Investimento de fundos de capitais de risco nacionais em start-ups cresce 42%
Os montantes sob gestão dos fundos atingiram o valor máximo de 7.164 milhões de euros no final de 2022, o que representa um aumento anual de 18%, diz relatório da CMVM.
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) publicou ontem o “Relatório sobre a Atividade de Capital de Risco 2022”, onde divulga os principais destaques do setor e as conclusões da supervisão da atividade de capital de risco em Portugal.
No final de 2022 encontravam-se registadas e com atividade 71 entidades responsáveis pela gestão de Fundos de Capital de Risco (FCR), menos uma do que no ano anterior, e 247 FCR, mais 21 do que no final de 2021.
Os montantes sob gestão dos fundos atingiram o valor máximo de 7.164 milhões de euros no final de 2022, o que representa um aumento anual de 18%. Já o número de participantes nos FCR cresceu cerca de 36% face a 2021, para um total de 10.771.
Estes números “evidenciam o dinamismo do setor nos últimos três anos, caracterizado pelo aumento do número de Fundos de Capital de Risco, dos montantes sob gestão e do número de participantes”, revela a CMVM.
Os fundos de investimento que apostam no ecossistema de start-ups tiveram um ano de 2022 histórico. De acordo com dados do Relatório sobre a Atividade de Capital de Risco 2022, o investimento destes instrumentos através das fases de seed capital, start-up ou early stage aumentou 42% em 2022 para 1.212 milhões de euros.
Para além de serem apresentados os principais indicadores relacionados com a atividade de capital de risco em Portugal, o relatório destaca ainda as conclusões sobre as principais prioridades da atuação da CMVM enquanto autoridade de supervisão deste sector. Assim, o regulador diz que “tem promovido uma supervisão mais próxima da atividade de capital de risco, tendo alargado as matérias objeto de acompanhamento, com o objetivo último de promover a integridade do mercado e a proteção dos investidores”.
“Destacam-se, em 2022, as ações de supervisão focadas na avaliação e valorização de participadas em carteira nos Fundos de Capital de Risco, na prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo e de misselling. Relativamente a esta última foi avaliada a informação prestada e a conduta seguida no âmbito da comercialização de unidades de participação dos FCR, nomeadamente a que envolve recurso a angariadores”, segundo a CMVM.
O supervisor dos mercados adianta ainda que “foram reforçadas as iniciativas de supervisão dedicadas a temas emergentes e a riscos específicos, tais como os de greenwashing e cibersegurança, com a realização de ações de supervisão relacionadas, respetivamente, com a transparência da informação prestada aos investidores em matéria de sustentabilidade e com os procedimentos adotados em matéria de segurança da informação”.
A CMVM intensificou o diálogo de supervisão com as gestoras de FCR em matérias prudenciais, como sejam o modelo de governance, a estrutura organizativa, o modelo de negócio e o cumprimento de requisitos legais prudenciais e de envio de informação à Comissão.
A instituição diz que “a entrada em vigor, em 2023, do Regime da Gestão de Ativos atribui maiores responsabilidades às entidades gestoras na adequada identificação de falhas de cumprimento e promoção de planos de regularização efetivos e tempestivos”.








