Lisboa com potencial para capital tecnológica da Europa
Quem o diz é o The Guardian, à luz dos esperados 50 mil participantes no Web Summit, que se mudou para Lisboa pelos próximos três anos.
A Ponte 25 de Abril é invocada pelo The Guardian como símbolo de uma capital que está a “tentar reinventar-se enquanto centro tecnológico líder na Europa” e como tendo semelhanças com a Golden Gate Bridge, que liga São Francisco e a sua Silicon Valley a Sausalito, na Califórnia.
“Cada uma tem uma ponte vermelha, colinas, elétricos e bom surf”, frisa o jornal britânico, referindo que objetivo de Lisboa se tornar numa capital tecnológica da Europa está significativamente perto de se concretizar, ao ter conseguido trazer o Web Summit para a cidade.
Para este evento, são esperadas em Lisboa entre os dias 7 e 9 de novembro cerca de 50 mil pessoas, num contributo para a economia portuguesa estimado em cerca de 200 milhões de euros.
Cerca de 15 mil pessoas estarão no MEO Arena, para as conferências previstas com grandes nomes e empresas líderes mundiais.
O The Guardian destaca ainda as “rendas baixas, o ambiente cultural vibrante, os níveis incríveis de sol e a elevada qualidade de vida da cidade”, como fatores atrativos de Lisboa para jovens de todos os cantos do mundo, nos últimos anos.
A isto junta declarações de Manuel Caldeira Cabral, ministro da economia de Portugal, que frisa que, para além das restantes semelhanças com São Francisco, “a ideia que queremos promover é a de que também temos uma economia com base no conhecimento e uma comunidade empreendedora em crescimento”.
O ministro da economia português vai ainda mais longe e destaca as várias medidas e instrumentos financeiros que têm sido criados, para potenciar o ecossistema empreendedor e de atração de empresas do Reino Unido, Estados Unidos da América, Holanda e Alemanha.
Manuel Caldeira Cabral destacou também o sistema financeiro português, a competitividade do sistema fiscal para start-ups e a qualidade de vida que qualquer empreendedor consegue ter no país.
Rohan Silva, antigo assessor do ex-primeiro-ministro britânico David Cameron, que abriu um escritório da Second Home em Lisboa, é também citado no artigo, ao referir que, no nosso país, uma pessoa “pode levantar-se da secretária à hora do almoço e chegar à praia em 15 minutos – e isso assemelha-se muito mais a Los Angeles do que à ligeiramente nerdy São Francisco”.
Mas João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, à luz de toda esta onda de comparações, diz que “não é nada disso: isto é Portugal e isto é Lisboa”, invocando a diáspora e a vasta história de relações do país com o mundo, tal como durante os Descobrimentos, para relembrar que “é algo que temos vindo a fazer (…) e que estamos agora a fazer novamente com as start-ups e com o empreendedorismo”.