Os 6 CEO que baixaram o seu salário para evitar despedimentos

Após um ano de maus resultados, líderes das grandes empresas veem os salários reduzidos. Os cortes atingem alguns dos CEO mais bem pagos dos Estados Unidos, como Tim Cook, da Apple, ou James Gorman, do Morgan Stanley.
Os acionistas das grandes empresas estão a reduzir os salários de alguns dos principais CEO. Os cortes salariais estão a atingir alguns dos líderes mais conhecidos e bem pagos dos Estados Unidos, incluindo o CEO da Apple, Tim Cook, o CEO do Morgan Stanley, James Gorman, e o CEO do Goldman Sachs, David Solomon.
Esta tendência surge depois de um mau ano no mercado de ações – 2022 foi o pior ano do S&P 500 desde 2008 – e ocorre quando um número crescente de empresas demite trabalhadores para se preparar para uma possível recessão.
Conheça os seis CEO que baixaram os seus salários.
Tim Cook, CEO de Apple
O CEO da Apple, Tim Cook, vai ter um corte na sua remuneração anual superior a 40%. Em causa está uma redução nos honorários auferidos pelo CEO, sendo que a gigante tecnológica esclareceu que o pedido partiu do próprio Tim Cook, após serem lançadas críticas pelos acionistas.
Para 2023, o plano de compensação da Apple irá garantir a Tim Cook 49 milhões de dólares (46 milhões de euros). A maior diferença reside na remuneração em ações da Apple, já que o salário básico anual do CEO permanecerá inalterado, no valor de 3 milhões de dólares (2,8 milhões de euros), com um bónus de até 6 milhões (5,6 milhões de euros).
Em 2022, a Apple concedeu a Tim Cook 75 milhões de dólares (70 milhões de euros) em ações, mas a meta para 2023 foi reduzida para 40 milhões (37 milhões de euros), sendo que três quartos deste valor estarão dependentes do desempenho da gigante tecnológica na bolsa.
Em documento enviado ao regulador financeiro dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), o comité de remuneração da Apple avança ter ajustado a compensação de Tim Cook à luz do feedback dos acionistas, recomendação do próprio CEO e em função do desempenho “excecional” da Apple, pode ler-se.
Pat Gelsinger, CEO de Intel
O CEO da Intel, Pat Gelsinger, anunciou no dia 1 de fevereiro que aceitaria um corte salarial de 25% este ano, no âmbito de um esforço para reduzir despesas e evitar despedimentos. Gelsinger será acompanhado por outros altos executivos da empresa, que também estão a aceitar reduções salariais que variam de 5% a 15%.
“Essas mudanças afetarão os nossos executivos de forma mais significativa e ajudarão a apoiar o investimento, mantendo a força de trabalho geral necessária para acelerar a transformação e alcançar a nossa estratégia de longo prazo”, disse Aidan Pollard, porta-voz da Intel ao Business Insider.
David Solomon, CEO de Goldman Sachs
O CEO da Goldman Sachs, David Solomon, teve um corte salarial de 30% em 2022, elevando o seu salário agora para 25 milhões de dólares (23 milhões de euros).
De acordo com um documento apresentado à SEC, o seu salário-base permanece inalterado em 2 milhões de dólares (1,87 milhões de euros), com os 23 milhões de dólares (21,45 milhões de euros) restantes como resultado da remuneração variável anual, abaixo dos 33 milhões de dólares (31 milhões de euros) do ano anterior.
A redução ocorreu quando o banco lutou contra ventos económicos contrários e demitiu 6,5% da sua força de trabalho global.
James Gorman, CEO de Morgan Stanley
O CEO do Morgan Stanley, James Gorman, teve um corte salarial de 10% em 2022, mas levou para casa um total de 31,5 milhões de dólares (29,38 milhões de euros).
A redução responde a “um ambiente económico e de mercado desafiador” que “não foi tão forte quanto no ano anterior, no qual a empresa alcançou um desempenho financeiro recorde”, disse o gigante financeiro, citado pela Bloomberg.
A empresa já demitiu 2% da sua força de trabalho global em 2022, ou seja, cerca de 81 mil funcionários.
Sundar Pichai, CEO de Google
Sundar Pichai, CEO do Google e da Alphabet, disse aos funcionários em janeiro que os altos executivos terão uma “redução muito significativa no seu bónus anual”, mas não especificou quanto ou por quanto tempo.
As suas declarações surgiram logo após a empresa anunciar o despedimento de 6% da sua força de trabalho, cerca de 12 mil funcionários. Num documento interno, Pichai escreveu que as reduções “afetarão toda a Alphabet, áreas de produtos, recursos, níveis e regiões”.
Jamie Dimon, CEO de JPMorgan
Embora o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, tenha recebido o mesmo salário de 34,5 milhões de dólares (32,2 milhões de euros) em 2022 como em 2021, no ano passado ele não recebeu o “prémio especial” de um milhão de dólares normalmente concedido ao CEO.
Num comunicado à SEC em janeiro, o conselho do JPMorgan escreveu que estava “definido não conceder-lhe nenhum bónus especial no futuro”. A medida foi adotada após protestos causados pelo total de 84,4 milhões de dólares (78,7 milhões de euros) que recebeu em 2021, dos quais 52,6 milhões de dólares (49 milhões de euros) vieram de “prémios”, segundo o Marketwatch.