Empresas internacionais e criativas preferem Lisboa em vez de Berlim e Paris

“As empresas internacionais e criativas querem Lisboa. Está muito à frente de Berlim e de Paris”. A frase é de Rohan Silva, ex-assessor do antigo primeiro ministro inglês David Cameron e cofundador da Second Home, que vai abrir um novo espaço de coworking em Lisboa.

Lisboa está nas bocas do mundo. O turismo potenciou a economia e em 2016 gerou receitas superiores a 12 mil milhões de euros. Mas a procura pela capital portuguesa não se restringe ao turismo. Nos últimos anos tem sido crescente a procura por espaços de coworking e escritórios que possam hospedar start-ups e empresas internacionais. Exemplo disto é a Pipedrive, uma start-up que já tem escritórios em Nova Iorque e Tallin e que, há cinco meses, abriu um escritório em Lisboa.

Segundo um comunicado da Agência Lusa, o cofundador da Second Home, que se assume como um acelerador criativo para as empresas, e que, neste momento, conta com dois espaços de coworking, um no Mercado da Ribeira, em Lisboa, e outro em Spitafields, em Londres, revelou que “as empresas internacionais e criativas querem Lisboa”. Isto porque a capital portuguesa “está muito à frente de Berlim e de Paris. Em parte, devido à língua inglesa, que não existe em Paris. E depois por causa do estilo de vida, como o surf e o clima, que é melhor do que em Berlim”.

Para além disto, o custo de vida na capital portuguesa é bastante inferior ao das outras grandes cidades europeias, o que leva muitas empresas a procurarem alternativas. Utilizando o exemplo das empresas sediadas na Second Home de Spitafields, Rohan Silva refere que “o principal problema é o custo do alojamento. O custo de vida [em Londres] é muito elevado. A falta de habitação em Londres é um problema maior do que o Brexit”.

A procura pela cidade portuguesa cresceu também devido à instabilidade sociopolítica vivida em alguns países. “Ninguém diria há 10 anos que, comparando com Londres ou os EUA, Lisboa é uma cidade estável para fazer negócios. Devido ao Donald Trump e ao Brexit, Lisboa é, na minha opinião, a cidade mais estável da Europa”.

Second Home Lisboa

10 milhões de euros para a abertura de um novo espaço em Lisboa

A Second Home tem intenções de abrir um novo espaço em Lisboa com um investimento de 10 milhões de euros. Terá de ter uma dimensão maior que a do atual espaço (no Mercado da Ribeira) que conta com 1300 metros quadrados.

O facto de a empresa querer um espaço maior prende-se com a necessidade de criar capacidade para manter empresas que estejam em crescimento.

“O que nós queremos fazer em Lisboa é apoiar a criação de postos de trabalho”, referiu o cofundador da Second Home à Lusa, acrescentando, ainda, que “existem demasiados jovens talentosos desempregados. 6% de pequenas empresas de rápido crescimento criam 60% dos novos postos de trabalho em economias desenvolvidas e nós estamos a tentar ajudar mais empresas em Lisboa a encaixarem-se nessa categoria”.

Para além do investimento em Lisboa, a empresa liderada por Rohan Silva vai também abrir mais dois espaços em Londres.