Diz muitas vezes “eu” ou “para mim”? Saiba o que isso revela da sua personalidade.

O uso que fazemos das palavras através da linguagem oral e escrita mostra muito sobre como somos e sobre o nosso estado psicológico, defende professor de Psicologia na Universidade do Texas.

A forma como usa pronomes, artigos, preposições, conjunções e verbos auxiliares mostra muito sobre a sua personalidade, revela James Whiting Pennebaker, psicólogo norte-americano e professor de Psicologia na Universidade do Texas.

Segundo Pennebaker, “as palavras funcionais como pronomes, preposições, artigos… que, embora aparentemente não tenham conteúdo, somam metade das palavras que usamos todos os dias e são um indicador daquilo a que prestamos atenção”.

Em 1990, Pennebaker participou no desenvolvimento de um programa de computador que contava e categorizava palavras em textos, diferenciando termos de conteúdo – que transmitem significado – de palavras funcionais. Após analisar 400 mil textos – incluindo ensaios de estudantes universitários, mensagens instantâneas entre namorados, conversas em chats e transcrições de imprensa -, concluiu que as palavras funcionais são indicadores do estado psicológico das pessoas, e revelam muito mais do que os termos de conteúdo, pode ler-se na Harvard Business Review, que cita o psicólogo.

Pennebaker observou que as pessoas que mentem quase nunca usam o pronome “eu”, uma característica que é usada para detectar mentiras com uma taxa de precisão de 67%. Pelo contrário, as pessoas deprimidas abusam do pronome “eu”.

Além disso, as estatísticas mostram que os suicidas, antes de porem termo à sua vida, usaram as palavras “eu”, “meu”, “me” e “para mim” duas vezes mais e raramente ou nunca pronunciaram “nós”.

Num outro estudo, Pennebaker mostrou que os casais que mais usam as palavras “eu” e “nós” são melhores a resolver problemas do que aqueles que usam a palavra “você”. E aponta diferença entre os géneros: “a maioria das pessoas acha que os homens usam mais o “eu”, porque são mais narcisistas e convencidos. Mas, ao longo dos estudos e das culturas, descobrimos que as mulheres usam mais o “eu”, o “mim” e o “meu”. As mulheres têm uma atenção maior sobre si e uma percepção melhor do seu estado interior”.

O psicólogo refere ainda que “os homens usam mais artigos: “o”, “a”, “um”… Isso significa que os homens falam mais sobre objetos e coisas” e que “as mulheres usam mais pronomes na terceira pessoa – “ele”, “ela”, “eles” – porque falam mais sobre pessoas e relacionamentos”.

No caso dos empresários, o psicólogo aconselha: “se precisar de alguém para um cargo de tomada de decisão, alguém que diz ‘está calor’ deve ser melhor do que quem fala ‘eu acho que está calor'”.

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