Trigo da Roza: “Os aceleradores têm contribuído para o crescimento e apoio a start-ups”

A Associação Portuguesa de Business Angels realizou um Spring Investment Dinner para assinalar a comemoração dos seus 10 anos de existência. O evento contou com a presença de business angels nacionais e internacionais.

O Spring Investment Dinner, promovido pela Associação Portuguesa de Business Angels (APBA) a 11 de maio, reuniu cerca de 150 participantes. O evento teve como objetivo assinalar a celebração dos 10 anos de existência da APBA e fomentar a internacionalização das start-ups portuguesas.

João Trigo da Roza, presidente da APBA, referiu que “há 10 anos os business angels eram irreconhecíveis. Hoje em dia há redes especializadas de network”, fazendo uma retrospetiva dos últimos 10 anos e referindo que “os aceleradores têm contribuído para o crescimento e apoio a start-ups”.

“Os vários investidores internacionais demonstraram interesse em investir nas várias start-ups portuguesas presentes, nomeadamente os investidores holandeses e italianos”, referiu a APBA no comunicado de imprensa.

João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, que também esteve presente no evento, destacou o papel que o Estado português tem tido no fomento do investimento, nomeadamente com as iniciativas de coinvestimento, tendo referido que é um modelo especial que tem dois objetivos: “quando um empreendedor está a negociar com um VC português ou estrangeiro, pode dizer que, se investir em mim, o meu Governo vai investir a mesma quantia; e quando um VC em Londres ou noutro lugar estiver a fechar um negócio, poderá dizer à empresa que, se esta se mudar para Portugal, o Governo colocará metade do dinheiro, a mesma quantia que estou a investir”. O secretário de Estado acrescentou ainda que “estes 200 milhões de euros são para as empresas mais sofisticadas, para os investidores mais sofisticados e espero que alguns dos investidores aqui presentes usem uma parte destes 200 milhões de euros”.

O governante confessou que “não foi fácil, com a pressão sobre a dívida pública, ter conseguido lançar um fundo de 200 milhões de euros para coinvestimento com VC e ter conseguido lançar o maior e mais poderoso incentivo fiscal para investidores em estádios iniciais. O programa Semente vai permitir que qualquer investidor em estádios iniciais deduza 100 mil euros na sua declaração de impostos. Isto foi feito não para os business angels profissionais, mas para os 3F (famíly, friends and fools), o estágio anterior ao de business angel, que permitirá que centenas de portugueses se tornem investidores em estádios iniciais, com quase nenhum risco sobre o capital investido”.

Já Philippe Gluntz, presidente do Business Angels Europe (BAE), referiu que querem “ter uma única voz dos business angels junto da Comissão Europeia e mais conhecimento do que o que conseguimos fazer, do que deveríamos fazer e de como a Comissão Europeia deveria tentar ajudar a desenvolver business angels”.

Sobre o papel dos business angels, Philippe Gluntz acredita que “depois de quatro anos, temos a impressão de que o valor e o impacto dos angels é hoje reconhecido em cada país. É claro que os governos e o ecossistema estão a reconhecer que a inovação é o caminho para a criação de postos de emprego, e a melhor forma de conseguir a inovação é ajudando os primeiros investidores que assumem o maior risco, ao fazer e investir o máximo possível em muitas start-ups que são criadas nos seus países”.

“Estamos em 12 países da Europa e todos têm federações ou instituições nacionais, cujo objetivo é conseguir o desenvolvimento e a profissionalização da comunidade dos business angels nos seus países. Estamos na Escócia, na Inglaterra, na Holanda, na Bélgica, na Alemanha, na Áustria, Itália, França, Espanha, Portugal e, mais recentemente, na Suíça”, disse.

Lisboa foi também palco da Assembleia Geral da Confederação Europeia da BAE que reuniu os maiores investidores de early stage e business angels europeus. Realizada no dia a seguir ao evento, a assembleia elegeu o novo presidente da organização, Luigi Amato, e o novo vice-presidente da BAE com o pelouro da estratégia, João Trigo da Roza.

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