Mais de metade dos portugueses prefere trabalhar em regime misto

51% dos trabalhadores nacionais prefere continuar a trabalhar em regime misto, conclui o Barómetro Europeu do Observador Cetelem.

O Barómetro Europeu do Observador Cetelem procurou saber a opinião dos europeus relativamente às questões do teletrabalho (que em Portugal deixa de ser obrigatório a partir de dia 14 de junho), nomeadamente quais as preferências quanto ao regime de trabalho na fase pós-desconfinamento.

Ao nível europeu, a pesquisa revela que quatro em cada 10 trabalhadores gostaria de repartir as suas tarefas, entre o teletrabalho e o trabalho presencial. No mercado nacional, 51% dos trabalhadores portugueses afirmou preferir trabalhar num regime alternado entre o presencial e o teletrabalho. O mesmo aconteceu com os eslovacos (55%), os búlgaros e os checos (54%) que demonstram igual preferência em repartir a sua atividade profissional. Pelo contrário, 43% dos franceses mostraram vontade de exercer a sua atividade exclusivamente nas instalações do empregador.

Com a pandemia, e os sucessivos confinamentos, o teletrabalho tornou-se uma alternativa para manter as empresas em funcionamento, uma opção que, aliás, já era tendência, por exemplo, no Reino Unido onde 40% das empresas já recorriam a este modelo de trabalho de forma persistente. Pelo contrário, países como Bulgária, Espanha, Itália e Roménia só parecem ter descoberto o teletrabalho com a pandemia.

Com as alterações no mundo laboral durante a pandemia é provável que nada volte a ser como antes, uma realidade que parece estar a ser bem recebida pelos europeus, já que, segundo o Observatório, 67% dos europeus acreditam que o teletrabalho se processa de forma eficiente. A seguir aos suecos (79%), os portugueses e os espanhóis estão entre os mais convictos desta ideia (73%), seguindo-se o Reino Unido (72%).

Quando se trata da Europa Central a aceitação é mais moderada com apenas 56% dos eslovacos e romenos e 53% dos búlgaros a defender esta ideia.

Por outro lado, os europeus reconhecem a importância da sociabilidade no trabalho presencial. Talvez por isso, apenas uma pequena minoria dos profissionais (22%) deseja exclusivamente o teletrabalho, sendo os britânicos quem mais valoriza esta modalidade (30%). Em Portugal apenas 19% dos profissionais deseja trabalhar exclusivamente em teletrabalho.

Refira-se que estas conclusões tiveram por base um inquérito online quantitativo, realizado junto de total de 14 200 consumidores e conduzido pela Harris Interactive, entre 27 de novembro e 8 de dezembro de 2020, em 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, França, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia, Reino Unido, Eslováquia e Suécia. Com idades compreendidas entre os 18 e os 75 anos, os inquiridos foram selecionados de amostras nacionais representativas de cada país.

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