Opinião
Inteligência Artificial: disrupção progressiva dos negócios

À medida que a Inteligência Artificial (IA) avança, torna-se a espinha dorsal de uma nova economia global, impulsionando uma transformação de proporções impressionantes.
A IA não é apenas mais uma tendência tecnológica; é um motor de disrupção que reconfigura como as empresas operam, inovam e interagem com os seus clientes. Estima-se que, até 2030, a IA acrescente 19,9 biliões de dólares ao PIB mundial, representando 3,5% da economia global (dados da IDC).
Esta transformação, contudo, não é instantânea. A disrupção promovida pela IA acontece de forma gradual e em várias etapas, evoluindo desde os primeiros estágios de experimentação, de 2023 a 2024, até à adoção completa entre 2027 e 2030. Este processo progressivo assemelha-se ao triatlo, em que o sucesso depende da execução consistente de três modalidades consecutivas: natação, ciclismo e corrida. No contexto da IA, a disrupção nos negócios exige uma jornada através de três pilares críticos — estratégia de negócio, governança e tecnologia — todos fundamentais para o sucesso, tal como no triatlo cada fase é indispensável para alcançar a linha de chegada.
No triatlo, a natação marca o início da prova, onde se define o ritmo e se enfrenta a primeira resistência. Da mesma forma, no contexto da IA, a estratégia de negócio é o ponto de partida da disrupção. É nesta fase que as empresas devem explorar como a IA pode transformar as operações, otimizar processos e gerar valor através de novos produtos e serviços. Assim como na natação, onde cada movimento deve ser eficiente para conservar energia para as fases seguintes, uma estratégia de IA bem delineada posiciona a organização para aproveitar o potencial disruptivo da tecnologia com clareza de propósito.
Após a natação, o triatleta avança para o ciclismo, onde a resistência é testada ao máximo. No caminho da IA, a governança representa esta fase, garantindo que as empresas naveguem com segurança, ética e responsabilidade. Tal como no ciclismo, em que a força e o ritmo são essenciais para construir uma base sustentável, a governança estabelece políticas de segurança, privacidade e transparência no uso da IA. Esta fase é vital para que as organizações possam usar a IA de forma consciente e responsável, evitando riscos éticos e reputacionais que comprometeriam o sucesso a longo prazo.
Finalmente, chegamos à corrida — o momento decisivo do triatlo. Na disrupção com IA, essa etapa representa a implementação da tecnologia propriamente dita. Aqui, os avanços como machine learning, Big Data e IA generativa tornam-se os ativos que concretizam a transformação digital. Assim como cada passo da corrida é crucial para cruzar a linha de chegada, cada inovação tecnológica aproxima as empresas da disrupção definitiva, alterando a forma como geram valor e se posicionam no mercado.
Tal como no triatlo, a jornada até à disrupção final com IA é contínua, exigindo estratégia, resiliência e adaptação. Não acontece de forma abrupta, mas sim através de um acumular de avanços nas áreas de estratégia de negócio, governança e tecnologia, até que a transformação seja inevitável e mude o panorama económico global.
Em última análise, a disrupção progressiva impulsionada pela IA assemelha-se a um triatlo: exige consistência e visão em cada fase para alcançar o objetivo final de transformação. Ao dominar cada uma destas “modalidades” da IA, as empresas estarão mais preparadas para prosperar num novo modelo económico, conquistando a linha de chegada e liderando no mercado global com inovação e responsabilidade.