O fundador e CEO da foodtech portuguesa Clevermeals explica o que significa para si a inovação e a liderança. Este empreendedor não tem dúvida do potencial da área foodtech, ou não fosse a alimentação a maior indústria no planeta “com 8 biliões de clientes fiéis”.
Fundada no final de 2020, a Clevermeals está ao lado do consumidor para o ajudar a descobrir, comprar e poupar, explica Nuno Brilha fundador e CEO da foodtech, que impacta e empodera escolhas de consumo mais saudáveis.Estão a construir um 1P data company que une consumidores, marcas e retalhistas, e usa inteligência artificial para criar uma customer journey mais saudável, desde a awareness até ao carrinho de compras.
Especialista em estratégia e marketing, com experiência em corporates e start-ups, tem em curso o seu PhD com research sobre Platforms e Multisided Markets.Por isso não é coincidência que a Clevermeals tenha sido desenhada enquanto plataforma. Na resposta às cinco questões lançadas pelo Link To Leaders dá a sua visão do que é a inovação, dos argumentos para atrair investimentos e das competências indispensáveis para ser líder nos dias de hoje.
O que é para si inovação?
A inovação é transformação de uma ideia em realidade. É um processo inerente à existência humana e fundamental para a sua evolução e uma competência crítica das empresas e das economias em concorrência. Academicamente, gosto particularmente dos temas de open innovation, business model innovation e corporate venturing, pela capacidade de aceleração de ecossistemas de inovação.
Qual a área de negócio com mais potencial em termos de investimento no futuro?
Acho que é a área foodtech – o espaço de inovação onde se insere uma start-up foodtech como a Clevermeals. Não há indústria maior no planeta do que a alimentação com 8 biliões de clientes fiéis e responsável por cerca de 10% do PIB global. O business case é claro. A alimentação tem a maior customer base de clientes do planeta, está suportada numa necessidade universal, com um padrão de consumo altamente recorrente e um orçamento (maior ou menor), mas sempre alocado.
Além disso, a alimentação é sustentabilidade e nunca a nossa alimentação disse tanto sobre quem somos, sobre o nosso ponto de vista ecológico, ético e até sobre o nosso lifestyle, mas a sociedade e a tecnologia ainda não respondem às necessidades reais das famílias. Este é o desafio da inovação no espaço foodtech.
Qual a competência fundamental para exercer a liderança nos dias de hoje?
Eu vejo a liderança como o equilíbrio entre três vetores: exemplo, respeito e empatia. Como tudo em gestão é situacional, são de aplicação situacional e como se tratam de vetores também têm direções e magnitudes diferentes, por isso a palavra chave é o equilíbrio. Quando se encontra esse equilíbrio, é altamente recompensador com equipas performantes e extraordinárias.
Que argumentos não devem faltar numa start-up para atrair investimento?
Diria que os três argumentos que não podem faltar são know-how, ambição e drive. Know-how para demonstrar onde está a inovação na sua perspetiva; ambição para demonstrar onde é possível chegar, navegando os principais perigos e, finalmente, drive para demonstrar não só compromisso como velocidade de execução.
Erros que as start-ups nunca devem cometer?
A start-up está por definição num loop contínuo de experimentação-teste-iteração do seu product-market fit para afinar o produto e modelo de negócio. Por isso o cenário normal é a incerteza e os erros vão acontecer, pelo que o melhor podemos fazer é ser rápidos na sua identificação e correção.