Viv, o robô australiano que ajuda idosos que sofrem de demência

Com recurso a inteligência artificial, o robô virtual foi desenhado por uma equipa de investigadores da Universidade de Nova Gales do Sul e apoia pessoas idosas com demência.
Uma casa de repouso australiana está a usar um robô virtual com inteligência artificial para interagir com os idosos que sofrem de demência ou outras condições neurodegenerativas. Designado Viv, o robô digital foi projetado para se relacionar com os pacientes através de um modelo de linguagem (LLM9), proporcionando-lhes companhia e conforto emocional.
Esta tecnologia permite que os idosos tenham alguém que interage com eles e estimula a comunicação 24 horas por dia, sete dias por semana, contribuindo para contrariar a solidão e favorecer o seu bem-estar.
Desenvolvido por uma equipa de investigação do felt Experience and Empathy Lab (fEEL), da Universidade de Nova Gales do Sul, Austrália, o Viv não pretende substituir os humanos, mas servir como uma ferramenta de apoio às equipas de saúde que trabalham com os idosos. Jill Bennett, diretora do felt Experience and Empathy Lab, explicou à Euronews que esta personagem foi criada com base na avaliação do comportamento e experiências reais de mulheres com demência.
Criado inicialmente como uma experiência de vídeo interativo, o projeto pode vir a ganhar novas formas no futuro. A personagem Viv está programada para apresentar sintomas relacionados com a demência e está disponível para conversar a qualquer hora do dia ou da noite. É uma boa companhia para manter o cérebro ativo, explicam os criadores do projeto.
Especialistas australianos afirmam que o recurso a cuidadores virtuais como o Viv pode, no futuro, tornar-se no novo normal no país devido à escassez de pessoal em lares de idosos na Austrália. Alistair McEwan, professor de engenharia biomédica na Universidade de Sydney, acredita que as maneiras pelas quais a inteligência artificial pode ajudar as pessoas que vivem com demência são ilimitadas. No seu caso pessoal, inventou um cachorro de brinquedo com o qual a sua mãe, com demência, pudesse interagir e manter-se estimulada mentalmente.