Entrevista/ “Colocamos as pessoas no centro de tudo o que fazemos”

Marina Magro, diretora-geral da Sky Portugal

“Este setor é reconhecidamente competitivo, está em constante mudança e é extremamente fast-paced”, resume Marina Magro, diretora-geral da Sky Portugal, a propósito da concorrência que se vive no domínio dos media, do entretenimento e das telecomunicações. Garantir que proporcionam a melhor experiência possível aos clientes é o que marca a diferença, assegura.

Depois de dois anos como diretora de Estratégia e Operações da Sky Portugal, Marina Magro assumiu o cargo de diretora-geral da empresa há pouco mais de três meses. Agora, neste novo capítulo, tem como missão impulsionar novas conquistas, assentes no crescimento sustentável e na evolução contínua da equipa presente em Portugal.

Presente em Portugal desde 2012, Sky (subsidiária da empresa homónima britânica de media e telecomunicações), estabeleceu-se no mercado do desenvolvimento de software como um centro tecnológico de excelência. O seu foco é criar software para apps e plataformas de TV e streaming, aproximando os clientes dos conteúdos de que mais gostam. Fornece diferentes serviços que passam pela distribuição de rede móvel, internet e televisão, assim como a venda dos dispositivos associados, a par da produção televisiva e cinematográfica. Neste momento, de olhos postos no futuro, a Sky já está a trabalhar num novo desafio para o continente africano, a Sky Showmax.

Como está a encarar o desafio de liderar a Sky Portugal?
Aceitei esta nova função, por um lado, com um grande entusiasmo, mas, por outro, também com um forte sentido de responsabilidade. Vejo neste compromisso que abracei, para consolidar o posicionamento da Sky Portugal como referência no desenvolvimento tecnológico, uma honra e um desafio. Pretendo fazer jus ao legado já criado pelo António Vieira antes de mim, e pelo Pedro Geada antes dele, de uma liderança responsável perante uma equipa tão talentosa, conduzindo-a rumo à conquista de novas metas, oportunidades e patamares de sucesso.

Para além disso, sinto um orgulho enorme em assumir esta direção, pois sei que é um grande privilégio poder crescer e traçar o meu percurso profissional numa empresa como a Sky, que dá primazia à inovação de forma inclusiva e consciente, sempre com o foco em evoluir de forma sustentável.

(…) as nossas pessoas, que estão no topo da lista de prioridades, sempre”.

O que é mais importante para a Sky Portugal neste momento? Inovação, talento…?
Colocamos as pessoas no centro de tudo o que fazemos – e fazemos isso de duas formas distintas e ambas de igual importância, que conjuntamente contribuem para o sucesso. Em primeiro lugar, os nossos clientes, que estão no centro de tudo o que desenvolvemos. A excelência na entrega, que exigimos das nossas equipas e pela qual somos reconhecidos mundialmente no grupo, é inteiramente orientada para oferecer a melhor experiência possível a todos os que utilizam os nossos produtos, seja nas plataformas de streaming ou em qualquer uma das soluções desenvolvidas pelas equipas em Portugal.

Em segundo lugar, e claramente não menos importante, as nossas pessoas, que estão no topo da lista de prioridades, sempre. Temos um foco muito grande em proporcionar a melhor employee experience aos colaboradores, desde o momento em que se candidatam a uma vaga até ao último dia connosco, porque o nosso objetivo é que sintam de forma impactante a diferença que a nossa marca representa. Possuímos um forte compromisso em inovar e encontrar novas formas de apoiar as nossas pessoas no seu dia a dia, através de pacotes salariais competitivos, benefícios flexíveis inovadores, programas de apoio ao colaborador acima da média, entre muitas outras iniciativas – e cada vez mais procuramos acrescentar novas opções que vão ao encontro das necessidades das pessoas que trabalham connosco.

“(…) estamos focados em fazer crescer de forma sustentável a nossa equipa em todas as localizações (…)”.

