Seniores portugueses estão a mudar hábitos financeiros, segundo Observador Cetelem

Os portugueses com mais de 55 anos estão a mudar os hábitos de consumo e financeiros e a canalizar o seu rendimento mensal para novas prioridades. O Observador Cetelem Consumo Sénior 2025 revela as principais mudanças.
O Observador Cetelem Consumo Sénior 2025 traz algumas revelações quanto ao perfil e tendências de consumo dos portugueses acima dos 55 anos, a começar pelo facto de a maioria dos entrevistados ainda estar a trabalhar, sendo o trabalho a sua principal fonte de rendimento. De notar que metade deles sente-se com a idade que têm, contra 4 em cada 10 que se sente mais jovem. Além disso, a idade média dos entrevistados é de 61 anos ( 53% homens e 47% mulheres) e a maioria considera que só se é sénior a partir dos 65 anos.
Relativamente à situação financeira, o inquérito constatou que entrevistados avaliam mais positivamente a sua atual situação pessoal do que a situação do país. Vejamos 64% dos seniores considera que tem um rendimento similar ou “mais elevado” que a maioria dos portugueses, enquanto 47% afirma que o seu poder de compra diminuiu nos últimos 12 meses. Por outro lado, os entrevistados perspetivam aumentar mais as poupanças do que as despesas nos próximos 12 meses. Constatou-se ainda que, em média, 90% do rendimento dos seniores é afeto as despesas fixas e variáveis. Mais: 1/3 quer gastar, mas não tem meios para o fazer, e 40% ajudam alguém com dinheiro ou despesas, normalmente os filhos.
Uma grande fatia das despesas de consumo vai para a alimentação, já que esta é categoria com maior frequência de compra (a maioria faz compras de alimentação todas as semanas). À alimentação seguem-se a saúde e habitação, áreas em que os seniores gasta mais dinheiro. Das restantes categorias em estudo neste Observatório Cetelem, o vestuário e calçado é outra categoria com grande frequência de compra (8 vezes ano, em média), enquanto as restantes categorias são compradas em média 1 vez por ano.
Refira-se que alimentação saudável é a área onde 27% dos seniores sentem mais falta de produtos ou serviços adaptados a eles, seguida da cultura e lazer (20%) e dos serviços ao domicílio (19%). A maioria dos entrevistados considera que as marcas comunicam “mais ou menos” com eles e 28% afirmam que a forma como são tratados enquanto consumidores tem melhorado
Apesar de ainda preferirem fazer compras em lojas físicas, também o fazem online e neste domínio as categorias privilegiadas são o vestuário e calçado e os equipamentos eletrónicos e tecnológicos, enquanto o preço e a qualidade são os critérios mais relevantes para a compra de qualquer uma das categorias em análise. 91% afirmam fazer compras online, em média 15 vezes por ano, principalmente devido aos preços mais baixos/promoções e à comodidade de horários e entregas, por exemplo.
No que se refere às perspetivas de consumo futuro, viajar (45%), remodelar a casa (34%) e comprar equipamentos eletrónicos e tecnológicos (20%) são os principais projetos que planeiam concretizar nos próximos dois anos. Por outro lado, os projetos onde mais vão recorrer a financiamento, seja crédito pessoal ou cartão de crédito, são a compra de veículos (novos e em segunda mão), fazer melhorias em casa, reequipar a casa com novos eletrodomésticos ou compra de equipamento eletrónicos/tecnológicos.
De notar ainda que 71% dos entrevistados preocupam-se em ter uma casa “mais amiga do ambiente”, sendo que, por um lado, a maioria trocou as lâmpadas para led para tornar o gasto mais acessível, e, por outro, 1/3 também já fez melhorias no isolamento das casas.
O Observador Cetelem Consumo Sénior 2025 conclui também que 94% dos seniores utilizam diariamente equipamentos tecnológicos, e que se sentem à vontade com estes. Todavia 2/3 assume que costuma pedir ajuda, principalmente a familiares. No que se refere à internet e ao telemóvel também são usados diariamente, à semelhança das redes sociais, que são usadas quase diariamente, enquanto as APPs são usadas, em média, dia sim, dia não.
Estas conclusões tiveram por base um trabalho de campo, realizado entre 7 e 15 de agosto de 2025, que envolveu 1300 contatos representativas da população portuguesa (com quotas de sexo, idade e região de acordo com os dados do INE), e onde se conseguiu uma amostra de 302 entrevistas. Depois foi realizado um boost de 100 entrevistas, tendo terminado com um total de 402 entrevistas a pessoas com mais de 55 anos.