45% das start-ups europeias não têm mulheres no board

Um relatório da ESG_VC e da British Venture Capital Association constatou que 45% das start-ups europeias ainda não têm mulheres no board.

Os conselhos de administração são por norma os órgãos onde se definem as estratégias e o destino das empresas e start-ups. Contudo, afirma um relatório recente da ESG_VC, e da British Venture Capital Association, os boards continuam a ser um “clube de homens” com insuficiente número de mulheres representadas.

Diz o relatório que 45% das start-ups europeias não têm mulheres no conselho e que das 450 empresas pesquisadas apoiadas por capital de risco, apenas 135 disseram que entre 1% e 25% de seus conselhos de administração contavam com a presença de mulheres.

Regra geral, as start-ups criam conselhos após as rondas iniciais ou da Série A e, geralmente, são compostas pelos fundadores e pelos investidores existentes. A questão é que a falta de fundadores do sexo feminino que alcançam a série A, e a baixa participação de sócias em venture capital dificulta a criação de conselhos de administração diversificados. E o facto de estes ainda serem muito dominados por homens, pode ter um impacto negativo no número de mulheres com posições em cargos executivos. Aliás, das empresas analisadas nesta pesquisa, 15% disseram não ter nenhuma representação feminina em cargos executivos. Acresce que uma em cada 10 empresas referiu que não reúne dados sobre a percentagem de mulheres em cargos de liderança.

Por sua vez, 75% das empresas que afirmaram ter mulheres na sua liderança sénior, apenas 11,5% reconhece ter uma equipa de gestão com, pelo menos, 50% de mulheres. A pesquisa salienta que as empresas que procuram abrir caminho para mulheres em cargos de chefia têm de ter atenção aos processos de recrutamento, ou seja, devem criar iguais oportunidades para mulheres que demonstrem as suas skills de liderança, oferecendo ideias sobre tendências futuras que impactarão os negócios, como IA, ESG ou mudanças nos padrões de consumo.