Atualmente, a empresa conta com três centros tecnológicos, Lisboa, Aveiro e Funchal. Há planos de expansão para novas localizações?
Neste momento, estamos focados em fazer crescer de forma sustentável a nossa equipa em todas as localizações, bem como em estabelecer ligações fortes com os grupos e entidades de relevo nos locais onde temos os escritórios atualmente. O nosso objetivo é potenciar cada vez mais uma relação de colaboração e aposta nestas comunidades, por exemplo, junto das universidades, bem como na organização de encontros em conjunto com comunidades tecnológicas locais, assim como outras instituições relevantes na área.

Posso, no entanto, avançar que nos mantemos sempre atentos ao nosso contexto e a oportunidades que possam surgir que façam sentido na contribuição dos nossos objetivos de entrega e crescimento, mantendo sempre o nosso foco em recrutar o talento de topo no mercado português.

O vosso setor de atividade [media, entretenimento e telecomunicações] tem registado uma concorrência crescente nos últimos tempos, com o desenvolvimento das plataformas tecnológicas dos produtos de streaming. Como se marca a diferença neste mercado?
Sim, este setor é reconhecidamente competitivo, está em constante mudança e é extremamente fast-paced. Para fazer face a estes fatores inevitáveis do nosso contexto, o nosso princípio orientador é garantir que proporcionamos a melhor experiência possível aos clientes. Acreditamos que marcamos a diferença através da criação de plataformas tecnológicas cada vez mais robustas, capazes de endereçar um mercado com exigências altas e em permanente evolução.

Importa referir que um dos pontos de grande distinção do Peacock (plataforma de streaming que desenvolvemos para o mercado americano em 2020) dos seus concorrentes de streaming do mercado dos EUA, é ter sido pioneiro na oferta de canais lineares e live sports. Esta oferta é significativamente mais exigente a nível técnico, uma vez que, por exemplo, no caso de transmissões de eventos desportivos em direto, estamos a falar de dezenas de milhões de clientes ligados à nossa plataforma para assistir ao mesmo conteúdo. É aqui também que nos distinguimos, sempre pela positiva, com um serviço único na sua qualidade técnica, suportado, em grande,parte pela equipa que está precisamente aqui, na Sky Portugal.

E como é que se fidelizam os clientes, muito mais exigentes hoje em dia e com tanta oferta ao seu redor?
A nossa máxima é sempre aproximarmos os clientes do conteúdo que mais gostam e no nosso contexto corporativo, com grandes nomes do setor como a NBC Universal, Dreamworks e SkyStudios, temos uma variedade de entretenimento para todos os gostos, o que torna a  oferta diversa e aliciante a fim de captarmos o interesse de um leque variado de audiências. Dentro da nossa área de atuação mais direta, o que garantimos aos utilizadores é a melhor experiência possível ao utilizarem as nossas aplicações móveis, de TV ou até mesmo no browser. Certamente que estas duas componentes contribuem, em muito, para o sucesso que as aplicações que desenvolvemos têm vindo a ter nos respetivos mercados em que se encontram.

Afirmou recentemente o seu compromisso de consolidar o posicionamento da Sky Portugal como referência no desenvolvimento tecnológico. De que forma, pretende efetivamente concretizar esse objetivo?
De facto, esse é um dos grandes objetivos a que me proponho neste novo capítulo da Sky Portugal. Um dos pontos fulcrais será, com certeza, mantermos o nosso compromisso inabalável com a excelência em tudo o que desenvolvemos e entregamos aos clientes, precisamente para continuarmos a destacar-nos por um desenvolvimento tecnológico de classe mundial. Isto passa também por uma estratégia estruturada à volta do nosso posicionamento externo no mercado e junto de parceiros-chave para perpetuarmos a atração do talento de topo existente nesta área, bem como um investimento contínuo nas políticas internas para retenção do talento único com que já contamos. Tudo isto resulta no desenvolvimento de soluções tecnológicas de excelência e de escala global, com milhões de utilizadores por todo mundo e, por isso, imbatíveis a nível do seu alcance.

