Trabalhadores procuram segurança, flexibilidade e sentimento de pertença no emprego, diz estudo
Apesar da instabilidade económica, os trabalhadores afirmam que dão prioridade à flexibilidade, sentimento de pertença e ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal, fatores que pesam para 61% dos inquiridos a nível global na hora de aceitarem um emprego, conclui estudo da Randstad.
Preocupações económicas e sociais marcam o comportamento dos profissionais em 2023, segundo estudo Workmonitor da Randstad que conclui que as prioridades dos profissionais se dividem entre estabilidade financeira e o bem-estar individual.
De acordo com o estudo, o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal mantém-se como uma prioridade para 68% dos portugueses. No entanto, as dificuldades financeiras fazem crescer as expectativas de ajuda por parte dos empregadores – 52,2% dos inquiridos espera receber uma ajuda mensal para compensar o aumento do custo de vida. Os trabalhadores mais velhos veem a idade da reforma a afastar-se, com 79,5% a afirmar que a sua situação financeira não permite uma reforma na idade pretendida.
O estudo conclui ainda que, face à incerteza macroeconómica, 41% dos profissionais a nível global gostaria de receber apoios financeiros mensais, sendo que, em Portugal, esta expectativa é de 34%. Tanto a nível global (39%) como nacional (34%), os profissionais gostariam de receber um aumento fora da revisão salarial anual.
O estudo Workmonitor 2023 aponta também para uma nova preocupação: a estabilidade do emprego. A nível global, 52% dos profissionais sente-se preocupado com a possibilidade de perder o emprego, em Portugal esta percentagem é ligeiramente mais baixa, 48,1%.
Na hora de aceitar uma oferta profissional, 66,8% dos portugueses afirma não aceitar um emprego caso este não seja estável. No entanto, enquanto 63,8% dos portugueses receia que a incerteza económica afete a estabilidade do seu trabalho, em termos globais a percentagem desce para perto de metade (37%).
O aumento do custo de vida sentido um pouco por todo o mundo está também a alterar as perspectivas de reforma que, cada vez mais, tendem em ser adiadas. Em termos globais, 26% dos inquiridos com mais de 55 anos pondera atrasar a idade da reforma devido à sua situação financeira e 70% diz que as preocupações financeiras os impedem de se aposentar tão cedo como gostariam.
Em Portugal, 52.3% dos participantes do estudo acredita conseguir reformar-se entre os 65 e os 69 anos. No entanto, 79.5% considera que a sua situação financeira está a impedir chegar à reformar tão cedo quanto o pretendido.
Equilíbrio profissional e pessoal como prioridade
Numa perspectiva social, 68% dos portugueses afirma que não aceitaria um emprego que não permitisse um equilíbrio entre a visa pessoal e profissional, assim como 35,2% dos inquiridos revela já ter abandonado o emprego por não o conseguir conciliar com a vida pessoal.
Além disso, 33% dos profissionais afirma que preferia estar desempregado a estar insatisfeito com o seu trabalho e 42% dizem deixar o emprego se o empregador não tivesse em consideração as suas condições de progressão de carreira.
A par da flexibilidade laboral, os profissionais procuram um sentimento de pertença e que os valores e propósitos dos seus empregadores se alinhem com os seus. 43.6% dos inquiridos em Portugal afirma demitir-se se não se sentir integrado. A nível global a percentagem cresce para 54%, com a Geração Z a marcar a tendência (61% dos inquiridos entre os 18 e 24 anos).
Em Portugal, 40.8% dos profissionais não aceitaria um emprego que não se alinhasse com os seus valores sociais e a percentagem aumenta (87.9%) quando se questiona qual a importância e os valores dos empregadores.








