Receitas dos pagamentos globais em queda, mas com rápida recuperação, diz McKinsey

Redução da utilização do numerário, boom do ecommerce e pagamentos instantâneos são algumas das tendências que saíram reforçadas com a pandemia, segundo estudo da Mckinsey.

Apesar do impacto negativo da quebra da economia que acompanhou a crise pandémica nas receitas dos pagamentos globais, estas totalizaram 1,9 biliões de dólares (cerca de 1,7 mil milhões de euros) em 2020, representando uma contração de apenas 5% em relação a 2019. Esta é uma das principais conclusões do estudo “Global payments 2021: Transformation amid turbulent undercurrents”, desenvolvido pela McKinsey & Company.

O relatório revela uma perspetiva sobre as transformações no setor dos pagamentos e aponta para que as receitas globais dos pagamentos regressem à trajetória de crescimento de 6% a 7%, alcançando cerca de 2,5 biliões de dólares (2,2 mil milhões de euros) em 2025.

De acordo com o estudo, a pandemia impulsionou várias mudanças de comportamento nos pagamentos, tais como a redução da utilização de numerário, a explosão do e-commerce e a adoção de pagamentos instantâneos.

Em 2020, os pagamentos em dinheiro reduziram 16% globalmente, sendo o encerramento temporário das lojas físicas o principal catalisador desta mudança. Já as transações cashless aumentaram 6% de 2019 para 2020. Ao mesmo tempo, cresceu a utilização de wallets digitais, à medida que as preferências dos consumidores evoluíram para formas de pagamento cada vez mais contactless. Embora seja previsível que a utilização de numerário volte a aumentar, a par da recuperação da economia e do regresso à normalidade, a análise da McKinsey demonstra que cerca de dois terços desta redução é permanente.

Os pagamentos instantâneos estão também a ter um papel cada vez mais importante no ecossistema global dos pagamentos, com o número destas transações a aumentar 41% só em 2020, muitas vezes como apoio às formas de pagamento contactless/wallets e e-commerce, segundo o estudo. A introdução de aplicações dedicadas aos pagamentos instantâneos foi um dos fatores que impulsionou este crescimento.

Os retalhistas, principalmente as plataformas de e-commerce, elevaram a sua posição competitiva, privilegiando as soluções de pagamento que motivam o customer engagement. Com os negócios a atribuir uma maior importância a soluções de pagamentos que vão ao encontro das expetativas e necessidades dos consumidores, os facilitadores de pagamentos estão a competir para oferecer soluções cada vez mais personalizadas, tais como QR codes, “tap to pay”, e pagamentos através de um link, que tornam a experiência ininterrupta, agradável, e cada vez mais contactless.

Novas oportunidades nos pagamentos
Os pagamentos internacionais continuam a ser uma área em crescimento, com as transações internacionais de comércio eletrónico a aumentar 17% em 2020, tendo as receitas crescido mais de 15% entre 2019 e 2020, diz o estudo da McKinsey & Company.

Entre os principais fatores incluem-se as alterações nas preferências dos consumidores após o confinamento, e um ligeiro incremento das margens devido a um aumento dos serviços de valor acrescentado. Contudo, as receitas dos pagamentos internacionais em lojas físicas caíram mais de 55%.

O relatório da McKinsey identifica três áreas que poderiam constituir extensões naturais atrativas para os players com credibilidade estabelecida no negócio dos pagamentos: Softwares de banca e pagamentos, infraestruturas e serviços; comércio, vendas e capacitação comercial e ofertas baseadas em balanços.

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