Para onde vão os vossos investimentos este ano?
De um modo geral, os grandes investimentos deste ano por parte da Comcast e Sky Group estão focados no desenvolvimento de novos conteúdos para as nossas plataformas de streaming e TV. Podemos ver isto através da aposta continuada ao longo deste ano em mais conteúdos originais Sky e Peacock, assim como na recuperação de conteúdos e títulos exclusivos que agora regressam às plataformas da marca.

“De Boomers a Geração Alfa, os perfis de utilizadores para quem desenvolvemos as nossas soluções tecnológicas de streaming são muitíssimo diversos”.

Quantos são e qual o perfil dos utilizadores da Sky Portugal?
Há uns anos talvez fosse mais fácil responder a esta pergunta do que é hoje em dia. Era mais direto: quem usa um serviço de streaming são tipicamente gerações mais jovens, mais tech-savvye que procuram experiências de entretenimento em formato digital. Atualmente, esta já não é a realidade. Com a proliferação de serviços de streaming, dos dispositivos em que estas estão disponíveis, a par da democratização da utilização de dados móveis, melhorias de acessibilidade e redes wifi, assim como a própria alfabetização digital, existem neste momento muito poucas camadas demográficas a quem o streaming de vídeo nunca chegou.

De Boomers a Geração Alfa, os perfis de utilizadores para quem desenvolvemos as nossas soluções tecnológicas de streaming são muitíssimo diversos. E por isso mesmo, a nossa oferta é igualmente ampla pois, além de uma ótima experiência de utilizador, permite acesso aos melhores conteúdos de grandes marcas e estúdios mundialmente conhecidos, como a NBC Universal, Dreamworks e SkyStudios.

Sucede a uma liderança masculina [a de António Vieira]. O que é que a sua visão feminina pode trazer de novo para a empresa?
Não vejo uma diferença marcada com base no género, mas certamente que as nossas diferenças naturais de personalidade e na forma como abordamos certos temas ou situações irão fazer-se notar e resultar em soluções diferenciadas ao longo do tempo. Acima de tudo, o que espero é poder contribuir para a continuação do legado de longa data na Sky Portugal de uma liderança que privilegia a inclusão, é orientada à inovação e que está focada em entregar, ao mais alto nível de excelência. Tenho, de facto, grandes palavras de agradecimento ao António Vieira como meu mentor ao longo dos últimos quase dois anos, e com essas bases, espero conseguir elevar esta equipa de talentos vários a novas metas e conquistas.

“(…) confesso que nem sempre é fácil garantir o equilíbrio certo entre vida pessoal e profissional”.

Em que é que este novo cargo mudou, ou vai mudar, a sua vida… O tão falado equilíbrio entre vida profissional e pessoal?
A minha forma de lidar com este tema sempre tem sido muito focada em garantir que, em cada momento, as minhas prioridades estão corretamente alinhadas. Qualquer pessoa que me conheça, sabe que uma das coisas que me mais me caracteriza é a paixão que tenho pelo meu trabalho e que o meu drive para alcançar os objetivos a que me proponho é de facto muito marcado, por isso este cruzamento entre metas e prioridades é sempre um exercício consciente e ativo da minha parte – mas confesso que nem sempre é fácil garantir o equilíbrio certo entre vida pessoal e profissional.

E este é decididamente um ponto crucial para todas as pessoas que anseiam ter um maior equilíbrio entre as várias vertentes das suas vidas – nunca se trata de um “one and done job”, é um esforço contínuo… e às vezes, a balança pende mesmo mais para um lado e tem de haver uma avaliação honesta se, de facto, naquele momento isso é justificado pelos objetivos daquele período ou não.

