Transformação digital e talento em TI marcam rumo das empresas
Um estudo da Michael Page revela que 58% das organizações incorporaram ou aceleraram os seus projetos tecnológicos para corresponder às necessidades do mercado.
Um estudo internacional realizado pela Michael Page junto de mais de 1200 Managing Directors, HR Directors e CTO na Áustria, Espanha, Polónia, Portugal, Suíça e Turquia, concluiu que no último ano a crise de saúde tornou a transformação digital numa das principais prioridades das empresas e que devido a esta circunstância 58% das empresas incorporaram ou aceleraram projetos tecnológicos como resultado do impacto da Covid.
Contudo, a dimensão da empresa influencia a “velocidade” a que esse processo é feito, já que de acordo com a pesquisa, antes da pandemia, a inovação e a tecnologia eram uma prioridade para 58% das grandes empresas e 44% das médias, enquanto apenas 6% das pequenas empresas tinham esta prioridade.
Também a forma como as organizações implementaram a estratégias para lidar com a crise registou algumas disparidades. Os inquiridos concordaram que a implementação do modelo de trabalho remoto foi a principal estratégia. 51% das médias empresas investiu em tecnologia ou no desenvolvimento tecnológico, seguida de 45% das grandes empresas e 36% de pequenas empresas.
No caso destas últimas, uma das medidas adotadas foi a diversificação do negócio (38%), uma medida adotada por 33% de médias empresas (33%), mas que não foi contemplada pelas grandes organizações. Por outro lado, ficou patente também que 38% das instituições investiram na formação digital dos colaboradores.
Mercado português
No caso específico do mercado nacional, a pesquisa da Michael Page revela que já antes da pandemia 57% das empresas consideravam a tecnologia e a inovação uma prioridade. Com o impacto da pandemia, a tendência cresceu com 65% das empresas a acelerarem ou a começarem a implementar projetos tecnológicos.
Segundo o estudo, o confinamento também trouxe novos desafios, concretamente no desenvolvimento de novas oportunidades de negócio (51%), na redução da atividade (49%) e na dificuldade da gestão eficaz das relações com clientes (26%). Para 24% das médias empresas a transição para o trabalho remoto foi também um dos desafios.
A aposta em IT é transversal às três principais áreas de investimento consideradas pelas empresas nacionais. A automação dos processos é referida por 40% dos inquiridos, ferramentas de automação e Big Data por 38% e a digitalização da relação com o cliente apontada por 34%. Por sua vez, o desenvolvimento de software e a cibersegurança foram apontados como áreas estratégicas por 32% e 27% das empresas, respetivamente.
Investimento futuro
No item dos investimentos futuros, as prioridades de grande parte dos inquiridos estão concentradas na transformação digital, nomeadamente no desenvolvimento de software (41%), digitalização do relacionamento com o cliente (39%) e CRM / ERP (38%).
Já quanto aos cargos nas tecnologias de informação, segundo o estudo a maioria das empresas ainda não possui algumas das posições mais estratégicas de Tecnologia e Inovação. Por exemplo, a 38% dos participantes reconhecem a ausência de um IT director, 55% de data analysts e 56% de IT Business Analysts. A integração deste perfil de profissionais permitirá que as empresas se preparem para abordar desafios como a redução de produtividade (54%), a dificuldade em desenvolver novas oportunidades (45%) e problemas na gestão da relação com o cliente (29%).
A propósito das conclusões deste estudo, Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page, frisou que “o setor de TI e Digital está a definir um ponto de inflexão nas estratégias de negócio das empresas de qualquer dimensão”. Na sua opinião, o investimento na transformação digital e no talento será vital para as organizações, pois irá definir, em grande parte, a capacidade de se adaptarem às necessidades do mercado e, portanto, contribuir para o seu sucesso. Para isso, os líderes precisam de ter o parceiro adequado, que entenda as necessidades do setor e possa ajudá-los a encontrar os perfis que cada empresa necessita”.








