5 questões a Vânia Pinheiro Fortes, CEO da Jupiter App
“As leis, as oportunidades de poupança fiscal (por exemplo) foram feitas para todos”, defende a CEO da Jupiter App, uma plataforma que está a dar os primeiros passos e que tem como core business libertar os profissionais das tarefas burocráticas.
A jovem start-up Jupiter app foi uma das três vencedoras da edição deste ano da Road to Web Summit. Começou atividade há poucos meses, tendo como ponto de partida a criação de uma plataforma que visa facilitar a vida dos trabalhadores independentes e dos empresários em nome individual, capacitando-os com as ferramentas digitais adequadas para a gestão financeira dos seus negócios.
A start-up quer simplificar a contabilidade e gestão do negócio, com a supervisão de contabilistas certificados dos empreendedores, disponibilizando um conjunto de diversificado de ferramentas com as quais utilizadores podem facilmente controlar os seus rendimentos, as despesas e os impostos relacionados, como IVA, cálculo de Segurança Social ou IRS. Vânia Pinheiro Fortes, CEO da Jupiter App, partilha com o Link to Leaders a sua visão de empreendedora.
O que é para si inovação?
Para mim, inovação é a busca pela melhoria contínua, a capacidade de redefinir e melhorar constantemente as experiências. Envolve não só a introdução de novas tecnologias, mas também a criação de soluções que resolvam problemas reais de forma eficaz e eficiente. Resolver um problema de forma mais rápida, barata, gastando menos recursos (financeiros, humanos e energéticos)… Isto está na essência da missão do Jupiter app, contribuir para que o processo fiscal dos freelancers em Portugal seja mais eficiente.
Qual a competência fundamental para exercer a liderança nos dias de hoje?
Adaptabilidade, sem dúvida. Não só para start-ups, mas também nos setores mais tradicionais da economia. Ainda mais nos dias de hoje, onde tudo muda e muda à velocidade da luz. Quem não se adapta morre.
Uma ideia que gostava de implementar?
Não é tanto uma ideia, mas uma mudança de paradigma que é: o acesso a serviços financeiros “feitos sob medida” é caro e só disponível para as elites.
Não é não. As leis, as oportunidades de poupança fiscal (por exemplo) foram feitas para todos. O problema é o conhecimento/acesso a essas oportunidades, e está na hora de democratizar isso.
Que argumentos não devem faltar numa start-up para atrair investimento?
Há vários e vou destacar só dois: primeiro, resolver um problema real! A forma de resolver “O” problema, quem o está a resolver, onde se está a resolver e outra infinidade de fatores que muito provavelmente vão mudar durante a jornada da start-up. Mas se o problema existir de fato, essas mudanças são detalhes, e o investimento acabará por vir.
Hoje em dia é muito fácil cair no hype e andar à boleia de vanity metrics, para além de que com uma boa história há quem consiga vender gelo a esquimós. Se o objetivo é atrair investimento só porque sim, ok… Mas se o objetivo é usar o investimento como uma alavanca para resolver um problema real, então é preciso mais do que hype.
Segundo: pessoas focadas na missão. Novamente há muita coisa a acontecer e é a toda a hora, o tempo inteiro. É humano olhar à volta, ficar distraído por uns segundos, mas é essencial retomar o foco o mais rapidamente possível e fazer o teu caminho. Não esquecer o porquê de estares a fazer o que estás a fazer. O shiny object syndrome é com certeza o maior assassino de sonhos do mundo.
Erros que as start-ups nunca devem cometer?
Sou nova nestas andanças, com certeza ainda irei cometer uns quantos. Mas diria que esperar para ter feedback dos utilizadores, com a desculpa que são poucos então não importa. Isto é errado, quanto mais cedo começarem a ter feedback e a tomar decisões com base nesse feedback melhor, principalmente feedback relacionado com o produto.








