Empresa norte-americana vai ajudar Ucrânia a processar crimes de guerra da Rússia

A Ucrânia prevê usar o software de análise de dados da empresa norte-americana Palantir para ajudar a processar supostos crimes de guerra cometidos pela Rússia.

A Palantir Technologies, que tem fornecido à Ucrânia sistemas para ajudá-la a atingir tanques russos e apoiar refugiados, está agora a trabalhar com o gabinete do procurador-geral para que investigadores em toda a Europa possam reunir e processar dados referentes a supostos crimes de guerra, avançou a Reuters.

O seu software combina inteligência e imagens de satélite para criar um mapa de evidências, estabelecendo, por exemplo, a proximidade do equipamento russo de cenas de crime ou agregando fotos que ucranianos publicaram nas redes sociais e que investigadores identificam como evidências relevantes.

Segundo Andriy Kostin, procurador-geral da Ucrânia, “analisar a quantidade de evidências seria virtualmente impossível sem soluções modernas de tecnologia de informação”.

Os dados que o software da Palantir irá processar estão relacionados com as acusações de assassinatos ilegais, tortura e destruição, entre mais de 78 mil crimes relatados na Ucrânia desde a invasão da Rússia.

Qualquer processo bem-sucedido de crimes de guerra exigirá que a Ucrânia “navegue” por jurisdições sobrepostas e forneça provas, apesar de geralmente haver um acesso restrito a suspeitos ou cenas de crime.

A Palantir garantiu que a sua tecnologia permitirá que os investigadores tenham acesso a dados que de outra forma estariam protegidos. A empresa de Denver, que há duas décadas começou a auxiliar os serviços de inteligência dos EUA, recentemente comunicou o seu primeiro trimestre de lucro.

Por enquanto, a Palantir não está a cobrar pelo trabalho nos casos de crime de guerra, disse um porta-voz. A sua parceria com os promotores ucranianos girará em torno de supostos crimes de agressão ordenados pela liderança da Rússia e alegações de ataques sistemáticos contra o povo ucraniano, afirmou a Palantir.

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