Europa: fundos de capital de risco superam ações na rentabilidade
Os fundos de capital de risco na Europa superam, a longo-prazo, os fundos de ações europeias. A conclusão é do estudo “Performance of European Private Equity Benchmark 2024”, lançado pela Invest Europe.
Todas as categorias de fundos de capital de risco na Europa apresentam um desempenho muito superior ao das ações europeias cotadas, a longo prazo. Segundo os dados revelados pelo relatório anual “Performance of European Private Equity Benchmark 2024”, lançado pela Invest Europe, os diferentes segmentos da indústria apresentam, entre fundos liquidados e não liquidados até ao final de 2024, resultados superiores ao MSCI Europe, o índice de ações que representa a performance das médias e grandes empresas da Europa (ver Relatório em anexo).
Os fundos europeus de “buy-outs” (private equity para aquisições) geraram uma taxa interna de retorno (TIR) líquida de 14,86% desde o seu lançamento até o final de 2024, contra 6,21% do MSCI Europe, apresentando um desempenho superior de 865 pontos-base. Já os “growth funds” (capital de expansão para empresas) europeus obtiveram um retorno de 14,57%, muito superior ao desempenho do MSCI Europe, que registou apenas 7,51%. Também o Venture Capital europeu (investimentos em start-ups/tecnológicas em vários estágios de desenvolvimento) teve melhor desempenho do que o mercado bolsista no mesmo espaço: 11,34% no caso dos fundos de Venture Capital, 8,06% no que diz respeito ao índice MSCI Europe.
O bom desempenho dos diferentes segmentos da indústria de capital de risco europeia fica também expresso na comparação com os seus congéneres dos Estados Unidos da América, um mercado muito maior, mais maduro e mais sofisticado: nos dez anos anteriores a dezembro de 2024, os desempenhos dos fundos europeus de “buy-outs” e dos “growth funds” tiveram performances em linha com as dos seus pares norte-americanos; contudo, na área do Venture Capital, os fundos europeus destacaram-se com uma rentabilidade superior à dos americanos: 18,95% contra 15,44%.
Segundo a Invest Europe, fica demonstrado que os fundos europeus superaram os índices de referência da região durante períodos recentes de intensa volatilidade do mercado e perturbações económicas, “realizando uma forte criação de valor para os seus investidores”. Este bom desempenho dos diversos setores da indústria de capital de risco na Europa “é muito importante para investidores de longo prazo, como fundos de pensões e seguradoras” porque lhes remunera melhor as aplicações.
Stephan de Moraes, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco – APCRI, refere que “os resultados em Portugal estão em linha com os europeus, pelo que, se os fundos de pensões e seguradoras portuguesas investirem uma pequena parte das suas aplicações na indústria de capital de risco nacional, vão poder pagar melhores reformas às pessoas e remunerar melhor os seus clientes”, afirma Stephan de Moraes.
Forte criação de valor para os investidores
O relatório “Performance of European Private Equity Benchmark 2024” permite perceber que os fundos europeus de “buy-outs” de médias empresas (aquisições de médias empresas) tiveram o melhor desempenho do segmento, com uma TIR líquida de 17,05%. Estes fundos continuaram a apresentar desempenhos em linha com os fundos congéneres norte-americanos e a superar os fundos do resto do mundo, distribuindo em média capital aos investidores em apenas 3,83 anos, quase um ano antes dos seus pares norte-americanos.
Quanto ao Venture Capital, a Invest Europe destaca o crescimento das startups investidas na União Europeia e a maturação do ecossistema europeu de Venture Capital após a era das dot.com.
“O investimento privado em capital de risco na Europa, não só proporciona aos investidores rendimentos superiores, como também lhes dá acesso a participarem no desempenho de um número cada vez maior de empresas privadas de craveira mundial”, afirma Eric de Montgolfier, CEO da Invest Europe. “Quer se trate de apoiar empresas em fase inicial de arranque, PME em rápido crescimento, multinacionais maduras ou projetos de infraestruturas essenciais, o capital privado tem um papel essencial e complementar nas carteiras dos investidores”, acrescenta.








