Esta é a razão para Trump ter bloqueado a maior aquisição de sempre

Donald Trump bloqueou no início desta semana aquela que poderia ter sido a maior aquisição de sempre do mundo tecnológico. Em causa está a venda da Qualcomm à Broadcom.

O presidente dos Estados Unidos da América apresentou esta semana um documento para bloquear a aquisição, por parte da singapuriana Broadcom, da californiana líder no fabrico de chips para telemóveis, a Qualcomm.

O negócio, avaliado em cerca de 105,5 mil milhões de euros (130 mil milhões de dólares), seria o maior da história na indústria tecnológica. O bloqueio do negócio mostra a preocupação dos Estados Unidos em relação aos avanços tecnológicos da China.

No documento, Donald Trump refere que existem “provas credíveis” de que a Broadcom “poderá tomar medidas que ameaçam prejudicar a segurança nacional dos Estados Unidos”. Apesar de não especificar as “provas credíveis” de que fala, este ato mostra a preocupação da Casa Branca para que as suas empresas tecnológicas não percam a corrida às próximas metas nas inovações do setor.

Prova disso é a carta escrita pelo Departamento do Tesouro norte-americano lançado uma semana antes do bloqueio do negócio. Neste documento, fala-se sobre o potencial atraso dos Estados Unidos em relação à China no desenvolvimento da Internet 5G, o próximo grande passo para a tecnologia que vai fazer avançar setores como o dos carros autónomos e da IoT (internet of things).

Segundo refere a carta, a Broadcom tinha a intenção de reduzir o investimento na equipa de pesquisa e desenvolvimento (R&D) e aumentar os lucros a curto-prazo. Isto, segundo o departamento norte-americano, faria com que a “China provavelmente competisse robustamente para preencher algum vazio deixado pela Qualcomm como resultado da sua aquisição hostil”.

Pode ainda ler-se que existe a preocupação dos Estados Unidos em relação ao desenvolvimento do 5G por parte da marca de telemóveis chinesa Huawei – proibida de fazer negócios nos EUA -, que “detém cerca de 10% das patentes essenciais” a este tipo de tecnologia.

Esta não é a primeira vez que o governo dos Estados Unidos intervém num negócio do género. Em 2012, Barack Obama bloqueou a compra de uma empresa chinesa a quatro campos de energia eólica e, em 1990, George H.W. Bush negou a venda de uma fabricante aeroespacial a uma empresa apoiada pelo governo chinês.

Ao contrário destes últimos negócios, esta aquisição distingue-se por o comprador – a Broadcom – não ser de origem chinesa, mas sim de Singapuras. Anteriormente conhecida como Avago, a firma tecnológica ganhou o novo nome depois de adquirir a californiana Broadcom.

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