69% das empresas vão aumentar o investimento em inteligência artificial em mais de 5%

Estudo da Bain & Company destaca que a IA assume um papel cada vez mais essencial na redução de custos nas empresas.

A inteligência artificial (IA) está a transformar os departamentos tecnológicos das empresas, equilibrando a inovação com a contenção de custos, de acordo com uma nova análise da Bain & Company. No seu estudo “Scaling AI While Controlling Tech Costs”, a Bain inquiriu 480 gestores tecnológicos e 7 em cada 10 revelaram que vão aumentar o investimento em IA em mais de 5% (31% prevê aumentar entre 5-10%, 25% entre 10-20% e 13% entre 20-50%).

A análise da Bain destaca que a IA pode contribuir para a redução de custos ao detetar despesas ocultas, identificar softwares que já não são utilizados pelas equipas, melhorar a eficiência operacional e ajudar a otimizar a infraestrutura ao permitir uma visão mais nítida da utilização de recursos.

João Valadares, sócio da Bain & Company, explica que “a inteligência artificial abre um novo mundo de oportunidades para os CIO e para as suas empresas. Podendo combinar crescimento e eficiência, os líderes tecnológicos desempenham um papel cada vez mais relevante na transformação dos negócios. Ainda que possa acrescentar alguma complexidade, a IA é fundamental no que diz respeito ao controlo de custos – as empresas estão cada vez mais cientes disso e com maior predisposição para aumentarem os investimentos”.

Contudo, a pesquisa prossegue ressalvando que, embora a IA possa reduzir gastos invisíveis e aumentar a eficiência, traz também desafios, tais como maiores gastos em software e cloud, ciclos tecnológicos mais rápidos e necessidades mais exigentes em termos de dados e arquitetura.

Assim, a Bain recomenda três principais medidas para se controlar os custos enquanto se escala a utilização de IA nas empresas. Uma delas é financiar a IA através da própria IA. Com a otimização das operações e consequente redução de custos, os departamentos tecnológicos podem compensar as despesas da adoção de uma IA mais ampla, criando um “efeito flywheel” que financia a transformação com a sua própria eficiência.

Outra das medidas passa por simplificar com disciplina. Adotar governança rigorosa, arquiteturas claras e padrões bem definidos, assentes em modelos menores para tarefas simples e maiores para usos.

Por fim, a empresa sugere incorporar a IA no modelo operacional.  O verdadeiro valor da IA aparece quando ela é integrada na forma como o negócio funciona. Incorporar a IA no dia a dia do negócio, repensando ferramentas, governança e cultura organizacional é essencial para maximizar valor e controlar custos.