Entrevista/ “A gestão de ativos físicos deve ser vista como uma área de impacto positivo nos negócios”

A Nextbitt quer reforçar a sua posição “como uma empresa que alia tecnologia e sustentabilidade”, ajudando as organizações a atingir os seus objetivos ambientais e operacionais. Ao Link to Leaders, Miguel Salgueiro diz que o futuro passa internacionalização, primeiro em mercados europeus e depois “chegaremos aos Estados Unidos”.
A Nexbitt nasceu portuguesa através de um ‘spin off’. Utilizando tecnologias avançadas como cloud computing e inteligência artificial, a empresa ajuda as organizações a otimizar a gestão de ativos, reduzindo custos operacionais e minimizando o impacto ambiental. A Vodafone Portugal considerou-a um ‘case study’ e a Microsoft escolheu-a como parceira.
No ano em que celebra o seu 10º aniversário, falámos com Miguel Salgueiro, fundador e Chief Business Officer da Nextbitt, sobre os momentos mais marcantes da empresa, como a IA pode potencializar a tomada de decisões sustentáveis e o plano de internacionalização que começou em 2023 com a entrada em Espanha.
Que balanço faz destes 10 anos de atividade da Nextbitt e quais os momentos mais marcantes?
Ao longo desta década, a Nextbitt consolidou-se como uma referência em gestão inteligente de ativos físicos e sustentabilidade. Entre os momentos mais marcantes, destacam-se a conquista de grandes players tanto nacionais (BPI, EDP, CUF, CTT…), como internacionais (Vodafone, INDITEX, Auchan…), o termos recebido já por duas vezes o prémio de parceiro do ano da Microsoft (em Las Vegas e em Washington nos EUA), a expansão para o mercado espanhol, a integração de inteligência artificial na nossa plataforma e as parcerias estratégicas com grandes organizações.
“Adaptabilidade e resiliência são características essenciais para sermos competitivos no mercado e aplicamos isto no nosso produto, nos nossos serviços (…)”.
O que mudou na Nextbitt e no mercado?
Estamos em constante evolução e transformação, e sempre atentos às tendências do mercado e de olhos fixos nos novos desafios que as mudanças globais oferecem aos nossos clientes e a nós mesmos. Adaptabilidade e resiliência são características essenciais para sermos competitivos no mercado e aplicamos isto no nosso produto, nos nossos serviços e em todos os colaboradores que estão connosco.
Quais as áreas estratégicas da Nextbitt para este ano? E porquê?
Atuamos, principalmente, com as grandes empresas em Portugal e queremos enraizar ainda mais a nossa solução neste nicho. Também estamos em expansão para a Espanha e vamos seguir com o mesmo objetivo: ser a solução de gestão de ativos físicos para os setores da banca, manufatura, facilities, energia e diversos outros segmentos.
Quais são os grandes desafios que as empresas portuguesas enfrentam para manterem a gestão sustentável de ativos físicos como uma prioridade?
O primeiro desafio é mudar o ângulo de visão sobre a área. A gestão de ativos físicos deve ser vista como uma área de impacto positivo nos negócios e não um centro de custo. Com a Nextbitt, as empresas vêm que podem explorar e tirar muito mais proveito dos ativos que têm. E ainda, economizam recursos e alcançam maior excelência operacional.
“Somos trend-setters no setor e oferecemos o estado da arte relativamente à tecnologia de gestão de ativos físicos”.
Como devem as empresas manter a tecnologia de gestão de ativos físicos sempre atualizada? Quais os conselhos que dá?
Adotar a Nextbitt é um bom caminho. Somos trend-setters no setor e oferecemos o estado da arte relativamente à tecnologia de gestão de ativos físicos. Oferecemos uma suite de soluções que permite que as empresas estejam à frente do tempo neste aspeto. E temos uma equipa focada em manter este padrão sempre alto, a desenvolver o que há de mais atual na tecnologia.
Como devem as organizações reduzir a sua pegada ambiental? E como a Nextbitt pode ajudar?
O primeiro passo é tomar conhecimento das emissões que geram. Ou seja, precisam ter soluções e recursos que lhes permitam fazer o tracking das emissões do Scope 1, 2 e 3, por exemplo. Depois do tracking e das medições, é possível tomar as decisões necessárias para as emissões serem reduzidas e ainda, terem um impacto positivo no desempenho do negócio.
“Com o bom uso da IA, é possível aumentar a capacidade de processamento de dados e geração de informação”.
A Nextbitt tem integrado a IA nas suas soluções. Como pode a IA potencializar a tomada de decisões sustentáveis?
Com o bom uso da IA, é possível aumentar a capacidade de processamento de dados e geração de informação. Com mais informação em mãos, podemos tomar melhores decisões, sempre focadas no benefício de um negócio, de ações mais sustentáveis e para reduzir custos, por exemplo. E ajudar a criar um futuro onde a tecnologia e os valores humanos andam lado a lado
A Nextbitt está também presente em Espanha. O que mais aproxima e afasta o mercado português do espanhol?
Enquanto os mercados português e espanhol apresentam muitas sinergias devido à sua integração europeia e influências culturais comuns, as diferenças em termos de tamanho, diversidade económica e comportamento do consumidor exigem abordagens personalizadas para cada contexto. Ambos os mercados beneficiam de políticas e regulamentos harmonizados na União Europeia, o que facilita o comércio e os investimentos transfronteiriços. Portugal e Espanha têm raízes históricas e culturais semelhantes, com influências mediterrâneas que se refletem em estilos de vida, gastronomia e turismo. Os dois países possuem setores fortes em turismo, agricultura, energias renováveis e serviços, o que cria oportunidades semelhantes para empresas que atuam nessas áreas.
Tanto em Portugal quanto na Espanha, há uma tendência crescente de digitalização e mudança nos hábitos de consumo, com maior penetração de canais digitais e e-commerce. O mercado espanhol é significativamente maior, com um PIB e uma população superiores aos de Portugal, o que pode oferecer um potencial de investimento e uma base de consumidores mais ampla. A economia espanhola tende a ser mais diversificada, abrangendo uma variedade maior de setores industriais e serviços, enquanto Portugal sê mais concentrado em alguns segmentos chave.
Apesar de semelhanças culturais, os padrões de consumo e preferências dos consumidores podem variar. Por exemplo, as estratégias de marketing e canais de comunicação que funcionam bem num país podem necessitar de ajustes para se adequar ao contexto do outro. Embora ambos os países sigam as diretrizes da UE, as burocracias locais, incentivos fiscais e políticas de apoio às empresas podem diferir, influenciando o ambiente para negócios e investimentos.
“Acredito que vamos pela UE, inicialmente e depois, eventualmente, chegaremos aos Estados Unidos”.
Que outros mercados fazem parte da estratégia de internacionalização da empresa?
Já temos clientes em vários países da UE e do mundo. E queremos ter operações também em mais países. Acredito que vamos pela UE, inicialmente e depois, eventualmente, chegaremos aos Estados Unidos.
Projetos para o futuro?
Para o futuro, a internacionalização continua a ser uma prioridade, com um foco crescente em mercados europeus. Queremos reforçar a nossa posição como uma empresa que alia tecnologia e sustentabilidade, expandindo o impacto das nossas soluções para ajudar mais organizações a atingir os seus objetivos ambientais e operacionais.