Entrevista/ “Um empreendedor tem de ter convicções e uma identidade bem definida”

Samuel Silva, presidente do Conselho Fiscal da UAL

Presidente do Conselho Fiscal da Universidade Autónoma de Lisboa, Samuel Silva foi também um empreendedor ao longo de toda a sua vida profissional. São esses anos de experiência e conhecimento que partilha em mais uma rubrica Link To Acredita Portugal.

Criou vários projetos, aprendeu com os sucessos e com os erros e continua a defender que ter uma identidade muito bem definida é uma peça basilar de qualquer projeto. Este poderia ser o retrato, muito resumido, é certo, de Samuel Silva atualmente presidente do Conselho Fiscal da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL).

Lembra que o maior risco profissional que correu foi quando, já casado e com um filho, decidiu aceitar trabalhar numa microempresa, aprender a pagar salários… isto numa altura, recorda, em que ainda não havia subsídio de desemprego. “Foi mesmo um salto no desconhecido. Na altura a opção era ter “uma vida à sombra da rotina, ter um percurso numa multinacional ou, por outro lado, tentar testar os meus limites, tentar conhecer-me melhor, desenvolver aquilo que na altura achava que podia vir a conseguir. E fiz a opção correta. Correu bem!”

Revela que o maior erro que cometeu aconteceu sempre que não seguiu as suas convições, o seu estilo e as suas ideias. “Cometi-o várias vezes e deu sempre asneira”. Mas também deixa algumas lições. Primeiro, o empreendedor deve aprender a perder. Segundo, quando se constitui uma empresa deve-se sempre pensar na saída, “porque uma empresa não é eterna”, alerta. “Deve haver o cuidado de prever que um dia, ou a pessoa sai ou a empresa acaba, e normalmente isso conduz a problemas gravíssimos”.

Inspira-se nas histórias dos empresários com quem trabalhou e no percurso das empresas por onde passou, assim como nas histórias de vida de personalidades nacionais e internacionais. A motivação vai buscá-la à sua própria superação. Procura sempre novos desafios e não gosta de se envolver em coisas que já sabe o resultado. “Gosto de coisas que exijam trabalho e estudo”.

Aos empreendedores aconselha: ponham entusiasmo no que fazem, sejam flexíveis e cultivem a identidade.”Não concebo um empreendedor sem convicções próprias e sem ter uma identidade muito bem definida. Para se iniciar um processo de empreendedorismo é preciso que a pessoa tenha bem claro quem é, qual a sua identidade e quais são as suas convicções. Isto é vital”, reforça.

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