Trabalhadores continuam a consultar emails profissionais fora do horário laboral

Consultar emails profissionais fora do horário laboral continua a ser uma prática seguida pela maior parte dos trabalhadores, colocando em causa o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Esta é uma das conclusões da mais recente pesquisa da Hays.
Para tentar perceber se os profissionais consultam os emails de trabalho fora do horário laboral, a Hays promoveu um inquérito global (realizado no social.hay) junto de mais de 2.700 pessoas de todo o mundo entre 1 e 28 de agosto de 2019. E as conclusões revelam que a maioria dos trabalhadores não consegue deixar os assuntos de trabalho no trabalho. Ou seja, a pesquisa revelou que 73% dos profissionais inquiridos verificam o email fora do horário de laboral, uma prática que poderá afetar o seu bem-estar, já que não conseguem “separar-se do trabalho”.
Entre os motivos referidos para esta atuação está o facto de quererem manter-se a par dos seus projetos (54%), e de poderem disponibilizar-se para qualquer emergência se for necessário (34%). No conjunto de justificações para consultar os emails profissionais estão ainda a dificuldade em desligarem-se do trabalho (19%), e o facto de considerarem que era esperado que o fizessem (19%).
A par destes dados, a Hays questionou ainda o painel de entrevistados sobre a frequência com que consultam os emails fora do horário de trabalho. 67% afirmaram que verificavam uma ou duas vezes ao fim da tarde e 22% revelaram consultar constantemente os emails.
“Trabalhar fora do horário laboral com muita frequência não permite que os colaboradores aproveitem a vida pessoal. Se não conseguirem o equilíbrio certo entre a vida profissional e pessoal, isso pode levar a que os colaboradores se sintam cansados e menos relaxados, o que conduzir ao burnout. É importante que os empregadores ajudem a sua força de trabalho a alcançar um relacionamento mais positivo, equilibrado e saudável com o trabalho”, comentou Sandra Henke, Group Head of People & Culture da Hays.
Refira-se que no início deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o burnout como um diagnóstico médico legítimo. Os sintomas podem incluir sensação de esgotamento ou falta de energia, sentimentos negativos relacionados com trabalho e, ainda, pouca eficácia.
Nesta medida, e com as conclusões do inquérito na mão, Alistair Cox, CEO desta multinacional especialista em recrutamento, aconselha os líderes: “às vezes é inevitável trabalhar até mais tarde ou até mesmo no fim de semana. Mas como líder, não deve definir essa expetativa da sua equipa por meio das suas ações. Por exemplo, se trabalhar até tarde, tente agendar os seus emails para serem enviados durante o horário laboral, se possível. Isso limitará o risco dos colaboradores se sentirem obrigados a responder ou trabalhar durante o tempo pessoal”.