Faber cria fundo de 30 milhões e vai investir em start-ups ibéricas de dados

O Faber II arranca com um valor de 20,5 milhões de euros, mas quer chegar aos 30 milhões em 2021, aposta na especialização e na Península Ibérica.

A Faber anunciou a conclusão da primeira vaga de financiamento do seu novo fundo de investimento. Designa-se Faber Tech II e arranca com um montante inicial de 20,5 milhões de euros, continuando, no próximo ano, o fundraising com a meta de atingir, no mínimo, os 30 milhões de euros.

Com um posicionamento especializado, o fundo Faber Tech II vai direcionar os seus investimentos para start-ups em fase inicial (pré-séries A) que operem e liderem áreas como a inteligência artificial, machine learning ou big data, e que tenham como principal objetivo a transformação digital de empresas e indústrias a nível global, referiu a sociedade de capital de risco em comunicado.

Por outro lado, o fundo vai canalizar os seus investimentos, maioritariamente, para start-ups que utilizem a Península Ibérica como plataforma de lançamento para o mercado global, e que explorem o potencial desta área geográfica como um dos centros tecnológicos em ascensão da Europa.

A par de vários investidores privados (particulares e institucionais), o Faber Tech II tem como investidores “âncora” o Fundo Europeu de Investimento (FEI) e a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) que, em conjunto, assumiram um compromisso de 15 milhões de euros ao abrigo do Plano Juncker e do programa Portugal Tech. O fundo será gerido a partir de Lisboa e liderado pela equipa composta por Alexandre Barbosa, Carlos Silva, Rui Melo de Carvalho e Sofia Santos.

A Faber revelou que já executou três investimentos que serão incorporados neste novo fundo. São eles a participação na ronda de financiamento Séries A de 15,6 milhões de euros feita pela SWORD Health (start-up portuguesa que criou um sistema de fisioterapia digital que junta inteligência artificial e equipas clínicas); a liderança da ronda pre-seed da YData (uma plataforma que ajuda os data scientists a melhorar a qualidade dos dados e a garantir a sua privacidade); e ainda a participação na ronda pre-seed da Emotai (que desenvolveu uma plataforma de análise e melhoria de desempenho para atletas de desportos virtuais, baseada em neurociência). Durante o próximo ano, o novo fundo da Faber vai continuar a angariar investidores que queiram apostar nesta classe de ativos e numa abordagem especializada.

“A conclusão com êxito da primeira fase de subscrição deste fundo permite-nos antever um crescimento na procura deste tipo de investimento, numa altura em que vivemos uma nova era na qual a transformação digital através da inteligência artificial, do machine learning, da ciência de dados e de outras avançadas tecnologias  são cada vez mais relevantes para as empresas e os seus negócios”, frisou Alexandre Barbosa, fundador e Managing Partner da Faber.

Este responsável acrescentou ainda que “o novo fundo aposta no empreendedorismo especializado como motor da inovação no médio-longo prazo, atraindo de fora e retendo em Portugal os talentos científicos e tecnológicos que estão a desenvolver e a aplicar estas tecnologias emergentes. Para apoiar este tipo de equipas, a nossa abordagem especializada é distintiva na Península Ibérica pois oferecemos aos empreendedores um ecossistema de apoio [de especialistas técnicos] dentro de outro ecossistema”.

A par do lançamento deste fundo, a Faber revelou também a adoção de um novo modelo de gestão do fundo, baseado na experiência e no conhecimento através de uma equipa e rede de advisors, composta por um conjunto de especialistas, investigadores, data scientists, CTO’s e fundadores, maioritariamente distribuídos entre Portugal, Espanha e EUA.

No âmbito deste modelo foi criada a figura de “Professor-in-residence”, a cargo de Mário Figueiredo (do Instituto Superior Técnico), contando ainda com uma equipa de profissionais ligados à academia como Hugo Ferreira (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) e Liliana Ferreira (Fraunhofer Institute).

Na equipa e rede de especialistas estão presentes nomes como Anthony Douglas (cofundador e CEO da Hole19), Diogo Mónica (cofundador e presidente da Anchorage), Jaime Jorge (cofundador e CEO da Codacy), Jeff Lynn (cofundador e Executive Chairman na Seedrs), Pedro Bizarro (cofundador e Chief Science Officer da Feedzai) ou Vasco Pedro (cofundador e CEO da Unbabel), entre muitos outros.

Da indústria destaque para nomes como Filipe Almeida (Senior Security Engineer na Snap), Gabriel Coimbra (Group VP e Country Manager da IDC), Gonçalo Serpa Pinto (Senior Partner na McKinsey), Marco Costa (SVP International Corporate Development e General Manager EMEA da Talkdesk), Rafael Achaerandio (Data & AI, IoT Sales Lead da Microsoft) e Rita Waite (Head of Payments Innovation do Millennium BCP).