Estudo Mercer revela que 80% das empresas não reduziu salários em 2020
O Total Compensation Portugal 2020, da Mercer, analisou 140 postos de trabalho, em 466 empresas no mercado nacional, e constatou que 80% das empresas não implementou nem considera implementar reduções salariais em 2020.
De acordo com o estudo Total Compensation Portugal 2020, revelado esta semana pela Mercer, o impacto da COVID-19 alterou as tendências nas compensações previstas pelas empresas nacionais, como por exemplo os incrementos salariais. O estudo contemplou um capítulo especial, o Special Edition, desenvolvido com foco na COVID-19 em julho, que revela que a percentagem de empresas portuguesas que considerava o congelamento salarial evoluiu para 17%, face aos 11% verificados em abril/ maio.
Tiago Borges, Career Business Leader, frisou que 2020 trouxe o desafio da pandemia e que o Total Compensation teve necessidade de fazer refletir o seu impacto na compensação. Por isso, a Mercer, optou por uma abordagem inovadora a nível global e realizou uma 2.ª fase de recolha de dados em julho, de modo a poder apresentar nos resultados do estudo informação atual.
As tendências apresentadas, explica aquele profissional, “focam as ações tomadas pelas empresas em Portugal, na sua necessidade de responder a uma situação inesperada como a pandemia. Congelar salários e contratações são exemplos das medidas mais duras, mas, numa perspetiva positiva, a grande maioria das empresas não prevê diminuir o seu headcount nem prevê recorrer a reduções salariais”.
O estudo aferiu que o número de empresas que prevê contratar novos colaboradores sofreu uma quebra comparativamente com o ano anterior. Em plena pandemia, 19% das empresas participantes admitiu a perspetiva de diminuir o número de colaboradores em 2020. No entanto, 58% afirmou não existir qualquer plano de alteração ao nível do headcount.
Por outro lado, 39% das empresas participantes na Special Edition indicou ter optado pelo congelamento das contratações em 2020, 13,5% optou por diminuir o número de contratações previstas, e 46% não alterou as intenções de contratação.
No que concerne ao indicador compensação, o estudo revela que 80% das empresas não implementou, nem considera implementar, reduções salariais, enquanto na remuneração variável e no pagamento de bónus/incentivos de curto prazo, 92% das empresas afirma ter pago os montantes relativos ao desempenho de 2019, de acordo com o previsto.
Relativamente a este ano, 44% das empresas considera ser cedo para prever se o pagamento será superior ou inferior ao realizado relativamente ao desempenho de 2019. No entanto, 23% das empresas antecipa que a expetativa é de que o valor seja inferior.
Outro dos temas que surgiu na Special Edition é referente ao teletrabalho e à adoção de práticas de trabalho flexível, implementadas pela quase totalidade das empresas inquiridas neste estudo. Cerca de 77% das empresas afirmou ter optado pela implementação/ reforço de políticas de trabalho flexível, como são os casos da adoção de horários de trabalho flexíveis ou da possibilidade de escolher trabalhar a partir de casa ou do escritório.








