Estratégias para centrar a transformação digital nas pessoas, segundo a Experis

Para promover uma transformação digital centrada nas pessoas, responder às necessidades do mercado e aos desafios atuais, a Experis identifica algumas estratégias que as empresas podem adotar.

A democratização da Inteligência Artificial (IA) está a colocar as estratégias de transformação digital e automação como prioritárias na agenda das empresas. Assiste-se à evolução das funções e à criação de novas posições especializadas já refletem o impacto desta nova era digital, com muitos empregadores a revelarem dificuldades para encontrar talento qualificado.

As organizações que conseguirem equilibrar o progresso tecnológico com uma estratégia de talento centrada nas pessoas irão destacar-se pela sua capacidade de adaptação e também pelo compromisso e lealdade dos seus colaboradores, tirando o melhor proveito dos benefícios da automação e inovação tecnológica.

Neste contexto, a consultora Experis sugere três estratégias que os líderes empresariais podem pôr em prática.

1.Reduzir o desfasamento no otimismo de líderes e trabalhadores em relação à IA

Dados da Experis revelam que, quer em Portugal quer a nível global, a maioria dos profissionais acredita que a inteligência artificial (IA) terá um impacto positivo no futuro do trabalho. Todavia, o grau de otimismo varia consoante o nível hierárquico. Em Portugal, são as lideranças sénior e intermédias que demonstram maior confiança (70%), enquanto os trabalhadores da linha da frente revelam maior cautela.

Assim, para garantir uma adoção bem-sucedida da IA, é essencial que as organizações envolvam as suas equipas no processo e promovam uma cultura de inovação e aprendizagem contínua. O que implica capacitar os colaboradores e integrá-los ativamente na transformação. Ao sentirem-se valorizados e preparados para experimentar estas novas tecnologias, os profissionais sentem que a sua perceção poderá evoluir ao encararem a IA como um recurso que aumenta as suas capacidades, e não como uma ameaça.

2.Apostar no planeamento estratégico de talento

É fundamental que as organizações coloquem as pessoas no centro da conceção e implementação dos sistemas de IA para terem êxito nas suas iniciativas de transformação. Até porque à medida que a tecnologia altera continuamente as competências e as funções exigidas pelas organizações, o planeamento do talento torna-se cada vez mais relevante.

As organizações devem redesenhar as funções com base nas capacidades da sua força de trabalho atual, analisando eventuais desvios de competências e identificando aquelas que será necessário desenvolver ou contratar. Só assim, estarão em condições de investir em programas de upskilling e reskilling que permitam capacitar as suas equipas das competências e da confiança para avançar nesta transformação. É igualmente importante assegurar que as novas tecnologias a adotar se integram de forma fluída com o stack tecnológico existente, evitando confusões operacionais e quebras de produtividade, bem como garantir que todas as ferramentas e processos implementados cumprem os requisitos legais e éticos ao nível da recolha e gestão de dados de IA.

3.Utilizar o poder da IA para acelerar a capacitação das equipas

A IA pode igualmente desempenhar um papel estratégico no sucesso das iniciativas de capacitação dos trabalhadores. Dados da McKinsey revelam que as empresas podem potenciar o uso de IA para identificar desvios de competências, priorizar áreas de desenvolvimento e orientar decisões de formação e mobilidade interna.

A IA também permite às organizações criar percursos formativos personalizados e adaptados às necessidades individuais dos colaboradores, tornando a aprendizagem mais eficaz e motivadora. E, ao mesmo tempo, reforçar a mobilidade interna, ajudando a mapear trajetórias de carreira e sugerindo oportunidades alinhadas com as competências complementares dos trabalhadores.

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