Entrevista/ 5 questões a Carlos Andión Rodriguez, Country Manager da Fleet

“Mais importante do que ter uma ideia inovadora é saber como executá-la e depois como vendê-la”, afirma Carlos Andión Rodriguez, Country Manager da Fleet.

A start-up francesa Fleet, que opera no mercado de leasing de equipamentos de Tecnologias da Informação (TI), aterrou este ano em solo português com a ambição de crescer além-fronteiras e consolidar a sua presença no mercado ibérico. A empresa considera este um passo “estratégico” para alcançar a liderança europeia.

Fundada em 2019 por Alexandre Berriche e Sevan Marian, a Fleet propõe-se a simplificar a aquisição, gestão e renovação de equipamentos tecnológicos para empresas através de uma subscrição “tudo incluído” que engloba, a par do aluguer dos mesmos, uma plataforma que permite gerir e controlá-los, e ainda serviço de apoio ao cliente.

França, Espanha, Reino Unido e Alemanha são os quatro mercados onde a empresa marca presença, com um volume de negócios de quatro dígitos. No país vizinho entrou em 2022 – com escritórios em Barcelona – e conta já com clientes como a plataforma de AI Clarity, as soluções Seedtag, Product Hackers e Haddock, e a empresa de crescimento de portefólio imobiliário PropHero, que lhe permitiram, juntamente com outros, fechar o exercício passado com uma faturação de dois milhões de euros.

O Link to Leaders desafiou Carlos Andión Rodriguez, Country Manager da Fleet, a partilhar a sua visão sobre o que fazer para atrair investimento, os erros que as start-ups não devem cometer e ainda o que, para si, é inovar. Carlos Andión Rodriguez investe também em projetos pré-seed e generalistas, como a Livo, uma aplicação que melhora o mercado de turnos e oportunidades de enfermagem. Através da sua rede de contactos, ajuda o fundo Enzo Ventures a entrar negócios em fase inicial.

O que é inovação para si?

Para mim, a inovação nem sempre é criar algo que não tenha sido criado antes. Inovação significa trazer/criar mais valor para as pessoas. Por exemplo, sou um grande adepto da reinvenção do tradicional, o que basicamente significa reinventar os processos tradicionais ou os mercados tradicionais que já existiam há muito tempo.

“(…) ser um líder é também ser um bom professor e alguém em quem se pode confiar”.

Qual a competência chave para exercer a liderança hoje em dia?

Eu diria que a adaptabilidade é a competência chave. Hoje em dia, as empresas bem sucedidas são aquelas que adaptam rapidamente os seus produtos, equipas e processos. Algumas pessoas pensam que ser um líder é delegar e dizer às pessoas o que fazer, mas ser um líder é também ser um bom professor e alguém em quem se pode confiar.

Uma ideia que gostaria de implementar?

Muitas e a maior parte delas nem sequer estão relacionadas com a área tecnológica em si, mas sim com o conforto que podemos proporcionar às empresas e aos seus colaboradores. A Fleet é já uma ideia inovadora no mercado português e é nesse sentido que vamos continuar a trabalhar.

“Os investidores querem ver os seus investimentos compensados (…)”.

Que argumentos não devem faltar numa start-up para atrair investimento?

Neste caso, mais importante do que ter uma ideia inovadora é saber como executá-la e depois como vendê-la. Os investidores querem ver os seus investimentos compensados, por isso investem em empresas onde veem uma elevada capacidade de crescimento e sucesso.

Erros que as start-ups nunca devem cometer?

As empresas em fase de arranque são constituídas por pessoas e não há nada mais humano do que cometer erros. Claro que há erros que não podemos ignorar, como os erros éticos, mas o importante é aprender com eles e crescer a partir daí. Alguns pontos importantes para mim são: gerir mal as finanças e ficar sem margem de manobra, ignorar os concorrentes e escalar com uma falta de validação do mercado.

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