A razão para a inteligência emocional ser crucial para o sucesso

Estudos mostram que as pessoas com a inteligência emocional desenvolvida têm maiores probabilidades de serem bem-sucedidas do que os colegas com maior QI ou experiência relevante.
É do conhecimento geral que a inteligência emocional é uma competência crucial tanto para líderes como para colaboradores. A verdade é que este tipo de inteligência é um trunfo no mundo dos negócios.
Vários estudos revelam o quão importante a inteligência emocional é para o sucesso, sendo até mais importante que o QI (quociente de inteligência) e as experiências anteriores. Um estudo conduzido pelo Center for Creative Leadership (CCL), nos Estados Unidos, descobriu que a principal causa para a falha nos cargos de liderança envolve falhas neste género de inteligência.
Todos os anos, a CCL trabalha para mais de 20 mil pessoas e duas mil organizações, de mais de 160 países, incluindo grandes empresas presentes na lista da Fortune. As três razões apontadas por esta organização para o fracasso numa empresa são: a dificuldade em trabalhar em equipa; em suportar as mudanças; e as fracas relações interpessoais entre as equipas. Estes três parâmetros estão diretamente ligados à inteligência emocional.
Outro estudo, da Egon Zehnder International, analisou 515 executivos e descobriu que os que mostravam maiores competências a nível da inteligência emocional tinham mais probabilidades de ser bem-sucedidos do que os que demonstravam ter um QI mais elevado ou mesmo mais experiência no cargo.
Mais: o norte-americano Carnegie Institute of Technology levou a cabo um estudo com a finalidade de tentar perceber qual era o impacto que as diferentes competências tinham no desempenho económico de um indivíduo. Os resultados mostraram que 85% do sucesso neste campo tem competências como “engenharia humana” (capacidade de compreender, comunicar e de se relacionar), personalidade e habilidade de negociar, liderar e comunicar. Os restantes 15% são atribuídos às competências técnicas.
Daniel Kahneman, um psicólogo com um prémio Nobel, descobriu que as pessoas têm mais predisposição a fechar negócios com alguém que gostam e confiam do que com alguém que não sentem empatia e que sentem desconfiança, mesmo que ofereçam um melhor produto a um preço mais baixo.
Pegando no exemplo dos vendedores: um estudo de 1997 da Hay/McBer Research and Innovation Group, feito a uma seguradora, descobriu que os vendedores fracos a nível da inteligência emocional, como autoconfiança e iniciativa, vendiam, em média, 54 mil dólares em seguros. Por outro lado, os colegas que mostravam ter cinco das oito competências emocionais vendiam, em média, 114 mil dólares.
Grande parte dos estudos conduzidos com a finalidade de descobrir o impacto da inteligência emocional foram feitos a cargos altos, especialmente a líderes. Quanto maior for a empresa, maior o impacto que a inteligência emocional tem na sua gestão. O facto é que a inteligência emocional tem impactos em todos os cargos, desde o soldado raso até ao general.
De forma a ilustrar o argumento anterior, olhemos para um estudo de 1999, feito por McClelland, onde os supervisores de uma fábrica receberam treino em competências emocionais. Ajudou a reduzir o tempo perdido com acidentes em 50% e as queixas dos trabalhadores baixaram de 15% para 3% em apenas um ano. Isto não só melhorou a produtividade dentro da fábrica, como também superou as metas de produtividade em mais 250 mil dólares.
Os princípios da inteligência emocional podem ser aplicados a qualquer área da vida, tanto a nível pessoal, como profissional. Todos queremos trabalhar com pessoas com que temos mais empatia e em que possamos confiar.
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