Como aumentar a sustentabilidade da sua start-up
Está preocupado em ficar sem dinheiro mesmo antes de conseguir lançar a sua start-up? Neste artigo damos-lhe algumas ideias sobre como gerir melhor o dinheiro.
Uma das fases mais complicadas na aventura de uma start-up é a altura em que ainda não existem clientes e ainda não há um produto/serviço totalmente concebido para ser lançado ao público. Nesta fase, a principal preocupação é o burn rate, ou seja, o capital de que necessita mensalmente para manter o projeto em funcionamento.
A primeira etapa para reduzir o burn rate da sua start-up é calcular a quantidade de dinheiro que o projeto tem para gastar e dividir pelas despesas mensais. Por exemplo, se a start-up tiver 100 mil euros disponíveis, e tiver despesas mensais de 20 mil euros, é de extrema importância que comece a gerar lucro a partir do sexto mês, caso contrário, o projeto fica sem dinheiro.
A partir deste exemplo é fácil perceber que quanto menor for o burn rate do dinheiro, mais tempo vai ter disponível para trabalhar no projeto. Esta componente pode ser essencial para a sobrevivência da sua start-up, visto que dentro de um ecossistema de incertezas, onde não se sabe quando é que vai haver outra ronda de investimentos ou começar a ter clientes, o tempo é possivelmente a comodidade mais importante.
Convém ter sempre consciência do burn rate da sua start-up. Para tal, quando estiver a fazer o balanço do projeto inclua as três questões seguintes: “quando é que vou ficar sem dinheiro?”; “quando é que vou atingir o ponto de equilíbrio financeiro?” e “quando é que vou começar a ter lucro?”.
Estas três perguntas não só são importantes para ter consciência do estado atual em que se encontra a empresa, como também para possíveis conversas que tenha com potenciais ou atuais investidores que não se sentem seguros em apostar num empreendedor que não tenha um conhecimento aprofundado sobre o seu próprio projeto.
Uma das maneiras de diminuir o burn rate é trabalhar em outsourcing em algumas tarefas que podem ser dispendiosas se tiver um colaborador a executá-las, como contabilidade, finanças e recursos humanos.
Outra forma de aumentar a sustentabilidade financeira da sua start-up durante os primeiros tempos é conseguir abandonar uma ideia que não está a funcionar ou que não está a trazer qualquer benefício ao projeto. Mesmo que a ideia seja brilhante, se não estiver a funcionar é fulcral que a deixe de lado enquanto estiver a desenvolver o seu projeto principal. Neste campo pode utilizar a mesma estratégia que a Amazon, que tem por mote deixar de investir imediatamente assim que um projeto deixa de ter resultados positivos.
Pode ainda tentar desviar-se o máximo possível de planos de negócio que incluam grandes despesas de capital ou aquisições. O importante é investir em algo que lhe traga algum retorno positivo.
No fundo, tente adotar uma postura coerente em relação ao burn rate do seu projeto. Um dos métodos mais aproximados desta realidade é o da lean startup. Citando António Lucena de Faria, fundador e presidente da Fábrica de Startups, num dos seus artigos publicados no Link to Leaders, esta metodologia “é uma abordagem ao empreendedorismo baseada numa ideia simples, mas muito poderosa, a ideia de que, antes de criarmos uma empresa, devemos testar as hipóteses mais importantes que estão na base do modelo de negócio, realizando uma série de pequenas e rápidas experiências que nos ajudam a determinar a viabilidade de um novo negócio”.







