Negócios do mês: CGI, Brisa e Sonae Capital Industrials foram às compras
Em março, a CGI concluiu a compra da britânica BJSS, reforçando a sua presença em Portugal. Também a Brisa chegou a acordo com a Ascendi para adquirir os 25% que detém na Via Verde e a Sonae Capital Industrials comprou uma participação maioritária na BeyondComposite.
CGI compra britânica BJSS e reforça hub em Portugal com mais 100 pessoas
A consultora de tecnologias de informação CGI concluiu a compra da britânica BJSS e reforça a sua presença em Portugal, com a integração de cerca de 100 profissionais na operação do Global Delivery Center Iberia.
“Do ponto de vista de estratégia e abordagem, encontramos vários pontos de contacto entre o Global Delivery Center da CGI e a BJSS em Portugal e um forte alinhamento cultural. Esta fusão vai permitir alavancar e acelerar o crescimento e evolução das equipas em Portugal, reforçando a nossa presença em clientes nacionais e internacionais em especial do Reino Unido, ampliando as competências existentes nas áreas de data e cloud“, justifica Gonçalo Lança, senior vice president do Global Delivery Center Iberia & Romania, sobre a operação agora concluída, citado pelo ECO.
“Com a integração da BJSS adicionamos cerca de 100 profissionais à nossa equipa da CGI em Portugal, particularmente na componente internacional”, sintetiza.
Desde o início do ano, a Global Delivery Center Iberia passou a integrar as equipas romenas, cerca de 80 colaboradores, sedeados em Bucareste, e com esta fusão com a BJSS passa a contar com cerca de 900 pessoas.
“Neste enquadramento, Portugal posiciona-se como o grande motor de crescimento, com certa de 700 consultores, presentes em Lisboa e no Porto, contando ainda com uma equipa de 120 consultores em Málaga, Espanha”, destaca Gonçalo Lança.
“Com a BJSS reforçamos as nossas equipas de forma transversal, tendo acesso a uma pool de talento sólida e com provas dadas em grandes clientes e projetos internacionais, nomeadamente nas áreas de cloud e data e, particularmente, na componente de design thinking”, refere o responsável sobre os ganhos com esta operação, cujo valor não foi divulgado.
Brisa compra os 25% da Ascendi e passa a deter a Via Verde a 100%
A Brisa chegou a acordo com o grupo Ascendi para a compra dos 25% que detém na Via Verde, passando a deter a totalidade do capital social, anunciou a empresa em comunicado.
“O Grupo Brisa e a Ascendi chegaram a acordo para a compra dos 25% do capital social que a Ascendi detém na Via Verde”, referiu, acrescentando que “com esta operação” passará a deter “a totalidade do capital social da Via Verde”.
O acordo está ainda “sujeito à aprovação da Autoridade da Concorrência e do Banco de Portugal”, adiantou, sem revelar valores do negócio.
A Brisa já tinha comprado a participação da SIBS na sociedade, em 2021, ficando-lhe apenas a faltar a posição da Ascendi para controlar a Via Verde na totalidade.
O capital da Ascendi é controlado pela Ardian, uma sociedade independente de investimento privado sediada em França e que gere ativos na Europa, América do Norte e Ásia, lembrou a Brisa.
Sonae Capital Industrials compra gaiense Beyond Composite
A Sonae Capital Industrials comprou uma participação maioritária na BeyondComposite, uma pequena empresa portuguesa especializada no desenvolvimento e produção de materiais compósitos avançados para aplicações na mobilidade, como novos materiais para reforçar a segurança de ambulâncias em zona de conflito.
O valor do negócio não foi divulgado, mas a Sonae Capital Industrials passa a controlar cerca de dois terços do capital da BeyondComposite, fundada por investigadores da Universidade do Minho e especializada em materiais de alta performance.
“Este investimento enquadra-se na estratégia da Sonae Capital Industrials de apostar em empresas com tecnologias inovadoras e sustentáveis, permitindo à BeyondComposite contar com os recursos necessários para acelerar o seu crescimento e potenciar a sua atividade em Portugal e no exterior”, refere a empresa do universo Efanor em comunicado divulgado esta sexta-feira.
A empresa que agora entra no portefólio da família Azevedo desenvolve produtos como componentes para autocarros e comboios, mas também trabalha no segmento da defesa, “com materiais de proteção para pessoas e bens, ajudando a salvar vidas”, diz o comunicado. Em causa estão, por exemplo, soluções alternativas à blindagem convencional que reforçam a proteção das ambulâncias em cenário de conflito.
Com duas dezenas de trabalhadores e um volume de negócios anual na ordem do milhão de euros, mais de 90% relativo à exportação de bens e serviços, a BeyondComposite trabalha em parceria com empresas e organizações nacionais e internacionais, utilizando “materiais sustentáveis como a madeira e seus derivados”, bem como “polímeros de alto desempenho”.
“Estamos empenhados em contribuir para o desenvolvimento de negócios inovadores e sustentáveis, criando empresas líderes nos seus sectores”, diz Miguel Mata Gil, presidente executivo da Sonae Capital Industrials sobre este negócio com uma empresa que o seu grupo já conhecia, uma vez que a Surforma é parceira da BeyondComposite em alguns projetos que envolvem painéis laminados.
Do lado da Beyond Composite, Fernando Cunha, que vai manter o cargo de presidente executivo, destaca que a aquisição “representa uma oportunidade única para acelerar o crescimento e expandir a presença global. Queremos potenciar o desenvolvimento da BeyondComposite no mercado nacional e internacional, consolidando o seu papel como uma entidade de referência em engenharia, desenvolvimento e produção de materiais avançados e sustentáveis para aplicações em mobilidade e defesa”.
A Sonae Capital Industrials reúne um portefólio de empresas de base industrial e tecnológica que já foram do domínio da Sonae Indústria e da Sonae Capital, designadamente a Tafisa Canadá, a Surforma, a Capwatt e a Adira.








