Entrevista/ 5 questões a Tiago Santos, CEO da Enlitia
“Dinamismo da equipa, visão e mercado disponível”, estes são os “ingredientes” que não devem faltar numa start-up para conseguir atrair investimento, segundo Tiago Santos, CEO da Enlitia.
A Enlitia é uma empresa de inteligência artificial dedicada às renováveis que desenvolveu um ecossistema de algoritmos que permite maximizar a produção de energia solar e eólica, minimizando o impacto da sua variabilidade. A sua plataforma unificada e intuitiva permite perceber o estado dos ativos renováveis em tempo real e a previsão dos dias seguintes. Em maio deste ano, tornou-se uma spin-off da Smartwatt. Tem um background de cinco anos de experiência, clientes em 11 países, entre os quais EDP, EDP Renováveis, Galp, Ventient Energy ou ERG, mais de 20 colaboradores espalhados por Portugal, Roménia e Ucrânia, e receitas de 1 milhão de euros em 2022. Tiago Santos, CEO da Enlitia, partilha a sua visão do mercado e lembra que é preciso não dar nada por garantido.
O que é para si inovação?
Inovação é a capacidade de olhar para o mundo por outro prisma. Quando fazemos algo de forma avançada, acabamos por ter a capacidade para explorar novas dimensões, desbloqueando outras possibilidades. Inovar implica que a organização domine a área em que atua – só assim é possível passar para o próximo nível.
“O sucesso de um líder no contexto atual está intrinsecamente ligado às Pessoas (…)”
Qual a competência fundamental para exercer a liderança nos dias de hoje?
Na verdade, considero que são duas: empatia e comunicação. O sucesso de um líder no contexto atual está intrinsecamente ligado às Pessoas, em todas as suas dimensões. A capacidade de comunicação entre todos os elementos da equipa e a partilha de um objetivo comum são os drivers fundamentais para o sucesso.
Uma ideia que gostava de implementar?
Tenho diversas, em diversos âmbitos, das mais simples às mais complexas. Atualmente, o meu maior foco está na implementação de uma ideia complexa que me acompanha há mais de uma década, que é o desenvolvimento de um ecossistema de algoritmos. O sucesso deste desafio passa em grande medida por fazer crescer a minha equipa – tanto em quantidade como, especialmente, em qualidade.
Que argumentos não devem faltar numa start-up para atrair investimento?
Dinamismo da equipa, visão e mercado disponível. Os investidores procuram pessoas que demonstram capacidade de atingir objetivos com grande foco e que possam maximizar o seu investimento.
“(…) erros mais críticos [de uma start-up]estão relacionados com a falta de conhecimento do mercado-alvo (..)”.
Erros que as start-ups nunca devem cometer?
A vida inicial de uma empresa é muito atribulada e os erros mais críticos estão relacionados com a falta de conhecimento do mercado-alvo e, consequentemente, não ter uma oferta verdadeiramente diferenciadora e bem executada. Outra questão é desvalorizar as pessoas: acreditando que não irão abandonar o projeto, que irão estar sempre motivadas e no mais alto nível de performance.
Em terceiro lugar, não diversificar as fontes de financiamento de forma a assegurar a sobrevivência da empresa ao longo do tempo, mesmo que alguma das fontes de capital se extinga. Resumindo, não dar nada como garantido e nunca deixar de ter uma visão a médio-longo prazo.








