Executivos planeiam fazer mudanças estruturais nas empresas
O Portugal Talent Trends 2018, da Mercer, estima que nos próximos 12 meses os executivos nacionais façam mudanças estruturais nas suas empresas.
Segundo Portugal Talent Trends 2018 – Unlocking Growth in the Human Age, estudo da Mercer Portugal divulgado esta semana, a maioria dos executivos nacionais está a planear fazer alterações na sua estrutura organizacional. “Este ano, o estudo da Mercer confirma uma vontade que temos vindo a assistir por parte dos gestores de topo no que diz respeito a processos de transformação nas suas organizações. As mudanças organizacionais têm de ser realizadas de forma integrada em vez de se realizarem várias iniciativas isoladas”, refere Pedro Brito, Partner e Business Leader de Career da Mercer | Jason Associates
O estudo, que teve a participação de 31 executivos seniores, 96 líderes de recursos humanos e 302 colaboradores, avalia as novas tendências do futuro do trabalho, identifica as desconexões críticas relativamente à mudança e faz recomendações importantes para o crescimento de 2018.
De acordo com o Portugal Talent Trends 2018, também os colaboradores valorizam cada vez mais oportunidades para crescer pessoal e profissionalmente (88%), com mais de metade (61%) dos inquiridos a querer maior flexibilidade no trabalho.
Por outro lado, e apesar do crescente aumento das novas tecnologias, através da automação, robotização, inteligência artificial, 3D, e demais avanços, os executivos devem concentrar-se no “sistema operativo humano” para fortalecer as suas organizações. O estudo da Mercer identificou cinco tendências na gestão de talento em Portugal: velocidade da mudança; trabalhar com um propósito; flexibilidade permanente; plataforma para o talento; digitalização de dentro para fora.
# Velocidade da mudança
Na primeira tendência, o destaque vai para a forma como as empresas se preparam para o futuro do trabalho, e neste ponto, todas as empresas (100%) estão a planear mudanças estruturais este ano (1 em cada 4 dos executivos têm um scorecard com métricas de transformação).
Por outro lado, 20% dos principais executivos prevê que, pelo menos, uma em cada cinco funções da sua organização deixe de existir nos próximos cinco anos. Por isso, estar preparado para a substituição e requalificação ao nível do trabalho é fundamental para a sobrevivência e competitividade dos negócios.
Atendendo a esta conjuntura, 94% dos executivos em Portugal refere a inovação como parte principal da sua agenda em 2018, apesar de apenas 35% ter investimento específico para tal. Somente 6% dos colaboradores refere ser muito simples inovar e 42% das empresas em Portugal têm formação em inovação. Cerca de 39% das empresas encorajam os colaboradores a apresentar ideias inovadoras.
#Trabalhar com um Propósito
46% dos colaboradores que se têm destacado e que se sentem profissionalmente e pessoalmente realizados referem que a sua empresa apresenta um forte sentido de propósito. As razões mais apontadas para se ser bem-sucedido em Portugal prendem-se com: uma remuneração justa e competitiva; oportunidades de carreira; líderes que definem uma direção clara; possibilidade de trabalhar com os melhores; oportunidades de desenvolvimento de novas capacidades; trabalho em projetos com um propósito. O estudo refere que colaboradores com incentivos de carreira demostram quatro vezes mais compromisso com a sua organização.
#Flexibilidade permanente
Cada vez mais os colaboradores valorizam mais as suas expetativas entre o equilíbrio da sua vida pessoal e profissional. Querem mais opções de trabalho flexível e as empresas estão cada mais atentas a isso. 75% dos Recursos Humanos refere que a flexibilidade no trabalho é um foco para a sua organização, apesar de mais de metade (56%) ter receio que a flexibilidade impacte nas suas perspetivas de promoção.
#Plataforma para o talento
Os Recursos Humanos das empresas reconhecem a necessidade de delegar tendo em vista o futuro. 49% destacaram como principal prioridade em Portugal a necessidade de desenvolver líderes para o futuro.
Do ponto de vista dos colaboradores, 63% refere que quer que a sua empresa perceba melhor os seus interesses e competências específicas.
Além disso, os executivos devem promover um maior contacto com e entre os colaboradores atendendo ao facto de 71% dos colaboradores referir que poderia aumentar o seu desempenho se tivesse um acesso mais simples a especialistas e mentores.
O desenvolvimento de carreira (41%), um investimento contínuo em ferramentas de feedback (40%) e calibração de objetivos (39%), são as principais mudanças que as empresas inquiridas referem na gestão de desempenho.
#Digital de dentro para fora
As empresas e colaboradores dão cada vez mais relevância a ferramentas digitais na sua atividade profissional. Apesar de 75% dos colaboradores referirem que as ferramentas de última geração são importantes para o sucesso, 68% refere que, apesar de já estarem no caminho para moldar a experiência do colaborador, ainda há um longo percurso a percorrer. Os líderes das organizações pretendem investir este ano na gestão de conhecimento, na melhoria da eficiência das forças de vendas e em aumentar a eficiência dos Recursos Humanos.
Com as novas dinâmicas do mundo digital, um em cada três líderes em Portugal refere que o seu papel mudou com a introdução das tecnologias digitais, enquanto apenas um em cada quatro colaboradores sentiu essa mudança na sua atividade específica. Cerca de 43% das empresas em Portugal utiliza atualmente ferramentas de avaliação online.
Como refere o Partner e Business Leader de Career da Mercer | Jason Associates, “A digitalização é uma das principais alavancas para a criação de organizações mais ágeis e competitivas. Mas a humanização tem de estar alinhada com esta realidade, trabalhando competências de resiliência face a adopção de novas tecnologias, e facilitando as atividades do dia-a-dia através destas novas formas de trabalhar. Só assim, teremos equipas comprometidas com o futuro”








