10 passos para tornar realidade uma ideia de negócio
 
                                                Vocação, crescimento profissional, conciliação… são muitas as razões que levam alguém a empreender. Conheça as dicas para pôr em marcha um negócio.
Ter sucesso num negócio depende de vários fatores, incluindo uma boa ideia. Muitos empreendedores acreditam que a partir desta fase é possível determinar se a empresa terá sucesso ou não. Mas não é bem assim.
O sucesso e a sustentabilidade de um negócio dependem de inúmeras variáveis. A ideia é apenas uma destas variáveis e pode, inclusive, mudar com o tempo. É preciso ter em mente que a primeira ideia para um novo negócio nem sempre será executada da maneira como foi concebida. Saiba como pôr em marca um negócio, segundo o El Mundo.
1. Faça um estudo de mercado
Antes de lançar um negócio, é fundamental definir o perfil do cliente e o nicho de mercado ao qual se vai dirigir, assim como conhecer a concorrência. “É importante detetar as necessidades dos clientes potenciais, para que o seu produto seja o que as satisfaça face aos restantes”, explica Carmina Valverde Pinilla, diretora da consultora de investigação de mercados Cuex.
2. Redija um plano de negócio
É importante planear os primeiros anos de vida da empresa. Trata-se de uma ferramenta viva, que é necessário ir revendo para controlar se os objetivos estão a ser cumpridos.
“Não basta lançar-se no vazio e ter uma ideia, necessita de pensar a curto, médio e longo prazo como vai crescer e consolidar-se, que força tem, o que o vai diferenciar e onde estão as suas debilidades”, afirma Eva Serrano, presidente da ASEME – Associação espanhola de Empresas Elétricas.
3. Obtenha financiamento
É muito importante saber quanto dinheiro é necessário para pôr o negócio em andamento e aguentar os primeiros passos sem cobrir gastos. As bolsas e prémios são um bom meio para obter financiamento. “O mais importante é deixar claro quanto necessita, quando e para quê”, explica Luisa Alemany, diretora do Instituto da Iniciativa Empreendedora do ESADE Business School, em Espanha, que recorda que a primeira fonte de financiamento devem ser as próprias vendas, mesmo que não seja ainda o produto definitivo.
4. Escolha uma forma jurídica
Constituir uma empresa permite proteger o património próprio. A forma mais comum em Espanha para pequenos empreendedores é a sociedade limitada, apta para crescer e dar entrada a novos sócios com facilidade. Nos últimos anos, chegaram em força outras fórmulas como a sociedade civil, a comunidade de bens, a fundação e a sociedade laboral, mas a que está a ter mais sucesso é a cooperativa, especialmente quando se trata de empreendimento social, que não está regulamentado como tal em Espanha.
5. Constitua uma boa equipa
Todas as pessoas que o acompanhem, tanto sócios como empregados, devem complementá-lo em todas as áreas da empresa. Igualmente importante é que haja uma afinidade com eles, porque as relações podem tornar-se tóxicas e destruir o negócio com muita facilidade. “É importante que a equipa seja equilibrada, para que cada componente traga conhecimentos: tem mais possibilidade de sucesso uma equipa constituída por especialistas em negócio, marketing e técnicos, do que outra com especialistas numa só das três áreas. No caso de cofundadores, procure pessoas com os mesmos valores, mas com competências técnicas complementares às suas”, indica Virginia Sánchez, diretora de Projetos na incubadora de negócios espanhola Demium Startups.
6. Defina um preço para o seu produto e escolha o seu público
Algo tão simples como pôr um preço ao produto ou serviço ajudará a definir a que nicho de público se dirige. Também é muito útil o apoio de entidades cujo conhecimento e experiência podem evitar erros na estratégia. Ana Segurado, diretora global da Telefónica Open Future, a plataforma que conecta empreendedores e start-ups com investidores de todo o mundo e que lançou a iniciativa para empreendedoras Womensage, explica que “o meu conselho é que se pense na experiência do cliente desde o primeiro momento, que se crie um discurso centrado na inovação que o produto ou serviço representa e não tanto na tecnologia que está detrás, e que se tenham provas comerciais, sem esperar que o produto esteja totalmente acabado”.
7. Planeie o lançamento para ter eco no mercado
Quando o negócio estiver pronto, é necessário desenhar uma estratégia dirigida a chamar a atenção dos potenciais clientes, com estratégias de comunicação e marketing que permitam a máxima difusão com o menor desembolso económico.
“Quando uma pessoa quer conseguir algo, consegue fazê-lo”, afirma Ana Giménez, da Lanzadera Emprendedores, aceleradora de empresas em Valência.
8. Ultrapasse as fronteiras
Às vezes, a natureza do novo negócio torna recomendável dar rapidamente o salto internacional, e noutras ocasiões é melhor dar-lhe um tempo de rodagem. Em qualquer caso, é importante que este passo se dê assim que possuir a necessária informação dos mercados para os quais se deseja exportar, dos seus regulamentos, dos concorrentes, dos potenciais compradores, e traçar uma estratégia de venda. A ICEX España Exportação e Investimentos apoia as empresas neste processo. “É uma grande oportunidade para aqueles que tenham paixão pelo produto ou serviço que oferecem, a paciência, porque os retornos não costumam ser imediatos, e a capacidade de adaptação a novos consumidores”, diz Alicia Montalvo, diretora geral da ICEX.
9. Crie um franchising da sua ideia
Um negócio pode nascer com vocação de se converter em franshising, mas Teresa Zamora, diretora de Marketing da Barbadillo e Associados, sublinha que, antes, deve ter sido testado durante um tempo razoável: “Um franshising sólido deve partir de um bom conceito de negócio, e que tenha sido provado. A partir daí, o sucesso da rede dependerá de dois fatores fundamentais: que esteja suportada num bom desenho do projeto de franshising desenvolvido por especialistas e que se realize uma correta seleção dos franshisados. O sucesso num franshising não se mede pelo número de franshisados alcançados num período de tempo, mas pela sua continuidade dentro da cadeia”.
10. Aprenda a ultrapassar o fracasso
Ao contrário de outras culturas, Portugal é tradicionalmente um país onde o fracasso não se aceita como uma aprendizagem que ajude a não cometer os mesmos erros no futuro. Por exemplo, nos Estados Unidos os grandes empresários orgulham-se dos seus reveses passados, aqui escondem-se sob o estigma que implica socialmente. Aprender com os descalabros é vital para triunfar.
“Antes de criar a DelSúper, montei uma loja online de fatos de banho e funcionava, mas era um produto muito sazonal, tinha que investir muito dinheiro que, nesse momento, não tinha. Essa experiência serviu-me para criar o meu novo projeto”, explica a empreendedora Eva Corcía, que recebeu investimento da Telefónica e apoio da sua aceleradora Wayra.