Olho para o desafio que agora abraço com um enorme sentido de responsabilidade, por isso este sentimento está muito presente para mim. Acredito que o equilíbrio de cada um passa por este “jogo de ponderação”, no qual revisitamos e ajustamos o que estamos a priorizar em cada “curva”, para conseguirmos alcançar o equilíbrio certo para cada fase da nossa vida.

(…) posso até partilhar que foi a equipa em Portugal que cumpriu com a data de lançamento original do Peacock nos Estados Unidos (…)”.

Qual a estratégia para liderar uma equipa que já ultrapassa os 400 colaboradores, em várias localizações? Como se gere uma cultura empresarial?
Há aqui vários pontos que vale a pena referir e irei tentar fazê-lo de uma forma concisa, pois de facto, muito nos orgulha termos atualmente perto de 500 colaboradores a nível nacional, mas, ainda assim, mantermos muitas das características positivas de uma cultura de start-up.

As nossas pessoas vivem os nossos valores de can-do ehands-on attitude no seu dia a dia, e assim, estes permanecem presentes no seio das nossas equipas, guiando os nossos líderes em cada uma das áreas, quer nas suas decisões, quer na forma como abordam os desafios que enfrentam. Simultaneamente, temos na nossa base toda a estrutura de uma grande empresa internacional que está mais do que habituada a gerir desafios multi-localização.

É também importante lembrar que, ao longo dos últimos anos – e nisso até poderemos ver alguns dos efeitos positivos do trabalho remoto forçado inicialmente pela pandemia–, aprendemos a ser extremamente eficazes na gestão de equipas de alta performance remotas, quer na vertente de entrega, quer na motivação e espírito de equipa. Aqui, posso até partilhar que foi a equipa em Portugal que cumpriu com a data de lançamento original do Peacock nos Estados Unidos, que aconteceu precisamente em julho de 2020, meses após termos entrado numa pandemia a nível mundial.

Conseguimos esta cultura empresarial que fomenta uma entrega de excelência, que muito nos orgulha como já referido, graças à nossa abordagem compreensiva à atração, retenção e engagement do nosso talento, abarcando os vários touch points da experiência das nossas pessoas na Sky, em todos os momentos da sua jornada.

A nossa missão é alcançar um posicionamento em que a Sky Portugal é vista como o empregador de referência na área tecnológica do nosso mercado. Neste sentido, empregamos uma estratégia estruturada que alinha os nossos planos de crescimento continuado e sustentado, com as nossas metas de negócio e novos projetos de streaming a nível global.

O que têm feito nesse sentido?
A nível de visibilidade externa, temos feito uma forte aposta no desenvolvimento de parcerias estratégicas, quer com entidades locais relevantes, quer com instituições prestigiadas de ensino superior, que nos permitem um posicionamento privilegiado junto de pools críticas de talento recém-formado na área das engenharias. Ainda neste ponto, promovemos o nosso Open Day anual, no qual convidamos alunos do ensino superior a conhecer os escritórios em Portugal, a ver os produtos internacionais em ação e a saber mais acercado trabalho que desenvolvemos na Sky Portugal.

Temos também uma forte estratégia interna de engagement, integrando várias ações cruciais e multidisciplinares, com vista à retenção do nosso talento, acionando áreas como formação e desenvolvimento, recursos humanos, comunicação interna e branding e eventos. Através deste conjunto de iniciativas, o nosso intuito passa não só por fomentar a retenção e desenvolvimento contínuo do nosso talento, mas também por promover a vivência diária da nossa cultura interna e valores de inovação, responsabilidade e partilha de conhecimentos continuada.

Neste âmbito, podemos incluir grandes eventos, para os quais convidamos todas as nossas pessoas a celebrar e a partilhar grandes metas alcançadas, assim como a fortalecer laços entre equipas; ações de formação direcionadas a cada área técnica; momentos de troca de conhecimento peer to peer a nível interno; tradições já consolidadas de comemorar datas especiais como o Magusto da Sky, ou pequenos mimos ao longo do ano, como por exemplo o que fizemos em junho para marcar o Dia Mundial da Criança, em que atribuímos bilhetes de cinema aos nossos colaboradores para que pudessem levar os seus pequenotes até ao mundo mágico do grande ecrã –afinal, entretenimento está no core do que fazemos todos os dias.

