4 tendências de bem-estar que vão moldar a estratégia de pessoas em 2026

O bem-estar deixou de ser um benefício acessório para se tornar num fator decisivo no local de trabalho. De acordo com a WebMD Health Services, quatro grandes tendências irão marcar a forma como as organizações cuidam dos seus colaboradores em 2026.

A força de trabalho atual já não se limita a perguntar “Qual é o salário?”. Quer saber, acima de tudo, “Este é um lugar que cuida de mim?”. Mais de 90% dos colaboradores atribuem ao seu bem-estar a mesma importância que à remuneração e quase metade estaria disposta a abdicar de um aumento salarial de 10% em troca de mais benefícios ligados ao bem-estar.

Neste contexto, investir no bem-estar no local de trabalho será uma das decisões mais estratégicas que as organizações podem tomar em 2026, defende a empresa norte-americana WebMD Health Services, que identificou quatro tendências de bem-estar dos colaboradores que irão moldar, de forma decisiva, o próximo ano, noticia a revista Forbes.

1. Apostar no bem-estar holístico

Em 2026, os empregadores líderes deverão promover o bem-estar holístico, dando ênfase à integração e à personalização, de forma a proporcionar uma experiência natural e fluida. Existem três áreas que exigem especial atenção: a saúde da mulher, com foco na menopausa; a saúde mental; e o bem-estar financeiro.

A menopausa tem lugar no trabalho
Historicamente, a menopausa não tem sido devidamente valorizada como parte da jornada de saúde da mulher, apesar de mais de 47% da força de trabalho nos EUA ser composta por mulheres e 20% ter idades entre os 45 e os 55 anos. Atualmente, começa a ser reconhecida como uma experiência humana que merece apoio no local de trabalho. A WebMD Health Services antecipa que mais organizações criem ambientes de trabalho favoráveis à menopausa, com iniciativas como licença remunerada ou dias de baixa para sintomas associados à menopausa, benefícios para cuidados relacionados com a menopausa, incluindo terapias hormonais de substituição, e formação e apoio para lidar com os impactos físicos, sociais, mentais e financeiros.

A saúde mental é essencial no local de trabalho
O apoio à saúde mental evoluiu da simples sensibilização para a prestação de cuidados integrados. O futuro passa agora por um cuidado centrado na pessoa como um todo — personalizado, proativo, integrado na cultura organizacional e concebido para ajudar os colaboradores a prosperar verdadeiramente. Segundo o Business Group on Health, que 47% dos empregadores consideram a saúde mental a dimensão mais importante do bem-estar na sua organização.

O stress financeiro não existe de forma isolada
O stress financeiro repercute-se em todas as áreas da vida, afetando a saúde mental, a produtividade e o envolvimento no trabalho, bem como o bem-estar físico. Uma estratégia abrangente de bem-estar financeiro, focada na promoção de mudanças comportamentais positivas, pode fazer a diferença. Ao disponibilizar ferramentas, recursos e apoio personalizado, as organizações podem reforçar a saúde financeira dos colaboradores e, consequentemente, o seu bem-estar global. É provável que surjam apoios financeiros específicos direcionados a diferentes gerações e fases da vida.

2. Tornar o cuidado organizacional numa vantagem competitiva

Sentir que existe cuidado no trabalho é fundamental. Quando os colaboradores se sentem genuinamente cuidados, as organizações ganham uma vantagem competitiva clara. Num inquérito realizado pela equipa de investigação da WebMD Health Services, verificou-se que os colaboradores que se sentem cuidados pelo seu empregador são 56% mais envolvidos no trabalho, cerca de um terço tem maior probabilidade de permanecer na organização e 37% tem menor probabilidade de sentir burnout. Por isso, o cuidado no trabalho será um fator chave de sucesso em 2026.

Mas como se traduz esse cuidado? Eis alguns comportamentos essenciais que a WebMD Health Services aconselha: manter os colaboradores informados, partilhando atualizações, políticas e planos; solicitar feedback e agir efetivamente com base na informação; promover o sentimento de pertença e um ambiente de segurança psicológica e capacitar os líderes e gestores para apoiarem as suas equipas.

3. Escutar com maior intencionalidade

Os inquéritos anuais de envolvimento são importantes, mas a análise dos resultados e a implementação de ações pode ser um processo lento. Em 2026, as organizações tenderão a adotar inquéritos mais pequenos, frequentes e focados, com o objetivo de captar a experiência completa dos colaboradores. Mais importante ainda, procurarão agir rapidamente com base nos resultados.

A escuta contínua, através de inquéritos pulse, análise de sentimento e conversas regulares entre gestores e equipas, será fundamental. O foco deverá estar no bem-estar holístico e na sua evolução ao longo do tempo, permitindo que a voz dos colaboradores influencie diretamente as estratégias de bem-estar, retenção e desempenho.

4. Redefinir o Retorno do Investimento (ROI) do bem-estar

As organizações mais visionárias não encaram os programas de bem-estar como despesas a cortar quando os orçamentos apertam. Pelo contrário, veem-nos como um investimento estratégico nas pessoas e no futuro do negócio. Em 2026, as lideranças compreenderão melhor o impacto do bem-estar na produtividade, na retenção, na confiança na marca e na resiliência organizacional. Embora continue a existir a procura de retorno sob a forma de redução de custos com cuidados de saúde, haverá um maior foco no impacto total dos programas de bem-estar no negócio e nas pessoas.

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