade (25%). Os círculos socioprofissionais variam muito: três em 10 líderes de sucesso são oriundos de famílias de empresários ou comerciantes, enquanto dois em 10 tinham pais funcionários, militares ou professores. Finalmente, os filhos de operários, empregados e agricultores não representam mais de 15% neste painel.

É interessante notar que 34% desses líderes bem-sucedidos não tinham qualquer experiência numa empresa antes da sua. Este valor explica-se com a idade média de criação do primeiro negócio: 28 anos, ou seja, pouco depois do final do ensino superior.

Intuição, agilidade, ambição

Quanto ao perfil desses empresários, Antoine Colboc analisou ​​em detalhe seis dimensões gerenciais que achava particularmente presentes nesta população:

– A intuição é uma das caraterísticas mais presentes nos líderes de start-ups de sucesso. Assim, 80% dos empresários confia na sua intuição, para identificar, o mais cedo possível, os sinais ténues anunciadores de tendências ou novas ideias.

– A agilidade é, sem surpresa, a primeira vantagem competitiva de uma empresa para sobreviver no mundo da inovação disruptiva. O segredo: olhar em frente, agir rapidamente, ser cauteloso, questionando as suas próprias decisões e não se fiando em ilusões.

– Sem ambição, também não há sucesso. Os líderes empresariais visam principalmente o seu próprio sucesso, antes de se focarem no das suas empresas e, em última análise, o seu sucesso financeiro. Um processo que lhes permita atingir os seus objetivos em oito a 10 anos, em média.

– Pedagogia foi também identificada como uma vantagem significativa para os empresários, 90% dos quais admitem a sua importância e o prazer que esta proporciona, quando tem lugar dentro as suas empresas: saber escolher as palavras certas, saber simplificar, saber contar uma história e fazer sonhar.

Na mesma linha, a comunicação interna tem grande importância no desenvolvimento eficaz de uma start-up. Assim, é preciso saber transmitir a informação às suas equipas, desenvolver a confiança, reunir e mobilizar todos para alcançar os fins. Não são todos iguais perante a comunicação. Não é uma coisa natural para todos, mas cada um esforça-se e organiza-se para a garantir aos outros.

Finalmente, o trabalho da equipa pressupõe aprender a delegar responsabilidades, quando se atingem níveis mais elevados de desenvolvimento. A mudança no tipo de estrutura resultante do crescimento é uma situação delicada que impõe, igualmente, a quem dirige ser capaz de aceitar que os outros procedam de forma diferente deles.

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