Estes são apenas alguns exemplos, muito breves, de como a nossa estratégia se materializa em variadas ações em todas as geografias em que estamos presentes, que, por sua vez, são fulcrais para a propagação contínua da nossa cultura e valores, bem como para a retenção do talento e uma employee experience que se destaca no mercado.

“Neste momento já temos os olhos postos no futuro, e estamos a trabalhar num novo desafio para o continente africano, a Sky Showmax (…)”.

Olhando para os 11 anos de atividade da Sky em Portugal, quais foram os principais desafios e conquistas?
Não me parece de todo possível que seja capaz de fazer justiça às incontáveis conquistas da Sky Portugal ao responder a esta questão, mas vou tentar. Em abril do ano passado tive a enorme honra de poder participar ativamente na celebração dos 10 anos da Sky Portugal e ouvir variadíssimos relatos, alguns na primeira pessoa, dos desafios e metas crescentemente ambiciosos que foram sendo alcançados por esta equipa admirável ao longo dos anos. Por isso, é mesmo difícil escolher os principais.

Se quisesse ser breve, ou se pudesse escolher apenas uma, gostava de referir o facto de que temos sido muito consistentes no que toca a garantir que crescemos de forma sustentada e, ao mesmo tempo, fortalecemos a nossa cultura, os nossos valores e proporcionamos uma experiência invejável às nossas pessoas. E temos conseguido fazê-lo de forma exímia!

Poderia falar dos inícios muito humildes de uma empresa que atualmente tem quase 500 pessoas, mas que começou com apenas uma pessoa a trabalhar remotamente de Portugal para o Reino Unido antes disso ser algo cool, comum, falado ou sequer considerado pela maioria da empresas e pessoas.

Podia falar-vos dos projetos que entregámos com sucesso ao longo dos vários anos, como a Sky Store e inúmeros outros, através dos quais, apesar de termos uma equipa pequena e a crescer de forma sustentada, tivemos impacto real na vida de milhões de pessoas de múltiplos países na Europa. Ainda poderia falar dos marcos de crescimento da nossa equipa – desde os tempos de uma “enorme” equipa de 10, sendo que daí até ao primeiro jantar de Natal já com 40 pessoas passaram-se menos de dois anos. Podíamos ainda olhar para as tradições que se foram estabelecendo ao longo deste tempo, e que ainda perduram nos dias de hoje, como fazer um piquenique de colegas em cada verão.

Fomos reconhecidos como 13.ª Melhor Empresa para Trabalhar em Portugal em 2018, e pouco depois disso esta equipa talentosa já contava com mais de 200 pessoas, uma meta incrível e já tão longínqua do começo humilde com que iniciei esta retrospetiva.

No entanto, este caminho nem sempre foi fácil. Em 2020, quando nos preparávamos para aquele que era na altura o nosso maior lançamento de sempre, o Peacock, produto de streaming da NBC Universal no mercado dos EUA, começou uma pandemia global. Mas havia uma meta a cumprir para o lançamento: julho de 2020 e os Jogos Olímpicos desse mesmo ano que seriam transmitidos na nossa plataforma. Firmes na certeza de que nunca cancelariam os Jogos Olímpicos, e apesar das dificuldades generalizadas que os tempos iniciais de confinamento e pandemia trouxeram à sociedade, mantivemos a nossa data de entrega. Uma conquista verdadeiramente espantosa.

Há espaço para mais? Incrivelmente, sim! Expandimos a nossa presença geográfica, primeiro para o Funchal e depois para Aveiro, e com isto chegamos a talento mais diversificado, cobrimos uma maior área do território nacional e fortalecemos os nossos laços com as variadas comunidades locais.

