Colaboradores felizes, coaching e produtividade

Nos últimos anos, o tema saúde mental ganhou uma grande visibilidade. Cada vez mais percebemos que a saúde mental é uma parte fundamental do bem-estar geral.

Numa época em que a pressão do mundo moderno pode ser avassaladora, é crucial perguntarmo-nos: como pode o local de trabalho ajudar a promover o bem-estar mental dos colaboradores? Utilizar uma abordagem que prioriza a saúde mental beneficia não só o indivíduo como também impulsiona a criatividade e a produtividade, sendo estes elementos vitais para o sucesso empresarial.

Enquanto coach, considero que tanto a cultura como a personal agency[1] são igualmente importantes para criar um local de trabalho próspero. Uma forte cultura organizacional, assim como a felicidade profissional, funcionam como um enorme multiplicador de forças, pois ajudam as pessoas talentosas a darem o seu melhor, todos os dias, independentemente dos desafios que possam estar a enfrentar.

No que diz respeito ao lado pessoal, é importante priorizar o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal e compreender os fatores que causam stress e qual a melhor forma de os gerir. Mas os colaboradores também são humanos e não têm em si todas as respostas. Por tal, procurar soluções no local de trabalho ou até mesmo fora da empresa, como, por exemplo, o coaching, o mentoring ou até consultas de psicologia, são uma opção válida. Estes são ótimos recursos para encontrar o caminho (de volta) para o bem-estar emocional e pessoal, produtividade e experiência de trabalho.

No caso do coaching, os coaches prestam apoio e orientação inestimáveis que levam a um maior envolvimento dos colaboradores. Através de sessões de coaching personalizadas, os colaboradores são capazes de estabelecer objetivos e concentrar-se no seu crescimento, resultando em níveis mais elevados de produtividade e satisfação no trabalho. Além disso, o coaching pessoal ajuda os indivíduos a alinhar aspirações profissionais com objetivos pessoais, cultivando um sentido de propósito, bem como o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, promovendo o sucesso a longo prazo.

Dados internos da nossa empresa revelam que 90% dos colaboradores que tiveram mais do que uma sessão de coaching, afirmam o valor e a relevância dos temas discutidos. A natureza personalizada do personal coaching permite ainda a resolução eficiente de problemas, com aproximadamente 10% dos participantes a encontrarem soluções adequadas numa única reunião e a 90% dos participantes a atribuírem um feedback positivo às sessões de coaching. Os tópicos mais frequentemente procurados para discussão em sessões de coaching estão associados a questões de ansiedade, eficácia na gestão do tempo, aumento da produtividade e controlo de stress. Paralelamente, é notável o interesse de alguns colaboradores em procurar orientação para conceber um plano de carreira sólido e, assim, almejar um crescimento profissional sustentado.

Desde a introdução do programa de coaching pessoal, a Pipedrive tem testemunhado resultados muito positivos e uma participação entusiástica dos seus colaboradores. É importante darmos tempo para planear, refletir, receber feedback e trilhar o próprio caminho. Além disso, é essencial que a cultura organizacional promova a criação conjunta de um ambiente de trabalho onde todos tenham prazer em vir trabalhar diariamente.

Vamos trabalhar para que a saúde mental não seja apenas mais uma questão que está em voga. A saúde mental é a base sobre a qual construímos a nossa vida, moldamos as nossas relações e encontramos força para cumprir os nossos objetivos. Ao conferirmos-lhe a devida relevância, experimentamos um maior bem-estar, produtividade e resiliência.

Seria importante ainda que as organizações considerassem a integração do coaching nas estratégias de gestão de recursos humanos. Que não se veja esta área apenas como uma tendência efémera, mas como uma oportunidade de mudança paradigmática, que poderá revolucionar o futuro do ambiente de trabalho!

^[1] “Capacidade de um indivíduo controlar os seus próprios comportamentos e reações em circunstâncias fora do seu controlo, mesmo que as suas ações sejam limitadas por outra pessoa ou coisa” (Heimel, 2022).