A mais recente referência foi o lançamento do Sky Showtime em 22países europeus, dos quais Portugal fez parte, constituindo-se assim como o primeiro produto que, com componentes desenvolvidas pelas nossas equipas, está disponível no nosso próprio mercado. E para os nossos colaboradores esta foi uma conquista monumental, pois agora podem mostrar a familiares e amigos: “é nisto que eu trabalho” e/ou “eu fiz isto”.

A partir daqui, a certeza que tenho é que quando trabalhamos juntos não há limites ao que esta equipa consegue alcançar. Neste momento já temos os olhos postos no futuro, e estamos a trabalhar num novo desafio para o continente africano, a Sky Showmax, fruto de uma parceria Comcast, Sky e MultiChoice.

Numa altura em que a inovação tecnológica é constante no domínio das apps e das plataformas de TV e streaming, em que conquistar utilizadores é um desafio permanente, o que é que a mobiliza?
De uma forma muito sucinta, o nosso driver é sempre aproximar as pessoas do conteúdo que mais gostam, e por isso, termos do nosso lado grandes powerhouses do mundo do entretenimento é uma vantagem claríssima. Ao mesmo tempo, e aqui sim, as nossas equipas têm uma intervenção mais direta, queremos sempre criar e oferecer uma experiência incomparável aos nossos utilizadores, garantindo uma interação seamlesse intuitiva com as nossas plataformas. A fórmula como conseguimos isto é simples – em teoria: por um lado, um compromisso inabalável com a entrega de soluções tecnológicas de excelência, e, por outro, um foco absoluto na experiência memorável que proporcionamos aos clientes.

Respostas rápidas:

O maior risco: Esta é uma pergunta difícil porque sou uma pessoa que mede sempre com algum cuidado os prós e contras de qualquer ação que tome. No entanto sempre tive alguma apetência pela adrenalina, daí que esquiar tem sido o meu desporto favorito desde muito pequena. No entanto, há uns anos, sem grandes ponderações, aventurei-me a fazer bungee jumping na Tailândia e foi claramente um daqueles momentos em que tive de enfrentar o meu medo a mergulhar de cabeça, literalmente. Não sei se hoje em dia arriscaria novamente um salto desses, certamente não nas condições em que o fiz, dado que tenho tanto que ainda quero fazer e tantas metas ainda por conquistar.

A maior lição: Esta não tenho grandes dúvidas. Em 2013 embarquei numa aventura de voluntariado para o Camboja, onde estive mais de meio ano a trabalharem diversos projetos de apoio social à comunidade de Siem Reap, com um foco especial nas crianças, particularmente no ensino e condições escolares. Durante este período, tive a oportunidade de experienciar em primeira mão uma realidade social radicalmente diferente da minha. Isto foi por um lado extremamente exigente a nível psicológico e até físico, mas também altamente enriquecedor, e por isso conto este como o maior marco do meu percurso de desenvolvimento pessoal. Trouxe comigo lições de valor incalculável, com um impacto profundamente transformador em quem sou e me tornei, bem como uma gratidão renovada pelas minhas experiências e circunstâncias de vida.

A maior conquista: De facto posso dizer que, quer pela sorte da vida, quer pela minha dedicação e trabalho árduo, tenho tido grandes conquistas a nível pessoal e profissional ao longo dos últimos anos. No entanto, a mais recente profissional, a minha promoção a diretora-geral da Sky Portugal é claramente um momento marcante e de grande impacto na minha jornada no mundo empresarial. Sempre tive a ambição de estar num cargo de liderança de alta gestão, e tê-lo concretizado na casa dos 30 é um sonho tornado realidade. Claro, sonho este que exigiu muita determinação, dedicação e empenho ao longo dos últimos anos e que irá certamente exigir tudo isso e muito mais daqui para frente. Uma coisa é certa, a paixão por aquilo que faço tem sido sempre a minha chave para o sucesso.

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